Dicas do VP de Pesquisa do Google sobre buscas com IA

Dicas do VP de Pesquisa do Google sobre buscas com IA

30 de julho de 2025
Última atualização: 1 de agosto de 2025
6min
Robby Stein, vice-presidente de produto da Pesquisa Google, se junta ao apresentador Logan Kilpatrick para explorar como a Pesquisa está evoluindo para um produto de IA de ponta.
Robby Stein: "A Pesquisa está evoluindo para um produto de IA de ponta". Imagem: Reprodução YouTube
Márcia Miranda

Como o conteúdo está sendo descoberto e consumido com a busca do Google utilizando IA? Robby Stein, vice-presidente de produto da Pesquisa Google, foi o entrevistado do canal Google for Developers do YouTube, apresentado por Logan Kilpatrick. A conversa abordou a evolução da pesquisa Google para um produto de IA de ponta. Demos uma olhada neste material e pegamos alguns insights úteis para os publishers.

Durante o bate-papo, Robby Stein falou sobre a mudança de palavras-chave simples para consultas complexas e conversacionais. O Google Search agora integra o modelo Gemini da Google, que aprimora as capacidades de pesquisa permitindo perguntas em linguagem natural e resultados mais abrangentes. O vídeo explora recursos como “AI mode” e “Deep Search”, que executam pesquisas complexas em nome do usuário, e a crescente popularidade das consultas multimodais usando imagens e voz. 

Embora o entrevistado não aborde diretamente o impacto da inserção da IA na pesquisa Google para publishers de notícias, ele oferece insights valiosos sobre como o conteúdo será descoberto e consumido. Para os publishers a mensagem é clara: o futuro da busca exige conteúdo ainda mais qualitativo, autorizado, abrangente, visualmente rico e adaptado às perguntas naturais e complexas dos usuários, com a IA funcionando como uma ponte para conexões mais profundas com a web.

Veja algumas dicas úteis para publishers sobre pesquisa Google com IA

1. Crie conteúdo abrangente e de alta qualidade para perguntas complexas e naturais:

O Google Search está evoluindo para que os usuários possam “realmente perguntar qualquer coisa à busca e obter informações de alta qualidade”. Não se trata mais apenas de palavras-chave. As pessoas podem digitar “perguntas naturais e longas, até mesmo frases inteiras, com muitas restrições”.

A busca agora pode “entender a complexidade da pergunta” e usar um modelo que “consegue pensar e planejar”. Isso significa que, para nós, publishers, nosso conteúdo deve ser a resposta definitiva e detalhada para perguntas complexas, pensando em todas as nuances que um usuário pode incluir em uma consulta.

Para perguntas “muito complexas e importantes” (como comparar diferentes eventos ou políticas), a funcionalidade de “Busca Aprofundada” (Deep Search) pode realizar dezenas ou centenas de consultas para fornecer uma resposta abrangente, o que pode “economizar horas de pesquisa” para o usuário. Nosso objetivo deve ser fornecer o tipo de conteúdo estruturado e aprofundado que a IA usaria para montar esses “relatórios incríveis”.

2. Otimize para “AI Overviews” e mantenha links para aprofundamento:

Para perguntas naturais, é “altamente provável que [as AI Overviews] apareçam com conteúdo útil e links para aprofundar”. As AI Overviews representam a “maior distribuição em escala do Gemini dentro do Google”.

Isso implica que nosso conteúdo precisa ser conciso e claro o suficiente para ser sumarizado pela IA, mas também deve incentivar o usuário a clicar nos links fornecidos pela Visão Geral para uma leitura mais completa e aprofundada em nosso site. O valor do “clique para aprofundar” é crucial.

Quer mais dicas para publishers? Veja essa matéria com Jacqueline Loch, VP executiva de Estratégia e Receita da Azure Media

3. Reforce a autoridade e a expertise do seu conteúdo:

Com a facilidade de criação de conteúdo por ferramentas de IA, que podem gerar “cada vez mais coisas que parecem razoáveis”, o valor da busca em encontrar “referências com autoridade de fala e que têm uma forte perspectiva” e “os especialistas” se torna ainda mais importante.

Para nós, como publishers, isso significa que nossa credibilidade, experiência, autoridade e confiabilidade (E-E-A-T) são mais cruciais do que nunca. A IA ajudará na produção de conteúdo de alta qualidade. Robby acredita que essas novas experiências terão “muita capacidade de expansão”, criando “novas oportunidades para se conectar com a web e ir mais fundo”.

4. Invista em conteúdo multimodal, especialmente visual:

A busca visual é a “parte de crescimento mais rápido da busca”, com um aumento de “70% ano a ano”, e é “particularmente popular entre usuários mais jovens”. As pessoas usam câmeras e capturas de tela para fazer perguntas sobre o que estão vendo.

O “modo IA visual” pode fornecer “respostas visuais, não apenas textuais”, com contexto e links para produtos ou informações adicionais. Isso nos mostra a importância de ter imagens e vídeos de alta qualidade e contextualmente relevantes em nossos artigos de notícias, otimizados para que a IA possa entendê-los e usá-los como parte de respostas visuais, direcionando o tráfego para nosso site.

5. Pense na experiência conversacional e na personalização:

A busca está se tornando altamente conversacional, permitindo que os usuários “conversem naturalmente com a ferramenta”. Isso sugere que nosso conteúdo deve ser escrito de forma que flua bem em uma conversa, mesmo que não seja lido diretamente por voz.

A personalização é “extremamente importante” e a busca aprenderá sobre as “preferências e o histórico do usuário” para fornecer “experiências únicas e relevantes”. Embora as notícias factuais não sejam tão personalizadas “perguntas sobre fatos ou o que aconteceu na Segunda Guerra Mundial” provavelmente terão respostas “específicas”. Para tópicos onde o “gosto pessoal importa” (como “o que devo comer para um encontro” ou “quais sapatos devo considerar para o outono”), o Google quer ser “unicamente bom”. Se os sites de notícias abrangem esses tipos de tópicos (ex: recomendações culturais, estilo de vida), a capacidade da IA de conectar o conteúdo aos interesses personalizados do usuário será uma vantagem.

6. Considere conteúdo “Agentic” para tarefas práticas:

A IA permitirá que a busca “realize tarefas em nome do usuário”. O foco não é o “último clique”, mas sim resolver a “frustração da pesquisa e da repetição de consultas” baseadas em disponibilidade (ex: verificar se um evento tem ingressos, ou horários de cinema).

Se o site de notícias oferece informações de serviço (como programação de eventos, horários de funcionamento, ou listas de produtos com status de estoque), garantir que esses dados sejam precisos e atualizados em tempo real pode fazer com que o conteúdo seja utilizado pela IA para resolver diretamente as necessidades do usuário, aumentando sua relevância.

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Clique aqui e veja a íntegra da entrevista no YouTube

Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.