Fim dos cookies de terceiros: como os publishers podem se preparar?
Como e por que os publishers devem se preparar para o fim dos cookies de terceiros? Esse foi o tema do Café com Aner com Bruno Costa, diretor de Estratégia de Dados e fundador da Barões Digital Publishing, na terça-feira, dia 2 de abril.
Durante o bate-papo com publishers, Bruno fez um resumo sobre os diversos tipos de cookies. Ele explicou a diferença entre os first-party (cookies primários), utilizados pelos sites para fornecer aos usuários uma navegação mais ágil e personalizada, e os third-party cookies (cookies de terceiros), que estão sendo desativados pelo Google, no Chrome.
Segundo Bruno, os cookies de terceiros podem ser comercializados entre as empresas para estratégias de remarketing. E, neste mercado os dados têm sido comercializados de forma desordenada e irregular, comprometendo a qualidade e o uso das informações.
“Há ‘farelos’, pequenos segmentos de dados que estão sendo comercializados por aí, como em um camelódromo digital. Há informações que a gente fica sem saber como as empresas descobrem, sobre nós”, alertou, explicando o interesse do Google em eliminar essas fontes que podem comprometer a privacidade dos usuários nos navegadores.
Fim dos cookies: não é o apocalipse!
Por conta dessa facilidade de intercambiar dados, as estratégias dos sites — especialmente os de notícias — está amplamente apoiada nos cookies de terceiros. É a partir desses cookies que as empresas conhecem os interesses dos usuários e trabalham distribuindo as campanhas de anúncios.
“O fim dos cookies de terceiros não representa o fim do marketing e muito menos o fim dos publishers. Os publishers, pelo contrário, podem emergir o seu valor diante dessa mudança”, destacou Bruno, explicando a importância do bom relacionamento e da construção de uma audiência fiel em torno da marca de cada veículo.
Para Bruno, iniciativas do Google como a Privacy Sandbox e a ferramenta anunciada no último encontro do Google PAD 2024 (veja um resumo aqui) são oportunidades para que os publishers comecem a se movimentar no sentido de organizar seus dados.
“O objetio principal do Privacy Sandbox é criar um conjunto de informações privadas, sem o uso de cookies de terceiros”, explica Bruno. “Essa informações ficarão na máquina do usuário. Tudo que acontece ficará dentro do navegador, sem trafegar por servidores de terceiros” explica.
Publishers ganham vantagem quando organizam dados e fidelizam usuários
Segundo pesquisa do google, apenas 9% dos publishers estão preparados ou têm um plano para o fim dos cookies de terceiros. Criar um plano, segundo Bruno, significa organizar dados de forma que seja possível oferecer público segmentado para que as marcas possam trabalhar a divulgação de seus serviços e produtos.
“A construção de relacionamento direto dos publishers com usuários vai refletir na relação dos publishers com as marcas”, afirma. “O The Economist fez uma matéria fantástica em que fala que quem faz a publicação vai importar mais do que é aquela informação”, disse.
O especialista também destacou a importância dos publishers como opção segura para que as marcas possam expor seus produtos. Segundo ele, os publishers têm controle e capacidade para gerar boa audiência, tudo em concordância com a LGPD, sabem construir a relevância e têm responsabilidade sobre o conteúdo.
“Quanto mais os publishers conseguirem organizar uma arquitetura de dados primários, mais serão empresas relevantes para indústria de comunicação no Brasil e mundo”.
Clique aqui e baixe a apresentação realizada por Bruno no Café
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