TV Facebook + TV brasileira: tudo social content

TV Facebook + TV brasileira: tudo social content

6 de janeiro de 2020
Última atualização: 6 de janeiro de 2020
Helio Gama Neto

PROXXIMA – 06/01/2020

Pyr Marcondes

Alianças de conteúdo e mídia envolvendo o sinal aberto e o sinal fechado da TV com toda a força de acuracidade e gestão de dados e engajamento do mundo digital, num negócio em que toda a compra de mídia será programática, são o futuro de todo tipo de conteúdo comercial que conhecemos.

Facebook está se assumindo, em minha humilde opinião tardiamente, como uma rede de social content. Ou Social TV, se você quiser. A TV Facebook.

A maior rede social do mundo foi, primeiro, assim que (genialmente) nasceu, só rede social mesmo. Ponto de encontro de tribos online trocando conteúdos e fatos triviais de seu cotidiano, a maior parte fútil, outra parte bem imbecil, e alguma parte (a esmagadora menor parte) reveladora e relevante.

Mas de anos para cá, sem dizer isso em grandes statements oficiais, foi deixando de se posicionar, na prática, exclusivamente como uma plataforma de tecnologia para conversas digitais, e já que vive de mídia, passando a se posicionar também como uma distribuidora de conteúdos alheios.

A parte do “alheios” tinha (e tem) dois lados. De um, Facebook se beneficiando da publicidade que entrega a agências e marcas, sem investir um tostão na produção do conteúdo que, de alguma forma, a embeda. De outro, publishers e produtores corporativos de conteúdo se beneficiando, de alguma forma também, das audiências que o Facebook lhes entrega.

Nem sempre foi uma troca fair, com os produtores de conteúdo reclamando muito da desproporção de vantagens de lado a lado.

Por conta dessas reclamações, mas também porque foi percebendo que o jogo do conteúdo é o grande jogo da receita publicitária, e que seguirá sendo por muito tempo ainda, a política estratégica 3.0 do Facebook começou a migrar para uma busca de alianças com seus parceiros comerciais e de conteúdo de forma mais aberta, assumida e estruturada.

Os três posts abaixo, todos publicados no M&M recentemente, dão conta disso e de como essa nova política desenha seus novos contornos na região da América Latina e, particularmente, no Brasil. Sem contar o fato de que o Facebook começou também a transmitir no Brasil jogos de futebol ao vivo … certo, não?

Um dos mais emblemáticos fatos novos é o acordo do Facebook com algumas das grandes redes brasileiras de TV aberta, a saber, SBT, Band e Rede TV. Vão, todos juntos, produzir conteúdos customizados para o canal Watch, da rede social.

E eu fico aqui me perguntando por que cacete isso não rolou antes ??? Por que ambos os lados da mesma equação, que é aquela que contém a tríade de ouro audiência + mídia + conteúdo, estejam onde estiverem, nunca sentaram juntas antes para fazer isso há, digamos, uns 5 anos???

E me pergunto ainda mais: por que todas as redes do País não sentam agora mesmo com todas as demais redes sociais operando no Brasil e fazem acordos ou em bloco ou unlilaterais para explorar, juntos, essa tríade que paga a conta de todos, já que, quando juntos, somam qualificações e potencialidades multiplicadas e numa escala que, separadas, não conseguem?

Não é jogo contra. É, no máximo, amistoso do bairro. Todo mundo jogando junto e se divertindo, loucos pra tomar uma cerveja depois.

Alianças de conteúdo e mídia envolvendo o sinal aberto e o sinal fechado da TV com toda a força de acuracidade e gestão de dados e engajamento do mundo digital são o futuro do entretenimento, esporte, jornalismo e de todo tipo de conteúdo comercial que conhecemos. (E as telefônicas vão entrar nessa de forma ainda mais pesada do que já estão em muito breve.)

No final de 2019 vimos, portanto, o Facebook em seu inexorável caminho para se tornar mais e mais em uma rede social de relacionamentos online anabolizada por conteúdos. Mas vimos também nossas redes de TV aberta despertarem (tardiamente) para a inexorável obviedade de que forças digitais poderosas já estabelecidas no mundo online podem ser, num mundo em que tudo vai ser comprado de forma programática em breve, aliados e não inimigos numa luta (a da mídia digital) já perdida para elas sem aliados, por exemplo, como o Facebook.

Ou seja, vimos o Facebook virando TV e as redes de TV aberta virando redes sociais, capicce?

Feliz ano novo, finalmente, para a lucidez de lado a lado.


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Helio Gama Neto