Perspectivas Aner 2022: os riscos e benesses da Reforma Tributária para o mercado editorial de revistas

Perspectivas Aner 2022: os riscos e benesses da Reforma Tributária para o mercado editorial de revistas

14 de janeiro de 2022
Última atualização: 24 de agosto de 2023
4min
Márcia Miranda

14 de janeiro de 2021

Arte: Mohamed Hassan por Pixabay

Com a experiência de quem já participou de projetos de reestruturação tributária de empresas de diversos setores da economia, incluindo operações de aquisição e venda de empresas, o advogado Fábio Tadeu Ramos Fernandes participa de nossa série de matérias sobre perspectivas para 2022. Responsável pela área Tributária do Inglez, Werneck, Ramos, Cury e Françolin Advogados, ele preparou um artigo exclusivo em que comenta sobre os pontos de atenção para os publishers, neste setor, em 2022.

Reconhecido por publicações nacionais e internacionais como advogado de destaque em sua área de atuação, ele escreveu um artigo sobre o que considera importante destacar, neste setor, em 2022.

Veja a análise do cenário previsto para o setor Tributário

A atual composição das casas do Congresso Nacional demonstra um viés “reformista”. Trata-se de uma novidade, pois vimos, por décadas, diversas reformas estruturantes sendo deixadas de lado, sem interesses na mudança. Dentre elas, citamos a Reforma Tributária.

Atualmente há quatro propostas oficiais sobre o tema em trâmite no Congresso, sendo que, basicamente, são sugestões similares, aglutinantes, porém sem foco na redução da carga, na justiça fiscal e imediata simplificação das regras vigentes.

De fato, o tema é extremamente complexo e hostil (posto que teremos quase seis mil Municípios, 27 Estados e a União Federal tentando proteger seus interesses) porém, há a possibilidade de evolução para 2022.

Nesse sentido, entendemos que os diversos setores da economia deverão se atentar, planejar, implementar medidas financeiras e econômicas já ventilando a possibilidade de alteração do formato atual do nosso sistema tributário para o ano que vem.

“Para o setor de revistas, livros, cultura em geral entendemos que há riscos e benesses”.

No caso dos riscos, enxergamos a possibilidade de extinção de incentivos fiscais existentes o que seria impactante para fins de preços e acessibilidade de cultura para a população mais vulnerável.

Como ponto positivo, por outro lado, há a possibilidade de eliminar problemas crônicos do setor, como a guerra fiscal entre Estados e Municípios (ICMS x ISS), a possibilidade créditos integrais derivados das aquisições, eliminando insegurança jurídica e judicialização elevada, dentre outras.

Além disso, com um Supremo Tribunal atuante (como há muito não visto), há a possibilidade de resolução de diversas teses tributárias que ainda aguardam desfecho definitivo (por anos) pela Corte. Portanto, faz parte de uma análise estratégica não somente a possível mudança das regras atuais, como também nas disputas do judiciário, visando eficiência tributária na operação.

Mas o futuro é desafiador e incerto. Nesse sentido, se faz premente analisar, ser inventivo, acautelar o objeto social, estar atento e planejar. Uma boa educação tributária, um governo honesto, atuante e justo, o arrefecimento da sanha arrecadatória são todos os elementos valorizados pela comunidade tributária visando um ambiente mais propício e atraente para investimentos em um futuro melhor.

Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Fábio Tadeu Ramos é mestre em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e possui MBA Executivo pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Além disso, participou de curso intensivo em Direito Tributário Internacional no International Bureau of Fiscal Documentation (IBDF), em Amsterdam.

Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.