Jornalismo de dados: dicas para produzir conteúdo relevante
23 de novembro de 2022
Natalia Mazotte foi a convidada do Café com Aner número 52, o último do ano de 2022, na terça-feira, dia 23 de novembro. Especialista em jornalismo de dados ela é líder de parcerias do Google com associações e ecossistema de notícias no Brasil. Natália deu dicas e conversou com os publishers sobre o uso de dados no jornalismo.
Na abertura do encontro, Natália fez um retrospecto do uso de bancos de dados na imprensa, apresentando um histórico sobre o uso de tecnologia, computadores e dados nas redações.
“Esse trabalho de pegar dados e de alguma maneira explicar temas complexos e trazer uma visão nova para o que está sendo contado sobre a história, na imprensa, não é de hoje. Mas vem passando por uma mudança muito grande. Quando a gente se debruça sobre o jornalismo de dados, atualmente, vê que isso se torna uma coisa muito mais poderosa e muito mais presente porque a gente tem uma dimensão totalmente diferente: é muito maior”, afirma.
A especialista destacou a capacidade dos dados em dar visibilidade e facilidade de compreensão a informações que, sem o apoio dos banco de dados, seriam difíceis de compreender e mensurar.
Dados contra discriminação
Natália citou os dados como uma fonte importante para criar matérias que evidenciem de forma clara situações e fenômenos da sociedade, como a discriminação racial. Há ainda a possibilidade de uso do jornalismo de dados para colaborar com o entendimento do leitor em questões complexas, especialmente em pautas sobre ciência, saúde e tecnologia. Assim como em cases como a ferramenta desenvolvida para que os leitores do Correio da Bahia tivessem acesso ao seu lugar no ranking de possibilidades de entrada em faculdades, a partir de uma comparação entre as notas da série histórica do Sisu.
“E o que você precisa fazer para essa ferramenta se tornar útil todo ano? Basicamente atualizar os dados. Incluir os dados do ano mais recente e a ferramenta estará atualizada. E isso foi um sucesso, a maior audiência que o Correio teve fora da Bahia naquele ano e trouxe uma relevância local e nacional, os dados eram facilmente atualizados e é uma ferramenta que pode continuar gerando tráfego”, explica, destacando que a ferramenta poderia, inclusive, gerar negócios com patrocinadores e anunciantes instituições de ensino, interessadas no público atraído pelas informações.
10 razões para unir dados e jornalismo
No encontro, a especialista enumerou dez motivos para trabalhar com dados nas redações:
- Descobrir histórias inéditas com alto potencial de impacto
- Maior possibilidade de colaboração
- Mais eficiência na produção de pautas
- Explicar temas complexos e qualificar o debate sobre políticas públicas
- Mais perenidade para o produto jornalístico
- Automatizar processos e ganhar escalas
- Ampliar o engajamento do leitor
- Novos ângulos para histórias conhecidas
- Novos modelos de negócios
- Mais conhecimento da própria audiência
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Texto: Márcia Miranda – Simbiose Conteúdo