Grupo de Trabalho da Câmara inclui remuneração de conteúdo jornalístico no PL das Fake News

Grupo de Trabalho da Câmara inclui remuneração de conteúdo jornalístico no PL das Fake News

8 de dezembro de 2021
Última atualização: 24 de agosto de 2023
3min
Márcia Miranda

08 de dezembro de 2021

Conteúdos jornalísticos utilizados pelos provedores, incluindo aí as redes sociais e sites de buscas, deverão ser remunerados. Imagem: Steve Buissinne

Grupo de Trabalho (GT) da Câmara dos Deputados que analisa o Projeto de Lei 2630/20, conhecido como PL das Fake News, concluiu a apreciação das sugestões de emendas ao texto-base, aprovado na semana passada. Para as empresas de comunicação, duas grandes conquistas: a reafirmação de que os conteúdos jornalísticos utilizados pelos provedores, incluindo aí as redes sociais e sites de buscas, deverão ser remunerados; e o Artigo 21, que obriga as big techs a seguirem as leis de publicidade brasileiras. A proposta também criou uma pena de prisão para divulgação de “fato inverídico”.

O Artigo 21 destaca a importância da regulação na comercialização da publicidade. Diz o texto:

“A comercialização de publicidade para inserção por provedores domiciliados no exterior deverá ser realizada e reconhecida por sua representante no Brasil e conforme a legislação de regência da publicidade no país, quando destinada ao mercado brasileiro”.

De acordo com o assessor de Relações Governamentais da Aner em Brasília, Júlio Vinha, a mudança será benéfica para as empresas de comunicação nacionais:

“Atualmente as big techs dizem que não são veículos de comunicação e não precisam seguir nossas leis de publicidade, mas, caso a lei seja realmente aprovada, elas terão que segui-las”.

Rejeição de 29 das 30 emendas

Ao todo, foram rejeitadas 29 das 30 emendas apresentadas ao substitutivo do relator. A única alteração em relação ao texto-base aprovado foi o acatamento parcial da Emenda nº 27, que pretende restaurar ao usuário o direito a ter acesso a informações factuais, verificadas quando a justiça assim o determinar.

Além de rejeitar emendas que poderiam acabar com a remuneração de conteúdo jornalístico, a ação do GT fortaleceu as empresas jornalísticas quando rejeitou emendas que poderiam acabar, por exemplo, com a proposta de regulação de publicidade nas plataformas digitais.

O relator, deputado Orlando Silva (PCdoB/SP), apresentou requerimento de urgência, ontem, para apreciar a proposta em Plenário ainda em 2021. O requerimento foi assinado pelos líderes do PDT, PSB, MDB, PT, PCdoB e PP. Até o momento, não há previsão de inclusão do requerimento na pauta do Plenário, e, segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o projeto ainda não foi debatido em reunião de líderes e só deve ser apreciado no início de 2022.

Até a aprovação definitiva do PL há ainda muito chão a percorrer.

“Caso seja aprovado, o requerimento de urgência vai direto ao plenário. Depois a aprovação, segue para o Senado e lá terão que escolher entre o texto já aprovado no Senado ou a versão aprovada na Câmara dos Ddeputados. Só então seguirá para sanção”, esclarece Júlio.

Clique aqui e veja nesta matéria do Poder 360 mais detalhes sobre o andamento do PL das Fakenews

Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.