Diretrizes ajudam na produção de reportagens sobre vacina da covid-19 e evitam desinformação
PORTAL IMPRENSA – 26/01/2021
A recente aprovação de várias vacinas contra o coronavírus em todo o mundo fez com que milhares de jornalistas corressem contra o tempo para se informar e relatar ao público as novidades das pesquisas científicas. O tema é complexo e em constante evolução, mas ao mesmo tempo a maioria dos jornalistas não possui experiência anterior em ciência, logística e o processo de imunização.
Em paralelo, existe uma onda de desinformação e sensacionalismo sobre as vacinas que precisam ser combatidas. Para ajudar o profissional de imprensa nesse desafio, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) publicou um conjunto de diretrizes, dicas e recursos para ajudar a melhorar a cobertura da mídia sobre os imunizantes e estratégias de vacinação.
Acesse fontes oficiais e confiáveis
A Organização Mundial de Saúde, a Agência Europeia de Medicamentos ou instituições acadêmicas e universidades – veja a lista abaixo – são algumas das fontes recomendadas por jornalistas com experiência na área da saúde.
Entenda o que se sabe e o que não se sabe sobre vacinas
Os jornalistas devem acompanhar novas pesquisas e consultar especialistas em vacinas para entender as implicações de novas descobertas em potencial, como a durabilidade da imunidade, sua eficácia, possíveis efeitos colaterais, se uma pessoa vacinada ainda pode espalhar o vírus ou não ou se eles funcionarão se o vírus sofrer mutação.
Explique o vocabulário científico em detalhes
O que significa que uma vacina é 75% eficaz? O que significa ter imunidade? Desde quando começamos a ter? O que significa obter imunidade coletiva? De acordo com especialistas em saúde, essas são algumas das questões que os jornalistas devem entender e ser capazes de comunicar com clareza ao público. Usar uma linguagem clara e familiar também ajudará o público a compreender as informações que estão sendo transmitidas. Consulte o glossário de vocabulário da OMS e o do Ministério da Saúde para compreender totalmente os conceitos que você precisará explicar em sua cobertura.
Levar a informação global à realidade local
É essencial entender e explicar o processo global de vacinação, pesquisa científica e sua aprovação pelas autoridades; mas também explicá-lo de uma perspectiva local. O público confia mais na mídia local, e os jornalistas dessa mídia desempenharão um papel crítico na reportagem sobre os locais de vacinação, critérios de elegibilidade e outras informações práticas.
Evite sensacionalismo e “clickbaiting”
Os jornalistas devem informar o público com sinceridade sobre os possíveis efeitos colaterais que podem sentir após a vacinação, sem sensacionalismo ou criação de alarme injustificado, especialmente nas manchetes. Explicar claramente os possíveis efeitos colaterais de qualquer vacina irá educar o público e reduzir suas reservas quando se trata de vacinar.
Educar sobre a importância das vacinas
As vacinas salvaram milhões de vidas ao longo da história da humanidade. Os jornalistas podem combater a desinformação relatando fatos e dados sobre a eficácia das vacinas e a importância que tiveram no fim das pandemias ao longo da história. Compreender e explicar claramente os efeitos colaterais potenciais dos imunizantes é essencial onde a desconfiança é maior.
Colaborar!
Este é o conselho mais importante de todos: colabore com outros jornalistas e a mídia, e aprenda com a cobertura de outros jornalistas de saúde em todo o mundo. A competição entre jornalistas e a mídia só vai acelerar a disseminação da desinformação, já que a luta para publicar notícias de última hora o mais rápido possível pode levar a uma cobertura mais imprecisa e sensacionalista.
Fontes de informação recomendadas:
Centros de Controle e Prevenção de Doenças
Revista científica
Covid Evidence
The Lancet
Nosso mundo em dados
NAB.org
Centro de Jornalismo de Saúde
Em português:
Ministério da Saúde
Instituto Butantan
Fiocruz