Como vai o ‘Bulletin’, a parceria entre o Facebook e os jornalistas locais?

Como vai o 'Bulletin', a parceria entre o Facebook e os jornalistas locais?

6 de setembro de 2021
Última atualização: 24 de agosto de 2023
3min
Márcia Miranda

06 de setembro de 2021

Em abril, o Facebook anunciou investimentos de US$ 5 milhões para apoiar jornalistas locais independentes interessados ​​em trabalhar criando conteúdo para o Bulletin. Os nomes escolhido foram anunciados há cerca de duas semanas parceria com jornalistas locais. Os profissionais foram selecionados pelo Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e a Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos (NAHJ).

O projeto consiste em dar aos jornalistas selecionados acesso ao Bulletin, uma plataforma de boletim informativo que fornece a “criadores independentes” um site, recursos de podcast e uma série de ferramentas sociais, monetização e moderação de conteúdo. Para saber como está seguindo o projeto, a jornalista Sarah Scire conversou com os jornalistas que estão participando do projeto.

Segundo ela, o grupo é formado tanto por jornalistas experientes quanto por aqueles que estão em início de carreira. Em comum, eles têm a busca de histórias locais que não seriam contadas com tanta riqueza de detalhes por veículos maiores, mas que são importantes para as regiões onde ocorrem, normalmente esquecidas pela grande mídia. Parte do conteúdo é gratuito, parte protegida por um paywall.  O Facebook paga aos autores “taxas de licenciamento”,  mas não há previsão de quanto tempo o programa vai durar. A empresa também não revela os valores dos pagamentos.

Alguns autores, como Louis Amestoy acreditam que a possibilidade de escrever para o Bulletin dá ao jornalista mais liberdade de pensamento em relação aos problemas e pressões das redações tradicionais. Principalmente quando se fala em problemas financeiros.

“Quando você olha para as instituições legadas – jornais, especificamente – elas não podem escapar desse legado. Eles ainda estão lidando com questões de circulação, ainda lidando com as impressoras, ainda lidando com questões que essencialmente desviam e distraem de seu propósito central [e] sua missão central ”, disse Amestoy. “Essa é a maior liberdade que eu tenho. Não estou preocupado com o fato de não conseguir que os transportadores de jornais entreguem meu jornal. Não estou preso a práticas de publicidade ou contabilidade que foram estabelecidas em 1975. Sinto que tenho alguma margem de manobra ”.

Amestoy já trabalhou como editor do The Greenville Herald-Banner e do Kerrville Daily Times. Ele escreve sobre Kerrville, Texas, no Kerr County Lead e apresenta um webcast matinal.

Veja a avaliação de outros jornalistas sobre a parceria no artigo na Neimanlab.

Márcia Miranda
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