Comércio eletrônico ganha espaço nas receitas de revistas de estilo de vida em meio à pandemia
FOLIO: – 04/05/2020
Greg Dool
De maneira geral, os aumentos no tráfego on-line durante a pandemia não se traduziram em mais receita para os editores, principalmente por causa do menor investimento em publicidade e pelo recuo nos preços dos anúncios. Mas muitas das publicações especializadas em estilo de vida registram crescimento substancial na receita impulsionada pelas transações de comércio eletrônico. “Desde que o mundo começou a se proteger, em meados de março, vimos vendas semelhantes à altura da temporada de férias de 2019, nossa melhor época do ano”, diz Emily Silverman, diretora sênior de comércio eletrônico e parcerias da Hearst Magazines.
Os bons resultados estão associados à sintonia das revistas, impressas ou digitais, com o atual momento da humanidade, confinada. Exemplo disso é o que acontece com as publicações da Meredith Corp.. Andy Wilson, vice-presidente sênior de receita do consumidor da empresa, conta que observou uma “mudança significativa” no interesse do consumidor em cozinhar em casa, e que as vendas de material de cozinha tiveram um aumento acentuado, assim como os itens essenciais de proteção à COVID-19, entre eles máscaras faciais, desinfetante para as mãos, material de limpeza, além de móveis e acessórios para escritório em casa.
Uma história semelhante a da Condé Nast, onde as receitas de comércio eletrônico da Epicurious e Self aumentaram mais de 70% em março, ano após ano. “Não se trata apenas de tráfego, são boletins, referências de redes sociais, realmente tudo, incluindo nossa receita de afiliados”, diz David Tamarkin, diretor digital da Epicurious. Além da óbvia questão de necessidade, como os consumidores são menos inclinados ou, em muitos casos, incapazes de comprar off-line, Tamarkin credita o aumento nos negócios de comércio eletrônico da marca à capacidade de sua equipe de adaptar rapidamente a estratégia de conteúdo ao momento.