Ciclo de Webinars começa com debate sobre Bancas Digitais

Ciclo de Webinars começa com debate sobre Bancas Digitais

9 de julho de 2021
Última atualização: 9 de julho de 2021
Márcia Miranda

Cristina Albuquerque, publicitária e especialista em produção de audiobook e conteúdo editorial; Hugo Merino Montero, diretor, Branded Editions na PressReader; e Joaquim Carqueijó, publisher na EdiCase Gestão de Negócios, foram os convidados do primeiro episódio do Ciclo de Webinars O Futuro já Passou? que está sendo promovido pela ANER até setembro. A iniciativa é uma forma de integrar e estimular a troca de experiências entre editores.

“É uma forma de trazer novidades, compartilhar ideias e modelos de negócio que surgem com a tecnologia, falar sobre temas que muitas vezes ainda não são de total domínio dos editores”, explica Rafael Soriano, presidente da ANER.

O tema do primeiro encontro foi: Bancas Digitais: Canibalismo ou novo canal? Veja abaixo alguns pontos de destaque:

ANER: Como convencer os editores a colocarem seus conteúdos em bancas digitais apesar da diferença do retorno financeiro entre o formato físico e o digital?

HUGO MERINO: No nosso caso, chegamos a parceiros e audiências diferentes. Não vendemos diretamente assinaturas. Nosso público está em hotéis, voando com a Iberia, recebendo conteúdo em um momento que não conseguiriam ter acesso a nenhum tipo de informação, de outra forma. Estamos chegando a pessoas que um editor, sozinho, em 80 a 90% das vezes não conseguiria. Então, isso gera um benefício. Com essa leitura, há a possibilidade de a pessoa se interessar pelo conteúdo, e, depois, ir à banca daquela editora e procurar por uma assinatura. Nosso foco é chegar a uma audiência que, sozinho, o editor não conseguiria atingir.

ANER: Qual é o peso do futuro da palavra para vocês?

JOAQUIM CARQUEIJÓ: Quando a gente estuda mercados mais maduros, fora do Brasil, as operações coexistem, com produtos impressos em grandes volumes e isso é um espelho do que deve acontecer no Brasil. Passamos por problemas relacionados a outros assuntos, dentro do mercado de impressos, principalmente os que dizem respeito à distribuição; e isso fez com que a circulação do impresso caísse muito, além dos problemas sociais, econômicos.

Nós, editores, passamos a ser produtores de conteúdo para serem difundidos de várias formas, em vários formatos, com várias possibilidades e com a vantagem, ainda, das bancas digitais não terem fronteiras. Se quando você trabalha com o impresso você está limitado à sua carteira de assinantes e sua estratégia e abrangência de circulação física, quando você trabalha com produto digital essa fronteira não existe. Isso faz com que você consiga alcançar um volume muito maior de leitores, um volume muito maior de audiência relacionada ao volume de distribuição que você tem. Então, a monetização pode ser menor, unitariamente, no digital, mas ela tem um ganho de escala que o impresso não tem. Então há uma série de coisas a serem consideradas.

Quando a gente vê o Hugo falando de uma operação na Press Reader de 7.500 títulos de distribuição digital, com distribuição para 160 países… gente, isso é um negócio surreal!  É esse tipo de referência que a gente tem do comportamento da revista impressa e dos conteúdos digitais pelo mundo é o que faz a gente ter certeza de que a gente pode ter um bom futuro se a gente souber trabalhar tudo isso de acordo.

Bancas digitais é mais um capítulo de tudo que a gente pode fazer. O diferencial da banca digital é quão democrática é a plataforma, porque você consegue chegar a um volume gigante de milhões de pessoas com centenas de publicações, fazendo com que essas pessoas tenham acesso a revistas que nem sabiam que existiam, que talvez nunca assinariam, e aquilo pode ser a porta de entrada para um futuro assinante seu.

ANER: Será que existe uma bolha de serviços de assinaturas digitais?

CRISTINA ALBUQUERQUE: Concordo que ninguém vai assinar dez streamings por mês, mas falando do mercado editorial, quando falamos de revista, jornal, notícia, a gente precisa entender esse movimento e tentar fazer ofertas de conteúdo em vários formatos. Por exemplo: um audiobook toma muito tempo, posso levar 8, 10 horas ouvindo. Mas, assim como podcast, ele toma um tempo que você não tinha. Você não pode parar para ler enquanto está dirigindo ou fazendo algum movimento. É uma leitura em movimento, como costumo dizer.

Então por que no mundo inteiro o áudio cresce de forma exponencial? Porque você tem, sim, uma disputa de tela e de informação, de tempo no entretenimento… Podcast é o que mais cabe, hoje, dentro do conteúdo de revista, porque ela tem tanto conteúdo, tanto a falar, que ela poderia se apoderar disso de forma muito mais impactante. Oferecendo isso dentro do aplicativo ou da plataforma, o editor pode entregar apenas parte do conteúdo. Porque não pode ser um novo produto, com valores diferentes? Vai ficar no mercado quem puder oferecer o melhor custo/benefício: o melhor conteúdo pelo valor que o leitor está pagando.

Inscrições ainda estão abertas

A série de webinars que começou esta semana vai ao ar sempre às quartas-feiras, a partir das 19h30, pelo YouTube e Facebook da Aner. A iniciativa e faz parte de um projeto de reposicionamento da Associação, no sentido de fomentar a participação e colaboração entre todos os parceiros e associados. Quer participar? Inscreva-se em nosso hotsite!

 

Márcia Miranda
Administrator