Alek Maracajá: “Algoritmos ajudam a aumentar a polarização”

Alek Maracajá: "Algoritmos ajudam a aumentar a polarização"

1 de maio de 2025
Última atualização: 1 de maio de 2025
3min
Alek Maracajá homem branco de cabelos castanho claros usa óculos de armação dourada e camisa de gola branca listrada fala sobre polarização na política após advento de algoritmos e redes sociais
Alek Maracajá falou sobre o impacto das redes sociais na polarização política no Brasil
Márcia Miranda

Alek Maracajá, autor do livro “Brasil Digital nas Entrelinhas da polarização política“, foi o convidado do Café com Aner sobre o impacto das redes sociais na política brasileira. No bate-papo com Regina Bucco, Alek falou sobre questões fundamentais que impactam diretamente o ambiente de negócios de comunicação e a sociedade. Entre elas, uma análise baseada em Big Data, de 2017 a 2024, e sobre o comportamento digital e seus efeitos na polarização política brasileira.

O ponto central do encontro foi o papel potencializador das plataformas digitais e de seus algoritmos na polarização e o consequente risco para a democracia e o ambiente informacional. Segundo Alek, a polarização, que já existia no ambiente offline, foi amplificada de forma assustadora pelo digital. Isso porque as redes sociais, com o objetivo de manter os usuários ativos, utilizam algoritmos que colocam o público em “bolhas”, alimentadas apenas com conteúdos de interesse desses grupos.

O especialista destacou que esse mecanismo radicaliza opiniões ao limitar a exposição a diferentes perspectivas, gerando uma “cegueira”. Para publishers, isso significa um desafio na distribuição de conteúdo diversificado e na formação de um debate público saudável, pois a audiência tende a se concentrar em fontes que reforçam suas visões existentes.

Dificuldade em obter informação das plataformas aumenta a concentração de poder

Alek Maracajá defendeu a regulamentação das mídias digitais como essencial para combater os efeitos nocivos da polarização e para enfrentar crimes diversos (contra a moral, financeiros, envolvendo menores) facilitados pelo ambiente digital sem controle. Ele destacou que a dificuldade em obter informações das plataformas, mesmo por solicitação oficial , aumenta a concentração de poder. E, para o mercado editorial, a falta de regulamentação impõe um cenário de assimetria, onde as grandes plataformas operam com regras próprias, impactando a monetização, a distribuição de conteúdo jornalístico e a responsabilidade sobre o que circula online.

Outro aspecto de grande relevância, segundo Alek, é o papel da Inteligência Artificial (IA) . O especialista vê a IA como uma tecnologia poderosa e maravilhosa que chega para potencializar. No entanto, em um ambiente já polarizado, a IA pode potencializar a polarização se for treinada com esse viés. Ele também citou o desafio no combate à desinformação e na manutenção da credibilidade do conteúdo jornalístico autêntico em meio a um volume crescente de material gerado por máquinas, que pode ser usado para manipulação.

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Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.