'Publishing é um super poder na sociedade da informação'

O Café com ANER da terça-feira, 4 de novembro, recebeu como convidado o diretor executivo e sócio fundador da Barões Digital Publishing, Paulo Henrique Ferreira (PH). O encontro, que contou com a participação ativa da diretora executiva da ANER, Regina Bucco, teve como tema central os insights sobre IA e Brand Publishing, a partir de um curso recente de PH na Columbia Business School.
O especialista falou sobre a necessidade urgente de o setor editorial – publishers, donos de revistas e jornais – reavaliarem profundamente seus modelos de negócios diante da transição midiática, que é o centro de todas as mudanças. Formado em jornalismo e mestre em comunicação, autor de livros como “Brand Publishing e Transição Midiática”, PH posiciona a si e à Barões como empresas de publishing (e não agências), defendendo que o “publishing é um super poder na sociedade da informação”.
O fim dos modelos antigos e a nova gestão do publishing
Durante o encontro, PH falou sobre a mudança radical no panorama de mídia, que tornou obsoletos os modelos de gestão e comercialização. Segundo ele, a sociedade não é mais mediada por poucos grupos, e tentar aplicar benchmarks obsoletos da indústria analógica para a internet – como ocorreu na bolha .com – é um erro fatal que não deve ser repetido.
Entre os principais insights de Paulo Henrique Ferreira para o público publisher e de profissionais da área estão:
1. Mudança de mentalidade: O pensamento de gestão deve mudar, pois empresas maduras que não conseguem assumir riscos e ter velocidade já não são mais maduras. É imperativo entender os ciclos e as mudanças de eras.
2. O foco na tecnologia central: Muitos publishers cometeram o erro de desprezar sua própria tecnologia central – o publishing – ao correrem atrás de hypes e “barulhos” tecnológicos, como criar aplicativos para competir com o Facebook. A prioridade deve ser pensar processo e não produto para equacionar um novo modelo de negócio.
3. Desenvolvimento de audiência própria: As marcas precisam se posicionar como publishers em nível profissional e desenvolver uma audiência própria. Isso se tornou vital por uma série de fatores, incluindo dados primários, LGPD e a mudança no modo de consumo (o celular é a mídia com maior capilaridade da história).
4. A oportunidade da IA: A Inteligência Artificial é classificada como a inovação mais disruptiva de todas, superando a internet comercial. Para o setor de publishing, isso representa uma oportunidade, pois a IA dependerá de bases de dados estruturadas.
5. A nova função do publisher: Como publishing é a organização da informação, os editores estão em uma posição única para estruturar conteúdo e dados, transformando-os em bases de conhecimento treináveis (LLM Seding) para a IA. O futuro exige que as marcas se tornem um destino editorial estruturado e treinável tanto para pessoas quanto para algoritmos.
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