‘Seu microfone está desligado’ é o novo vocabulário da pandemia

‘Seu microfone está desligado’ é o novo vocabulário da pandemia

4 de maio de 2021
Última atualização: 4 de maio de 2021
Helio Gama Neto

ÉPOCA NEGÓCIOS – 04/05/2021

MARC TAWIL

Se prestarmos atenção aos detalhes, veremos que estamos reinventando a forma de interagir no trabalho e, sobretudo, de coordenar as reuniões remotas.

A gente ainda não se acostumou, mas acabou se acostumando. Todos os dias, às vezes em muitas ocasiões no mesmo dia, repetimos expressões que eram raras até um ano e meio atrás. Esse “vocabulário da pandemia” – que inclui a própria palavra “pandemia”, nova para a esmagadora maioria de nós – está presente na forma como interagimos com os colegas, líderes e liderados.

Talvez a expressão mais icônica, presente em 100% das conversas remotas por aplicativos como Zoom, Meets, Skype e Teams, para citar os mais famosos, seja: “Fulano, o seu microfone está desligado”.

Parece simples, porém, se prestarmos atenção aos detalhes, estamos reinventando a forma de interagir no trabalho e, sobretudo, de coordenar as reuniões remotas, uma tendência que se tornou realidade em questão de dias nessa epidemia fora de controle.

Esse pequeno detalhe, o do microfone desligado, na Europa já tem provocado mudanças na Netiqueta (conjunto de boas práticas e normas de bom senso que proporcionam uma interação digital mais eficiente e agradável) das equipes.

No início das reuniões, o moderador pede textualmente ao abrir a sessão: “Por favor, liguem suas câmeras e silenciem seus microfones, exceto quando vocês estiverem falando”.

Como acontecia no cinema, quando podíamos ir ao cinema.

Outra regra que surgiu na Europa foi que, em grupos de até 20 pessoas, é necessário deixar a câmera ligada.

Na comunicação síncrona, isto é, em tempo real, saber quem está conosco na sala e, mais ainda, quem está de fato presente na conversa, faz toda a diferença.

Outra expressão do vocabulário da pandemia tem sido: “Quem aí está comigo?” O tom questionador do moderador serve para despertar os participantes. Errado não está, afinal, multitarefar é o jogo predileto de quem está trabalhando à distância: ficou fácil responder a um e-mail, assinar documentos ou responder ao WhatsApp enquanto participamos da tarefa principal.

Leveza e flexibilidade
Uma expressão nova na pandemia vem ainda do quebra-gelo do moderador sobre o fundo virtual escolhido pelo participante: “Joana, que dia lindo por aí, aqui só chove (no caso de estarem na mesma cidade)”.

O facilitador igualmente precisa ter a sensibilidade de acolher a todos, se apresentar e citar inicialmente o objetivo, a forma da condução (se haverá interação ou perguntas) e os resultados esperados do talk.

Esse formalismo à distância coloca todos na mesma página, evita caras feias e frustrações ao final.

Por fim, e não menos importante, a educação: “São 10h, e em respeito aos que entraram aqui pontualmente, vamos esperar três minutos pelos que se atrasaram”. Na cartilha do trabalho remoto, há uma tolerância ao atraso maior do que no cara a cara.

Entrar e sair das reuniões silenciosamente, deixando para o moderador o papel de torre de controle, é igualmente uma vantagem desses novos tempos.

Está claro, após um ano de experiência laboral à distância com a covid-19, que o nosso futuro é híbrido (presencial e digital), por isso, atualizar as nossas competências hoje será essencial para melhor performar amanhã.

Marc Tawil é empreendedor e estrategista de comunicação. Nº 1 LinkedIn Brasil Top Voices, é duas vezes TEDxSpeaker, e lança neste ano, pela editora HarperCollins Brasil, “Seja Sua Própria Marca”. Acesse meu canal oficial no Telegram e no YouTube.


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Helio Gama Neto