Reuters Digital News Report : como publishers brasileiros estão usando IA?

Reuters Digital News Report : como publishers brasileiros estão usando IA?

4 de julho de 2025
Última atualização: 4 de julho de 2025
4min
Capa relatório Reuters Digital News Report 2025
Reuters Digital News Report 2025: IA e publishers em descoberta
Márcia Miranda

Seguindo no nosso estudo do Reuters Digital News Report, nos concentramos no material que fala sobre como os publishers brasileiros estão usando IA em seus negócios. A inteligência artificial vem se disseminando cada vez com mais naturalidade entre o público. Segundo um estudo da Conversion, realizado em parceria com a ESPM, 93% dos brasileiros conectados já usaram ferramentas como ChatGPT, Gemini ou Copilot — e 98% conhecem esse tipo de tecnologia.

Nada mais natural que o relatório da Reuters também mostrasse essa utilização dentro das redações e dos negócios de comunicação. No Brasil, a IA já está sendo incorporada lenta, mas constantemente, nas atividades diárias dos grandes veículos de comunicação.

Oportunidades com Inteligência Artificial (IA) para publishers

As ferramenta são usadas desde automação de tarefas até tradução de artigos de agências, para transformar conteúdo escrito em vídeos e gerar insights a partir de grandes volumes de dados não estruturados. O Reuters Digital News Report cita como exemplo a série de reportagens do jornal O Globo baseadas na análise de 600 mil discursos feitos na Câmara dos Deputados e no Senado entre 2001 e 2024. Para isso, mais de 255 milhões de palavras e expressões foram avaliadas ao longo de quatro meses usando ferramentas de IA.

Veja alguns exemplos:

Automação de tarefas: Editores podem usar IA para acelerar a tradução de artigos de agências, transformar conteúdo escrito em vídeos curtos e gerar insights a partir de grandes volumes de dados não estruturados. Grandes grupos como Grupo Estado e Grupo Globo já emitiram, inclusive, diretrizes para o uso de IA generativa sob supervisão humana direta.

Ferramentas para jornalistas: A IA generativa pode ser empregada para pesquisa, transcrição, e sugestão de títulos ou resumos.

Personalização e engajamento da audiência: A IA pode ser usada para personalizar melhor o conteúdo noticioso e torná-lo mais envolvente, especialmente para as audiências mais jovens.

Sumarização de artigos: 27% das audiências globalmente mostram interesse em resumos de artigos de notícias. O Independent (Reino Unido) está testando uma aplicação de IA com o Google Gemini em seu serviço “Bulletin”. Clique aqui e veja como funciona.

Tradução: 24% dos participantes da pesquisa usam as ferramentas de IA para tradução de textos.

Recomendações de leitura: Publishers podem usar a IA para personalizar a homepage de notícias ou alertas com base nos interesses dos usuários. Veja aqui um artigo da Zendesk sobre esse tema.

Chatbots de Notícias: 18% dos participantes manifestaram interesse em usar chatbots para fazer perguntas sobre notícias. Rappler (Filipinas) lançou “Rai” para guiar usuários a informações verificadas e o Washington Post e Financial Times têm ferramentas de IA generativa para responder perguntas baseadas em seus próprios artigos.

Adaptação de Formatos: Há um interesse crescente em usar IA para adaptar formatos, como converter texto em áudio ou vídeo. O India Today e o Miami Herald estão testando a conversão de artigos de texto para áudio com voz gerada por IA.

Combate à Desinformação: A IA pode ser uma aliada no combate à desinformação, como o chatbot de verificação de fatos Dubawa.ai na Nigéria.

Alertas e Notificações: Notificações móveis de agregadores, muitas vezes impulsionadas por IA, tornaram-se uma das principais formas de obter notícias de última hora, especialmente em países com alta penetração móvel como o Brasil. Portais como G1 (Globo), UOL e R7 são reconhecidos como fontes de hardnews e usam alertas para impulsionar downloads de seus aplicativos.

Se você se interessou pelo assunto, veja o relatório completo clicando aqui.

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Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.