Procurador instiga onda de assédio judicial contra agência de checagem
PORTAL IMPRENSA
Uma tabela publicada numa checagem da agência Aos Fatos, na qual o procurador federal Ailton Benedito aparece como um dos influenciadores que mais falaram sobre cloroquina no Twitter, levou o representante do Ministério Público Federal (MPF) a anunciar em suas redes sociais que está processando a agência.
Defensor do governo Bolsonaro, Ailton Benedito também postou uma espécie de guia para que outras pessoas tomem a mesma providência, com o velado objetivo de provocar uma onda de ações e assédio judicial contra a agência Aos Fatos.
Em julho a imprensa revelou que Ailton e outros procuradores entraram com ação para obrigar o Estado a colocar cloroquina à disposição de pessoas com o novo coronavírus.
Em resposta, a agência Aos Fatos afirmou que “segue sua missão de checar declarações e boatos nas redes, amparada nos direitos constitucionais da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão”.
“Conforme os melhores parâmetros éticos, damos espaço à divergência, pedimos outro lado, mas não admitimos ameaças contra o exercício do jornalismo. Repudiamos qualquer tentativa de cercear nossas atividades e de quaisquer jornalistas que tenham compromisso com a verdade factual.”
Sobre o caso, a Abraji declarou que “todo jornalista tem o direito e o dever de checar falsidades vindas de quaisquer autoridades”. “Chama-se liberdade de imprensa e direito à informação. Estamos do lado da Aos Fatos.”