Prédio da Editora Abril na Marginal Tietê vai a leilão com lance mínimo de R$ 110 milhões
PORTAL IMPRENSA – 20/05/2021
Dando prosseguimento ao processo de recuperação judicial do Grupo Abril iniciado em 2018, o leilão do prédio da empresa na Marginal Tietê, capital paulista, começou nesta quarta (18) com lance inicial de R$ 110 milhões.
Com uma área de 51 mil m², o prédio foi construído em 1964 e chegou a abrigar toda a operação da Abril, incluindo o parque gráfico, as áreas administrativa e editorial. Desde 1997, com a mudança da empresa para Edifício Birman, na Marginal Pinheiros, somente a parte gráfica continuou operando na Marginal Tietê.
Pouco antes de entrar em recuperação judicial, em agosto de 2018 a Abril promoveu uma demissão em massa de 804 profissionais, entre gráficos, jornalistas, distribuidores e administrativos.
Após as demissões, quando deveria começar a pagar as verbas rescisórias, a empresa conseguiu aprovar na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais a sua entrada em recuperação judicial, o que garantiu a ela o direito de suspender a quitação do que devia aos trabalhadores, que ficaram sem receber férias, 13º salário, 40% de multa sobre o FGTS e horas extras.
Além dos 804 demitidos, quase 250 trabalhadores, que haviam sido dispensados em meses anteriores, e ainda recebiam as verbas rescisórias em parcelas, tiveram cancelados seus pagamentos.
O mesmo ocorreu com cerca de 200 freelancers, entre fotógrafos, diagramadores, revisores e produtores. Ao todo o número de profissionais sem receber da empresa chegou a 1250 profissionais.
Em 2015, o patrimônio pessoal dos então acionistas do Grupo, os irmãos Giancarlo, Victor e Roberta Civita, foi avaliado em 3,3 bilhões de dólares (a dívida trabalhista do Grupo Abril seria de aproximadamente 7% desse valor).