Palavra Aberta e UNESCO no Brasil anunciam parceria para Educação Midiática

Palavra Aberta e UNESCO no Brasil anunciam parceria para Educação Midiática

25 de abril de 2019
Última atualização: 23 de agosto de 2023
Aner


Iniciativa visa a formação de professores nos cursos de Pedagogia e Letras

Em evento realizado hoje, em Brasília, o Instituto Palavra Aberta e a UNESCO no Brasil anunciaram a parceria firmada entre as duas instituições para o desenvolvimento de ações focadas na formação de professores de Pedagogia e Letras para a Educação Midiática. Para as instituições, há uma excelente oportunidade para se trabalhar o tema nas escolas, pois está contemplado em diversas áreas da Base Nacional Comum Curricular (BNNC) — seja nas competências gerais ou em habilidades específicas.

A primeira ação conjunta será a construção de um currículo para formação de professores a partir de diretrizes já publicadas pela UNESCO e o trabalho por sua implementação em cursos de Pedagogia (Licenciatura) e Letras.

“Consideramos essencial a promoção da educação midiática e informacional diante da desinformação que vemos no ambiente da web. A informação real e de qualidade é um direito dos cidadãos e um pressuposto para uma sociedade democrática”, diz a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto.

A Presidente-Executiva do Palavra Aberta, Patricia Blanco, destaca que a parceria com a UNESCO para disseminar a Educação Midiática “é fundamental para o momento que vivemos no Brasil”.

“Nosso contexto tem exigido frequentemente a reafirmação da liberdade de expressão como um pilar da democracia. Nesse sentido, por meio dos professores, estaremos formando uma geração de cidadãos com habilidade de acessar, analisar, criar e participar do mundo da informação digital, sempre com olhar analítico e crítico”, afirma Patricia.

A UNESCO ressalta em sua proposta de matriz curricular que a Educação Midiática “aprimora a capacidade das pessoas usufruírem de seus direitos humanos fundamentais”, tendo como principais benefícios:

  • Capacitar os professores com conhecimentos que contribuam para a sua formação em educação midiática e informacional;
  • Transmitir conhecimentos cruciais sobre as funções das mídias e dos canais de informação nas sociedades democráticas.

A Educação Midiática presente na BNCC visa a entender como utilizar e criar informação de forma crítica e responsável. Entre as dez competências gerais presentes no documento, a que diz respeito à cultura digital prevê que o aluno seja capaz de “compreender, utilizar e criar tecnologias de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais”.

Além disso, temas como a análise e produção de notícias, as reflexões sobre o papel da publicidade e o entendimento sobre o ambiente da desinformação são habilidades contempladas no Campo Jornalístico-Midiático da BNCC para o Ensino Fundamental 2.

Para o Palavra Aberta, a Educação Midiática é um tema amplo e multidisciplinar, entendida como o conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático em todos os seus formatos — dos impressos aos digitais –, como requisito fundamental para a formação do cidadão e para o fortalecimento da democracia.

O encontro contou com as apresentações da Deputada Federal e Presidente Parlamentar Mista da Educação, Dorinha Seabra Rezende, do Gerente Geral do Canal Futura, João Alegria. A Deputada afirmou que a iniciativa das instituições é fundamental no momento atual e necessária a atuação colaborativa de vários atores na produção de um bom material que esteja à disposição dos professores e alunos. E que, cada vez mais, é preciso ter pessoas preparadas para a leitura crítica e seleção deste material. Salientou, também, que esta é uma responsabilidade, não somente do professor, mas de toda a sociedade.

Falando sobre as sociedades da informação inclusivas, João Alegria salientou que as instituições educativas, que já alfabetizam para a escrita e leitura, precisam também alfabetizar no domínio da mídia e dos audiovisuais. E para isso, deve-se considerar a formação dos professores, a introdução de componentes novos nos currículos escolares, mas, principalmente, a utilização e produção de mídia em parceria com crianças, adolescentes e jovens. Segundo ele, a educação pode e deve contribuir para a criação de condições mínimas para diversificar as formas de interação com a mídia.

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