O futuro da mídia de moda pós-pandemia
VOGUE – 09/04/2020
PAULA MERLO
Antes mesmo da pandemia que tem nos prendido em casa, o mercado editorial de moda já estava em transformação. O que o vírus fez foi acelerar o que já vínhamos mudando”, disse Daniela Falcão, diretora-geral das Edições Globo Condé Nast, à Paula Merlo, diretora de conteúdo da Vogue, em live no nosso Instagram.
Abaixo, listamos as principais tendências do mercado de mídia de moda:
Radicalização da digitalização: Alguns títulos que ainda existiam no impresso vão finalmente entender que nasceram para estar presentes apenas em plataformas digitais. Já os veículos tradicionais, que não tinham tanta rapidez em explorar recursos digitais e outras plataformas além do Instagram (pense em lives e o no TikTok), ficarão mais ousados ali. E se o sistema de bancas já estava em crise pré-pandemia, agora ela colapsa de vez. A maneira de consumir as mídias de moda vai ser através de lojas de varejo, via assinatura ou nos seus sites e mídias sociais.
Abrace seu nicho: As revistas vão focar cada vez mais nas suas comunidades, nas pessoas que de fato se interessam pelo conteúdo publicado, o tom usado, o time por trás da publicação. Quanto mais autoral, melhor. Quem compra ou acessa a Vogue é porque se sente parte dessa comunidade. A ideia de querer falar com todo mundo, deixa de existir. Quem quer agradar a todos, não fala com ninguém. Encontre seu nicho e abrace a sua comunidade de leitores.
Cada vez mais premium: As revistas passam a ser itens de colecionador, graças a diferentes formatos, texturas, conteúdo ousado. E isso não deve se restringir apenas aos títulos alternativos ou independentes. O mainstream vai inovar também. Pense na capa em branco da Vogue italiana ou na Vogue com a Marta Silva, um personagem surpreendente para os leitores do título.
O local é muito legal: Se antes da pandemia a Vogue já estava repensando a ideia de rodar o mundo para fazer seus editoriais (não é sustentável), agora que ninguém sabe quando poderá viajar de novo, a ideia é focar e valorizar nomes, comunidades criativas e destinos nacionais.