O “face to face” jamais será substituído

O “face to face” jamais será substituído

22 de abril de 2020
Última atualização: 22 de abril de 2020
Helio Gama Neto

PROPMARK – 22/04/2020

Renato Amaral

Quem um dia imaginou ter mais de 30 nações com suas fronteiras fechadas, ver hotéis (dos Hostels aos luxuosíssimos Plaza Athenée) vazios e fechados, ou pensou que dos quase 3 mil voos diários no Brasil restariam apenas 170, conforme informou a Associação Brasileira das Empresas Aéreas? Sim, o Turismo tem sido um dos mercados mais afetados do Planeta, e o segmento M.I.C.E. está dentro desta realidade, sofrendo de uma maneira ainda mais dura: 100% dos eventos físicos foram cancelados, deixando sequelas para toda a cadeia de eventos.

Tenho visto a avalanche de conteúdos que apontam a crise, mas ela é um caminho sem volta. O que vai diferenciar é a forma como estamos reagindo e nos preparando para a pós-pandemia, tendo a consciência de que esse “período” é passageiro, mantendo a equipe para conseguir uma retomada rápida e contando com a programação dos clientes para manter a roda girando.

E os questionamentos são muitos. As demissões do setor já atingem patamares inimagináveis, há dúvidas em relação às medidas do governo e a disponibilização das linhas de crédito aos informais, microempresários e empresas do setor, as consequências desta retração e, principalmente, a insatisfação em relação à postura de alguns setores da economia. Mas como superar essa paralização do mercado? Precisamos pensar rápido… e agir mais rápido ainda!

A questão aqui não é concordar ou discordar da necessidade da quarentena. Sou adepto da tecnologia, da liberdade de trabalho em qualquer local do planeta, afinal, trabalhando com eventos e viagens de incentivo, sou obrigado há muito tempo a viver conectado. Estou falando da importância de termos um plano de contingência urgente durante a crise, que quando passar, vai deixar uma pressão por resultados ainda maior do que a que vivíamos no início de 2020 e nos últimos anos. A verdade é que, no mundo dos negócios, o “show” tem que continuar, afinal, números sempre serão números. E isso é pensar também em vidas, em pessoas, no futuro de toda a nação.

Qual o futuro então da “indústria que junta pessoas” em importantes eventos no mundo? Passei a última semana conversando com diversos amigos do Trade, donos de agências de Live Marketing e também com clientes. Tentei entender o comportamento do mercado, os movimentos que estão se desenhando para os próximos meses pós-crise, e como fazer diferente para a realidade da minha equipe que esteve comigo durante todo este período e que não pode pagar o preço sozinha por um fator externo.

As indústrias necessitam estar ativas. O mercado PRECISA seguir seu planejamento desenhado antes da crise. As grandes marcas lançarão aquele produto que já está na linha de produção. As grandes empresas sabem que precisarão fazer uma reunião geral com a equipe deles para alinhar os próximos passos da companhia. As multinacionais seguirão com seus planos originais de premiações aos melhores vendedores, distribuidores, revendedores (principalmente aqueles que se destacaram no período da crise). Ou seja, a única certeza que todos têm é de que não iremos parar. E, se já temos esta certeza, por que não contribuirmos para que a economia continue a girar?

Em contrapartida, se as empresas não começarem um movimento para manter a economia andando e, inclusive, para garantir os empregos dos seus colaboradores, as pessoas passarão a consumir menos, as fábricas estarão superdimensionadas e aí toda a cadeia girará no sentido contrário. Ainda que os eventos híbridos ganhem força buscando interação entre pessoas enquanto elas não puderem se encontrar, o “face to face” jamais será substituído. Vivemos na era da experiência!

As crises aceleram mudanças e este momento requer uma via de duas mãos. Precisamos contar com a sensibilização das marcas em relação às práticas emergenciais para um mercado mais sustentável e, nós parceiros, nos mantemos estratégicos, apoiando nossos clientes na reestruturação de seus budgets e planejamentos do ano. Certamente, esta será a parceria de hoje para quando a tempestade passar.

Enfim, a colaboração é a nova competição. Precisamos trabalhar juntos para que se mantenham vivos os grandes e também os pequenos. Indivíduos, governos, organizações e empresas vão vencer se estiverem JUNTOS. Essa batalha é minha e sua. Pense rápido, mas aja mais rápido ainda, de preferência com a agilidade de uma startup.

Renato Amaral é CEO da TSB MICE Specialist


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Helio Gama Neto