‘O CONCEITO DE PRIVACIDADE NÃO TEM NADA DE ABSOLUTO’, DIZ PEDRO DORIA

'O CONCEITO DE PRIVACIDADE NÃO TEM NADA DE ABSOLUTO', DIZ PEDRO DORIA

25 de setembro de 2019
Última atualização: 25 de setembro de 2019
Helio Gama Neto

ÉPOCA – 24/09/2019

Gabriel Shinoahara

Na última segunda-feira 23, no tech talk “Cibersegurança: Usuários, Corporações e Governos sob ataque”, realizado por ÉPOCA e Metrópoles no Parque Tecnológico de Brasília, o jornalista Pedro Doria falou sobre privacidade na vida digital e garantiu: “O conceito de privacidade de absoluto não tem nada”.

Do Rio de Janeiro no século 18, onde as janelas das casas tinham treliças, para evitar que se olhasse para o que estava acontecendo dentro da residência, Doria traçou um histórico da privacidade que não deixou de passar, é claro, pela inteligência artificial. O jornalista falou, por exemplo, da análise de grandes bancos de dados, como o da Cambridge Analytica. A empresa tinha dados de muitos usuários do Facebook, incluindo curtidas e redes de relacionamento. Isso permitiu que ela construísse perfis e, a partir deles, direcionasse propagandas para cada usuário.

“São muito mais pontos do que isso, mas para vocês terem uma noção de como a coisa é aleatória. Pessoas que gostavam do partido republicano também costumavam gostar do estado de Israel, gostar de tênis Nike e chocolates kit-kat, são três exemplos aleatório. Eles mapearam uma quantidade imensa de traços que aparentemente não tem nada a ver com política, mas que caracterizam também e isso você não conseguia fazer manualmente, isso você faz através de software”, explicou. “Você já sabe que você está falando com uma turma que especificamente vai estar um pouco mais propensa ao seu discurso”, completou.

Doria falou ainda sobre automatização, com robôs e carros autônomos, e também sobre machine learning no mercado de trabalho. “Isso quer dizer também que tem várias profissões que vai embora. Várias profissões para as quais a gente usa o cérebro e no  entanto são de alguma foram repetitivas, vão ser extintas porque vão ser automatizadas por um software ou um software e hardware”, disse.

Ele as novidades não esão apenas na indústria, mas também nas residências. Doria mostrou robôs que fazem faxina, limpam vidros e até passam e dobram a roupa.  “Cada uma dessas máquinas na casa de vocês está coletando dados. Elas são ainda um pouco primitiva, mas conforme esses aspiradores ficam mais bacanas, eles vão ter o mapa inteiro das suas casas, vão saber quais cômodos ficam menos sujos e mais sujos, quais são mais usados. Todos esses dados que parecem dados aleatórios, você sai juntando esses bancos de dados e vão descobrir que você votou no Bolsonaro ou se você votou no Haddad”, afirmou.


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Helio Gama Neto