Neuromarketing, neurobusiness e neuromania

Neuromarketing, neurobusiness e neuromania

2 de outubro de 2019
Última atualização: 2 de outubro de 2019
Helio Gama Neto

MEIO&MENSAGEM – 01/10/2019

Bárbara Sacchitiello

O termo neuro está na moda. Eventos da indústria de comunicação, em todo o mundo, analisam e debatem como os conceitos de neuromarketing e neurociência podem ser utilizados pela indústria para tornar mais efetiva a conexão entre marcas e pessoas. Na edição 2019 do Maximídia, o assunto também veio à tona sob o olhar de Fabio Gandour, médico e PhD e Ciências da Computação e que, por anos, foi o cientista-chefe da área de dados da IBM Brasil.

Com base em seus estudos – e na vivência adquirida em trabalhos, palestras e eventos da indústria – Gandour afirmou que já não é mais possível tomar como garantia a fórmula do impacto da distribuição de uma mensagem, elaborada por Marshall McLuhan no século XX. “A fórmula nos diz que o impacto de uma mensagem é inversamente proporcional à ocorrência do fato comunicado nessa mensagem. Ou seja, quanto mais corriqueiro for um acontecimento, menos impacto ele tende a causar nas pessoas. Mas infelizmente essa fórmula tem funcionado pouco, sobretudo no âmbito das redes sociais. E o que tem anulado bastante essa fração são as fake news. Não conseguimos mais monitorar a probabilidade real de ocorrência dos fatos”, analisou Gandour.

E qual é a consequência dessa mudança para a indústria de publicidade e comunicação? Segundo o neurocientista, isso torna ainda mais complexa a previsibilidade do sucesso (ou do fracasso) de uma mensagem ao público-alvo e exigirá cada vez mais a presença de um olhar científico nas relações de consumo da sociedade.

“Existem oito neurotransmissores que definem o astral dos clientes em diferentes momentos, como adrenalina, dopamina, serotonina e outros. É a combinação e o equilíbrio entre esses neurotransmissores que irá definir o comportamento dos consumidores. Por isso, a utilização de conceitos científicos para lidar com a complexidade do mundo dos negócios já tem funcionado bem e será cada vez mais importante”, reforça.

Gandour deu alguns exemplos de como esses neurotransmissores podem ser estimulados pelas estratégias das empresas em relação aos seus clientes. Uma operadora de telefonia que renegocia uma dívida com um cliente, por exemplo, permitindo a ele que pague o mínimo do valor devido consegue criar uma reação de gratificação, que se transforma em uma relação de satisfação em relação àquela dívida – e, consequentemente, à empresa. Comportamento, tecnologia e negócios serão a combinação que determinará a relação das pessoas com as marcas”, definiu.


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Helio Gama Neto