Não à taxação do papel para os livros, jornais e revistas!

Não à taxação do papel para os livros, jornais e revistas!

16 de setembro de 2020
Última atualização: 23 de agosto de 2023
Aner

Fabio Arruda Mortara*

Não bastasse o enorme desafio da atual pandemia, estamos agora
frente à ameaça de taxação do papel destinado aos livros, jornais e
periódicos, como as revistas.

De um lado, o Brasil tem um dos menores índices de livros lidos por
habitante por ano, mesmo se comparado aos países vizinhos como
Uruguai, Chile e Argentina: são pouco mais de dois livros ao ano
apenas!

De outro lado, temos na educação a principal estratégia para
reduzirmos as desigualdades e fazermos do Brasil um país melhor.
Educação é ferramenta decisiva para termos um país mais democrático,
politicamente mais forte, economicamente mais justo, ambientalmente
mais sustentável.

O livro impresso, segundo os dados que temos em Two Sides,
continua sendo a mídia mais eficiente para educar. O texto impresso
favorece a compreensão e a memorização, em todas as etapas da
educação formal. O livro é instrumento fundamental para saldarmos
nossa imensa dívida educacional e recurperarmos o enorme atraso na
formação de jovens e adultos brasileiros.

É enganosa a ideia de que mídias eletrônicas podem substituir
plenamente a informação impressa. Novas forma de comunicação
continuam surgindo e se somando, de forma complementar. Assim, a
imprensa de Gutenberg, inventada há mais de cinco séculos, não
extinguiu as cartas manuscritas. Jornais, revistas, livros e revistas não
acabaram devido ao surgimento do rádio. Todas essas mídias e mais o
cinema não sucumbiram ao advento da televisão, contrariando os
rumores catastróficos difundidos durante tanto tempo.

Não há dúvida de que o livro digital é irreversível. Porém, isto não
significa o fim do impresso em papel, que é mais eficaz na
aprendizagem como já dissemos e muito sustentável ambientalmente

O importante é ter consciência de que o mercado da comunicação e do
entretenimento tem espaço para todas as mídias. Cabe a cada uma
delas desenvolver-se, agregar novas tecnologias, ampliar sempre a sua
qualidade e se adequar às demandas de uma civilização cada vez mais
inquieta e dependente da informação. Os livros estão cada vez mais
bonitos, bem impressos, com diagramação atrativa e capas instigantes e
irresistíveis. Suas tiragens, graças à tecnologia da impressão digital
adaptam-se às mais distintas demandas, títulos e mercados. O mesmo
aplica-se aos jornais e revistas, que também têm seu papel não
tributado, para estímulo à leitura, à informação, ao lazer.

Concluo lembrando que a taxação do papel, que hoje é imune, será
imenso retrocesso para o país e nos deixará ainda mais atolados no
atraso cultural e educacional em que nos encontramos.

*Fabio Arruda Mortara, M.A., MSc., empresário, é CEO de Two Sides
Brasil, CEO de Two Sides América Latina, ex-presidente da
Conlatingraf, da Abigraf Nacional, da Abigraf Regional SP, da ABTG e
do Sindigraf-SP.

Aner
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