MOL completa 15 anos com R$ 50 milhões doados e em busca do omnichannel

MOL completa 15 anos com R$ 50 milhões doados e em busca do omnichannel

23 de setembro de 2022
Última atualização: 17 de agosto de 2023
8min
Rodrigo Pipponzi
Márcia Miranda

23 de setembro de 2022

sócios editora mol
Rodrigo Pipponzi e os demais sócios da MOL: 15 anos e inovação constante

Há 15 anos, Rodrigo Pipponzi e Roberta Faria abriram a MOL, uma editora de impacto social. Criaram um modelo de negócio inovador e consistente, capaz de vender produtos editoriais por um preço acessível no varejo e ainda colaborar com instituições sem fins lucrativos.

O negócio da MOL completa este ano uma marca incrível: mais de R$ 50 milhões doados, desde 2008, para 174 ONGs e projetos sociais. As instituições se beneficiam das vendas de revistas e produtos educacionais em redes de farmácias, lojas de departamentos, de materiais de construção, petshops, supermercados e óticas, entre outras.

moeda comemorativa 50 milhões doados MOL
Moeda comemorativa pelos R$50 milhões doados pela MOL a instituições

Nestes 15 anos, a MOL amadureceu e tem uma estrutura de mais de 50 pessoas, entre elas lideranças capacitadas, com vontade de crescer e preparadas para tocar a parte executiva da empresa. A confiança do público e dos investidores é essencial para que o modelo de negócio funcione. Por isso, a transparência é uma característica cultivada com afinco pela turma da MOL.

“A gente sempre foi muito cuidadoso, criterioso… eu diria quase neurótico com a transparência, que precisa ser clara, didática, bem apresentada e comunicada em todos os canais”, explica Rodrigo. “Tudo que a gente faz tem transparência absoluta, é auditado, tem contas públicas. É preciso ter capacidade de se comunicar, mas também de construir relações com os nossos clientes, com nossos leitores, que é o mais legal. Estabelecendo uma relação, a confiança flui naturalmente”, diz Rodrigo, recomendando o Guia MOL de Produtos Sociais para quem quer mais dicas sobre o tema.

Novas frentes de negócios

E neste ano em que a MOL se torna uma “debutante”, Rodrigo Pipponzi está se preparando para deixar a posição de co-CEO e o dia a dia executivo da Editora para se concentrar na função de presidente do Conselho do Grupo MOL. Lá, ele pretende se dedicar a arquitetar e abrir novas frentes de negócio.

“Ao completar 15 anos é preciso fazer uma reflexão mais profunda sobre o que a MOL está se tornando e qual o papel de cada um dos sócios. A MOL é mais que uma editora. É protagonista nessa temática da filantropia, fortalecendo a cultura de doação, da responsabilidade social das empresas, da capacidade que a gente tem de influenciar as lideranças. Então, eu sou muito mais útil para a MOL agindo dentro deste campo estratégico”, explica.

Muito motivado com a função, Rodrigo Pipponzi falou, com exclusividade, sobre os planos para o futuro.

Olhando para a MOL, a gente tem a sensação de que as cabeças de vocês sempre fervilham de ideias. Como é o processo criativo de negócios de vocês?

A gente não para um minuto. Temos mais que pisar no freio do que acelerar (risos). A gente tem um cuidado grande com a governança da MOL, para ter clareza nos papéis de cada área e, ao mesmo tempo, espaço seguro para exercer a criatividade. Empreendendo em empresas menores, é muito fácil você ser engolido pela rotina e não parar para pensar.

E qual o papel da MOL, hoje?

prêmio MOL de jornalismo
O Prêmio MOL de jornalismo está com inscrições abertas até 9 de dezembro de 2022

Quando a gente projeta, como todo adolescente, de 15 anos, a gente está se autodescobrindo. Temos o desejo claro de escalar o nosso modelo tradicional para o varejo brasileiro. Estamos mergulhados na questão de como rechear nosso modelo com contrapartidas digitais, muito interessados em trabalhar com a educação do varejo para filantropia. Para isso, construímos uma plataforma chamada Varejo com Causa , em que a gente tem pesquisa, cases, talks…  a gente também pretende fazer cursos pela plataforma. Estamos no momento de reinventar os modelos que já existem e inventar novos que possam atrair empresas fora do comércio varejista, lideranças para parcerias… estamos em um momento de superebulição. Temos também o Instituto MOL, sem fins lucrativos para fomentar a cultura de doação no Brasil através da comunicação. Temos feito podcasts sobre cultura de doação, o Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade, o Descubra a sua causa, em parceria com o Idis, o Guia de Produtos Sociais… uma série de iniciativas para educar a população, pessoas físicas e jurídicas sobre a importância da cultura de doação. A MOL está em constante evolução para entender seu lugar no mundo.

O trabalho de vocês começou com a venda de produtos físicos. Dentro dessa reviravolta digital, como a MOL está se movimentando?

Quando começou a pandemia todo mundo falava: “Nossa, as lojas físicas vão morrer”. Quando fomos massacrados pelo digital, buscamos o equilíbrio das coisas e o consumidor omnichannel: às vezes você quer ir à loja física, às vezes quer pedir de casa, às vezes quer pedir de casa e buscar na loja, às vezes a preferência é 100% online ou 100% física… a sociedade se adapta a esse multicanal. A nossa fortaleza é muito física, porque é uma compra por comodidade. A pessoa está no varejo físico, experimentando o físico e a gente dá oportunidade de fazer a doação comprando um produto que é muito legal e  muito barato. Isso é uma fortaleza e não vai morrer… ao contrário, só cresce. A questão é: como eu transformo os produtos em omnichannel? Como criar mais contrapartidas para além de você simplesmente comprar um livro? Por exemplo se você comprar um livro sobre saúde mental, na MOL, como eu crio experiências para você acessar mais sobre aquilo nos canais digitais? Um podcast? Uma série no YouTube? Uma News que você vai receber? Um card para repassar? Um ambiente que pode dividir com alguém? É mais nessa linha que a gente enxerga o digital, como uma composição da experiência que começa no digital e a gente pode extrapolar para outros canais. A Sorria, por exemplo, no ano que vem, vai ter muitas novidades dessas contrapartidas digitais.

As pessoas andam tão afogadas por informação e muitas estão fugindo de tudo isso. O que você avalia como assuntos que ainda interessam ao público?

Temos desenvolvido com as instituições parceiras temas que passam pela pauta do cotidiano: saúde mental, sono, relação com a família, autoestima, temas que são muito contemporâneos, que todo mundo sofre, de alguma forma, com algo relacionado a isso. Esse são os grandes motes. As pessoas não querem mais ler conteúdos profundos. Então o que buscamos é transformar esses conteúdos em material muito facilmente digerível. Conteudo picado, em pílulas, muita ilustração, muitas histórias, porque as pessoas gostam de se ver no lugar do outro. Abusamos da identidade visual, dos traços da ilustração, tipografia e elementos que funcionam. Temos uma personalidade muito clara, tudo que a gente faz é original. Nossa diretora de criação, a Claudia (Claudia Inoue), está com a gente desde que a gente começou, praticamente… é socia da empresa. Essa soma dos temas mais latentes na sociedade, sem polemizar, buscando um tratamento visual que seja muito gostoso, leve e fácil de ser digerido.

Quer ver mais sobre o trabalho de Rodrigo Popponzi? Clique aqui e assista a esse episódio do Ciclo de Webinars da Aner sobre vendas além das bancas.

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Márcia Miranda
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