Menos impulsivo, consumidor está mais racional

Menos impulsivo, consumidor está mais racional

9 de maio de 2019
Última atualização: 9 de maio de 2019
Helio Gama Neto

MEIO&MENSAGEM – 09/05/2019

Amanda Schnaider

Se antes era conhecido pela impulsividade e emoção, o consumidor brasileiro está a cada diz mais racional. A partir de uma análise sobre o comportamento do consumidor brasileiro, um estudo da Box 1824, agência de pesquisa e consultoria de tendências em comportamento e inovação, identificou que a jornada de compra do brasileiro está mudando ao longo dos anos a partir do avanço tecnológico. A pesquisa está disponível na plataforma Gente da Globosat, que agrega pesquisas sobre comportamentos, histórias e tendências.

Segundo Henrique Diaz, diretor de planejamento da agência, o estudo foi feito por meio de profundas conversas com pessoas de todas as classes sociais e idades. “Acompanhamos a jornada de compra dessas pessoas em lojas físicas e onlines, e monitoramos os movimentos comportamentais e tecnológicos que acontecem fora do Brasil”.

O estudo aponta que o consumidor brasileiro que sempre foi conhecido com impulsivo, e movido pela emoção e desejo, com a virada dos anos 2000, passou a ser mais crítico em relação a tudo, especialmente àquilo que impacta diretamente sua rotina e, começou a comprar movido pela razão.

De acordo com a pesquisa, as referências tanto de pessoas conhecidas como de pessoas que influenciam o consumidor são fundamentais para a jornada de compra, principalmente entre os mais jovens. No momento em que estamos, é o comportamento dos consumidores que dita as regras do mercado.

Além disso, Diaz comenta que a nova jornada de compra tem como ponto de partida a relação das pessoas com a tecnologia que faz com que elas estejam conectadas em qualquer lugar. “Essa hiperconexão é a base para mudar a forma como as pessoas compram e consomem”, afirma o diretor de planejamento da agência.

Sete tendências para entender o comportamento do consumidor brasileiro (Crédito: Reprodução/Box1824)

Com base nessas análises, a pesquisa elencou sete tendências para compreender o consumidor brasileiro.

1. Owner Mindset: pensando e agindo como sócio
Essa tendência avalia que o consumidor passou a agir como sócio da marca. Ou seja, ele passa a comprar de determinada marca para dar apoio aos seus valores e causa, que são compartilhadas entre eles, para que essa marca continue existindo.

2. Z-Store: a loja pensada pelo olhar da Geração Z
O varejo tende a operar o online e off-line de maneira segregada, mas com a fusão entre real e digital, a relação estabelecida on e off-line passam a condicionar as escolhas dos consumidores com base nas características de cada universo, impulsionando cada vez mais a simbiose entre as duas realidades e o que cada uma oferece.

3. Algorithm Play: hackers de algoritmos
Essa tendência entende que o consumidor simula cenários para chegar à melhor compra, logo, compreender o funcionamento dos algoritmos é essencial para ter os melhores resultados.

4. Money Puzzle: o tabuleiro das formas de pagamento
Com o passar dos anos, o consumidor amadureceu sua forma de pensar na vida financeira, com isso, a forma de pagamento também passou por mudanças: o consumidor passa a escolher de modo mais ponderado e assertivo.

5. Ubiquitous Delivery: a entrega possível em todos os lugares
O imediatismo da vida moderna fez com que as noções de prazo e formas de entrega se reinventassem para atender às demandas e urgências dos consumidores. Desde aplicativos que permitem a compra e entrega imediata até a oferta de retirada em canais distintos de acordo com a comodidade oferecida.

6. Reputation Era: o poder dos comentários
É importante criar uma base de relacionamento com consumidores, pois na era da convivência entre digital e real, o que as pessoas falam das marcas e dos produtos pode construir ou destruir a reputação de uma marca.

7. Cinderela Mode: do bom e do melhor momentaneamente
Atualmente uma das principais necessidades dos consumidores é ter algo necessário momentaneamente e não permanentemente, ou seja, as marcas precisam ter estratégias que cabem no bolso dos consumidores e que momentaneamente possibilitam a satisfação dos desejos sem o compromisso da perenidade.

Diaz comenta que o mundo está em uma velocidade muito rápida, por isso, existem marcas que têm dificuldade em acompanhar isso, mas ao mesmo tempo, existem marcas que já estão entendendo esse movimento. “As marcas que estão demorando para entender, são as que estão perdendo relevância”, finaliza o diretor.


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Helio Gama Neto