Mary Meeker: Uso de dispositivos móveis ultrapassa televisão

Mary Meeker: Uso de dispositivos móveis ultrapassa televisão

14 de junho de 2019
Última atualização: 14 de junho de 2019
Helio Gama Neto

MEIO&MENSAGEM – 14/06/2019

Ethan Jakob Craft e George P. Slefo, do AdAge

A analista Mary Meeker lançou nesta semana seu relatório Internet Trends 2019, na Code Conference, da plataforma Recode, em Nova York. Já é uma tradicional apresentação, entre as mais aguardadas, que abordou um amplo leque de questões digitais, que vão do crescimento da criptografia até a conectividade da raça humana.

Neste ano, o relatório contou com 333 páginas de slides. O número representa um crescimento na comparação com as 280 páginas do ano anterior. E enquanto alguns dos insights de Mary podem parecer óbvias (serviços de assinaturas têm atraído mais consumidores por meio de períodos de experiência), outras observações são mais inspiradoras (Fortnite hoje é mais uma plataforma social do que um game).

Em abril, Meeker deixou a Kleiner Perkins Caufield & Byers, sua parceira de longa data, para se unir a Bond Capital, novo fundo de investimento tecnológico que já levantou mais de US$ 1,25 bilhões e produziu o relatório deste ano. Veja a seguir 12 conclusões centrais para os líderes da indústria. Josh von Scheiner, fundador e diretor criativo de na agência de mídia social VonShine Industries, Wes MacLaggan, VP sênior de marketing da Marin Software, e Frost Prioleau, CEO at Simpli, e Jordan Fox, fundador da MMP Digital, colaboraram com insights sobre esses temas:

1. Pela primeira vez, os americanos passaram mais tempo em dispositivos móveis do que assistindo televisão. Uma estimativa de 2019 aponta que os adultos gastaram uma média de 226 minutos (mais de três horas e meia) em seus celulares, comparados com 216 minutos na TV. Há dez anos, a televisão reinava com 266 minutos por dia enquanto o mobile atraía por apenas 20 minutos.

“Os jogos estão preparando caminho, mas podem eventualmente migrar – em alguns casos já o fez – para outras facetas sociais. Dispositivos móveis se tornaram poderosos o suficiente para transformar a geografia. A velocidade dos dados se tornou rápida o suficiente para tornar isso conveniente a qualquer momento. O resultado é que digitalizando os espaços, criamos oportunidades de a socialização finalmente mergulhar na finalidade profunda do digital” – Josh von Scheiner

2. Video games multiplayer como Fortnite, que conta com mais de 250 milhões de usuários ativos (a maioria menores de 17 anos), estão cada vez mais se tornando redes sociais. Isso acontece, em grande parte, graças a eventos como o show do DJ Marshmello, que atraiu cerca de 11 milhões de pessoas no jogo. O crescimento também é alimentado por plataformas como Twitch e Discord, que atuam como um novo espaço de interação para a geração Z.

3. Um número crescente de pessoas está usando imagens na comunicação: Mais de 50% de todos os tuítes, por exemplo, agora incluem imagens. As pessoas também estão tirando mais fotos do que nunca e plataformas como Instagram estão amplificando esse novo estilo de comunicação digital.

“O texto é realmente um modo de comunicação aquém do ideal. Nós estamos traduzindo ideias e emoções em símbolos e esperamos que sejam decodificados da forma certa. Quanto mais visual nossas plataformas de comunicação se tornarem, melhores narrativas os anunciantes podem fazer” – Josh Von Scheiner

4. Pela primeira vez, mais da metade da população global foi identificada como usuários de internet. Em 2018, o relatório indicou que aproximadamente 3,8 bilhões de pessoas – 51% da população da Terra – está conectada com a internet, comparados aos 3,6 bilhões (49%) em 2017.

5. Novas plataformas estão emergindo como hubs para as verbas de publicidade na internet. Amazon, Twitter e Pinterest coletivamente apontam aumento de seis vezes no crescimento ano a ano, desde 2017. Ainda assim, Google e Facebook reinam supremos e continuam a crescer.

“As linhas entre pesquisa, social e e-commerce continuam borradas. Facebook e Google devem olhar no retrovisor para perceber que a Amazon está mais perto do que eles imaginam. O relatório de Meeker aponta que o montante publicitário cresceu 2,6 vezes na receita da Amazon, mas o que ela não notou é que os outros estão entrando na onda – Instagram, Google e até o Walmart fizeram movimentações competitivas no mercado” – Wes MacLaggan

6. Em 2018, americanos adultos passaram uma média de 6h15 por dia interagindo com a mídia digital – o tempo foi amplamente dividido entre devices com 3h45 e computadores desktop com duas horas. A quantidade de tempo que o americano passa online por dia deu um salto de 7%, desde 2017. Agora, o montante indica mais que o dobro de horas que a população passava online em 2010.

7. Testes gratuitos são a ferramenta de marketing mais efetiva para os serviços de streaming online para atrair novos usuários, com 42% dos consumidores listando “teste gratuito” como a razão mais convincente para testar um novo serviço.

8. Um crescente número de adultos afirmam estar online “quase constantemente”. Entre os americanos, 26% raramente se desconectaram da internet em 2018. Na faixa entre 18 e 29 anos, esse número chega a 39% de acordo com um estudo da Pew Research citado no relatório Meeker.

9. De acordo com a Nielsen, a maior parte da audiência da TV é multiplataforma e multitarefa: 88% dos usuários afirmam que usam outro device enquanto assistem TV e 71% buscam por conteúdos relacionados para o que estão acompanhando.

10. Plataformas de mensagem oferecendo criptografia de ponta a ponta, de modo automático ou opcional, estão ganhando popularidade rapidamente, com serviços seguros como Telegram e WhatsApp superando o crescimento de serviços não criptografados como Twitter e WeChat. No começo deste ano, 87% do tráfego online foi criptografado em comparação com apenas 53%, em 2016.

11. Apesar das pessoas estarem passando mais tempo online, a receita publicitária no digital está desacelerando. O relatório afirma que a verba de anunciantes no digital cresceu 20%, uma queda no percentual anterior de 29%.

12. Segurança e regulamentações como a GDPR, a Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia e a LGPD no Brasil também contribuem para a desaceleração. A consciência de privacidade está crescendo e a indústria de tecnologia tem realizando mudanças nessa frente. Com isso, soluções que colocam o usuário em primeiro lugar vão remodelar o cenário.
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Helio Gama Neto