Como o licenciamento pode monetizar revistas?

Como o licenciamento pode monetizar revistas?

20 de agosto de 2025
Última atualização: 21 de agosto de 2025
7min
LicensingCon 2024 feira de licenciamento em São Paulo com Grupo Abril. Foto: Divulgação EPGrupo/Maneko Alves
O licenciamento pode ser uma fonte de receita alternativa para revistas. Foto: Divulgação EPGrupo/Maneko Alves
Márcia Miranda

Nos próximos dias 27 e 28 de agosto, o EP Grupo estará promovendo na Vila dos Ipês, na Vila Leopoldina (SP), mais uma edição da LicensingCon Latam. O evento, que tem o apoio da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), reúne algumas das maiores marcas e especialistas em licenciamento de todo o país. E é uma oportunidade para que os publishers associados tenham acesso a novos modelos de negócios, que ampliam as chances de monetização.

Conversamos com a CEO do EP Grupo e presidente da Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens – Abral Licensing International, Marici Ferreira para saber mais sobre como esse segmento pode se integrar ao mercado publishing.

LicensingCon 2024 feira de licenciamento em São Paulo Marici Ferreira com troféu. Foto: Divulgação EPGrupo/Maneko Alves
Marici Ferreira com o troféu do Prêmio LicensingCon 2024. Foto: Divulgação EPGrupo/Maneko Alves

Marici será uma das palestrantes convidadas do Summit Aner – O futuro da monetização é hoje, que acontece no dia 1o. de outubro e já está com inscrições abertas.

Marici Ferreira card Summit Aner licenciamento para monetização de revistas

O que os editores de revistas precisam entender para enxergar o licenciamento como um modelo de negócio viável?

O licenciamento não é só “usar uma marca bonita”, é alavancar um ativo intelectual. Muitos editores ainda veem o licenciamento como algo “decorativo” ou apenas publicitário. É fundamental entender que licenciar uma propriedade é utilizar valor de marca, reconhecimento e desejo já existentes para impulsionar um produto editorial. É um modelo de transferência de valor afetivo e comercial, não só de identidade visual.

LicensingCon 2024 feira de licenciamento em São Paulo com Minions. Foto: Divulgação EPGrupo/Maneko Alves
Foto: Divulgação EPGrupo/Maneko Alves

Quais são os principais tipos de ativos que podem ser licenciados e quais deles você considera mais relevantes para empresas de mídia, como editoras de revistas, considerando seus produtos e audiência?

Principais tipos de ativos que podem ser licenciados são personagens e propriedades do entretenimento,
marcas corporativas ou de consumo, celebridades e influenciadores, marcas de moda e design, instituições e causas, obras artísticas, filmes e franquias culturais, clubes esportivos e ligas, marcas próprias de influenciadores ou canais de mídia. Os mais relevantes para empresas de mídia são os personagens infantis e juvenis (entretenimento), as franquias culturais e filmes e as celebridades e influenciadores digitais. 

Para editoras de revistas, os ativos mais relevantes são aqueles que já têm uma base de fãs engajada, possibilitando formatos seriados ou colecionáveis que agregam valor ao conteúdo editorial. O licenciamento, nesse contexto, não só reforça o vínculo com o público como também abre novas possibilidades de monetização e distribuição.

Além do modelo de remuneração, o licenciamento também pode funcionar como uma estratégia de marketing para fortalecer a marca e a conexão com o público, certo?

O licenciamento vai muito além do modelo de remuneração por royalties — ele é também uma poderosa estratégia de marketing e construção de marca que entrega, além do faturamento: expansão de presença da marca em novos territórios, fortalecimento de vínculo emocional com o público, acesso a novos públicos e canais, alavanca ações promocionais e ativações de marca, reforço de atributos e posicionamento e criação de experiências de marca. O licenciamento permite que a marca ganhe
“vida” no mundo real — e não apenas como comunicação. O consumidor não só vê a marca, mas usa, lê, veste, interage com ela. Licenciar é ampliar a força de uma marca para além da mídia original. É transformar imagem em experiência, afinidade em desejo, e conteúdo em presença contínua no cotidiano do consumidor.

LicensingCon 2024 feira de licenciamento em São Paulo Marici Ferreira com Rodrigo Paiva e Monica Souza MSP. Foto: Divulgação EPGrupo/Maneko Alves
Marici Ferreira com Rodrigo Paiva e Monica Sousa no LicencingCon2024. Foto: Divulgação EPGrupo/Maneko Alves

Quando os publishers de revistas chegarem à LicensingCon Latam, o que eles devem
observar? Com quem eles devem travar os primeiros contatos?

Observar as marcas que estão com estandes, ativações e lançamentos e se atentar a pontos como: público-alvo, o histórico dessa IP,  se há novos conteúdos  (filme, série, game) e se a marca tem apelo para colecionáveis, fascículos, edições especiais… Pensando, ainda, neste nicho é interessante checar se há novas marcas entrando em papelaria, livros ou publicações e quais propriedades estão sendo exploradas em produtos editoriais ou educativos.

Conversar com os agentes de licenciamento é uma ótima oportunidade, pois eles representam marcas e
podem  indicar oportunidades viáveis para revistas, afinal  conhecem as diretrizes da marca representada, o que pode ou não ser feito, e ajudam a construir propostas. O formato do LicensingCon Latam promove conversas com todos os expositores, além do networking com visitantes de outros mercados. 

Para aproveitar melhor o evento, o publisher pode levar um portfólio físico ou digital (QR code) com exemplos de revistas já feitas, preparar perguntas rápidas para entender o interesse da marca em produtos editoriais, observar ativações visuais: muitas ideias para capas, formatos e narrativas
surgem ali. É recomendável também participar das palestras, que oferecem informações de mercado, de marcas e uma série de insights.

Para um editor que está pensando em entrar no mundo do licenciamento, qual seria o seu principal conselho para começar de forma estratégica e sustentável?

Comece pequeno, mas comece certo: escolha uma propriedade com afinidade real com seu público e estabeleça uma parceria sólida com o detentor da marca. Licenciamento não é só sobre “ter uma marca na capa” — é sobre construir valor junto. Escolher uma IP que faça sentido para o seu público (em faixa etária, linguagem e formato) é o primeiro passo para que o produto seja relevante e tenha aderência real nas bancas, nas plataformas digitais ou em ações promocionais. Busque marcas que estejam abertas ao diálogo, que ofereçam suporte editorial e de marketing, e que entendam o seu canal como uma extensão do universo da IP — não apenas como uma vitrine temporária. 

Comece com um projeto-piloto: uma edição especial, um fascículo, um kit com brinde, ou até um conteúdo digital exclusivo. Isso permite medir o interesse do público e ajustar o modelo antes de escalar. Pense desde o início em como essa propriedade pode desdobrar: série contínua? Coleção
temática? Produto sazonal? Com esse planejamento, você cria sustentabilidade e longevidade, e não apenas um pico de venda.

As inscrições para a LicensingCon Latam 2025 estão abertas! Saiba como participar clicando aqui.

Associados Aner têm convite especial para assistir às palestras no auditório do evento! Consulte-nos pelo WhatsApp!

Seja um associado Aner e colabore no fortalecimento do mercado editorial! Clique aqui e saiba mais.

Serviço:

LicensingCon Latam 2025

Dias 27 e 28 de agosto
Horário da feira: 10h às 19h
Horário das palestras:  8h às 12h.
Local: Espaço Vila dos Ipês [Avenida Mofarrej, 1505, Vila Leopoldina, São Paulo – SP]
Evento B2B. Não é permitida a entrada de menores de 18 anos.

Inscrições: https://licensingcon.com.br/

Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.