Como os jornalistas do Reino Unido usam IA?

O Instituto Reuters para o jornalismo acaba de divulgar uma pesquisa sobre como os jornalistas do Reino Unido estão usando IA em sua rotina diária. Além das tarefas de processamento de linguagem (tradução, legendagem, transcrição), os profissionais de imprensa também estão usando as ferramentas de inteligência artificial para pesquisa de pautas, geração de ideias e rascunhos iniciais de artigos. O relatório também mostra que já começam os primeiros passos para criação de imagens e vídeos.
A pesquisa foi realizada entre agosto e novembro de 2024 com 1.004 jornalistas do Reino Unido.
O uso das ferramentas de IA é mais constante entre jornalistas mais jovens e com maior responsabilidade gerencial. Apesar da utilização mais constante, 62% dos entrevistados consideram a tecnologia uma grande ameaça ao jornalismo, principalmente por conta da confiança pública e a originalidade do conteúdo. Pelo menos 62% dos jornalistas que produzem em cinco ou mais formatos utilizam IA uma vez por mês, em comparação com 48% daqueles que produzem em um único formato.

Tarefas específicas em que os jornalistas mais utilizam a IA
As tarefas de processamento de linguagem lideram a lista:
1. Transcrição/legendagem: 49% dos jornalistas do Reino Unido utilizam IA para essa tarefa pelo menos mensalmente. Esta é a tarefa mais frequente auxiliada por IA.
2. Tradução: 33% utilizam a IA pelo menos mensalmente.
3. Verificação gramatical/revisão de texto: 30% utilizam a IA pelo menos mensalmente.
Quando as tarefas são classificadas pela proporção de jornalistas que usam IA diariamente, as classificações mudam ligeiramente, com a verificação gramatical/edição de texto (14%) liderando, seguida por transcrição/legendagem (8%) e tradução (5%). A “geração de partes de artigos de texto (por exemplo, manchetes)” e a “pesquisa de pautas” estão empatadas em quarto lugar no uso diário (4%).
• Pesquisa de pautas: 22% dos jornalistas usam IA para essa tarefa pelo menos mensalmente.
• Geração de ideias/brainstorming: 16% utilizam pelo menos mensalmente.
• Geração de partes de artigos de texto (por exemplo, manchetes): 16% utilizam pelo menos mensalmente.
Por outro lado, a IA é raramente usada para geração de áudio (apenas 4%) ou vídeo (2%).
Diretrizes sobre uso de IA ainda estão centradas em controle humano
A maioria dos jornalistas do Reino Unido (60%) afirma que seu principal veículo de comunicação estabeleceu protocolos ou diretrizes de IA sobre pelo menos uma das questões abordadas no estudo.
Os temas mais frequentemente cobertos por essas diretrizes são:
• Supervisão e controle humanos: 44% dos jornalistas relatam protocolos nesta área.
• Privacidade e segurança de dados: 43%.
• Transparência: 42%.
• Áreas de aplicação (para que a IA pode ser utilizada): 41%.
• Prestação de contas/responsabilidade: 40%
Apenas 27% dos jornalistas relatam ter diretrizes sobre questão do viés e da imparcialidade da IA. 79% deles afirma que as diretrizes éticas são atualizadas conforme necessário, em vez de em intervalos fixos e regulares (18%). Os veículos públicos são mais propensos a protocolos e diretrizes de IA do que os veículos de propriedade privada/comercial
Veja alguns exemplos de como as organizações estão abordando o uso de IA
Por conta da baixa aceitação pública de conteúdo jornalístico audiovisual gerado por IA, o New York times decidiu não usar inteligência artificial para manipulação de fotos ou vídeos que representes eventos ou situações reais. Já a BBC adota a política de ser mais permissiva em relação ao uso de IA nos processos que incluem informações, insights e análises do que nos processos de produção criativa, de conteúdo para publicação diretamente.
A pesquisa completa pode ser consultada na página do Instituto Reuters.
*Essa matéria foi criada com apoio do NotebookLM para organização de dados.


