Café com Aner especial tira dúvidas sobre o projeto Acelerando com Aner e ANJ

Café com Aner especial tira dúvidas sobre o projeto Acelerando com Aner e ANJ

14 de dezembro de 2021
Última atualização: 24 de agosto de 2023
10min
Márcia Miranda

14 de dezembro de 2021

Mais de 120 pessoas participaram nesta tarde do Café com Aner edição especial sobre o projeto Acelerando com Aner e ANJ. Durante o encontro, os participantes puderam tirar dúvidas com os especialistas Guilherme Ravache, coordenador do programa; Johanna Carrillo, vice-presidente de Programas do International Center for Journalists (ICFJ); e Maíra Carvalho, líder de parcerias da Meta, sobre como inscrever seu projeto de transformação digital no programa realizado pelas instituições em parceria com a Aner e a ANJ.

“A participação em programas assim empodera as pessoas. Elas se tornam mais estimuladas a seguir adiante e a desbravar novos horizontes, disse a diretora-executiva da Aner”, Regina Bucco.

“A adesão comprova o interesse muito grande que a indústria jornalística brasileira tem de se modernizar, e de se transformar. Contamos com o bom andamento do projeto para que a gente possa melhorar a nossa missão de informar à população brasileira”, afirmou o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira.

Links importantes na Comunidade no Facebook

Hoje mesmo a comunidade no Facebook, criada para os treinamentos conjuntos entre Aner e ANJ, já vai disponibilizar um link com modelos de projetos bem-sucedidos que tiveram o apoio do Acelerador. Na semana que vem, vai receber o link com o formulário que deverá ser preenchido por todos os interessados no financiamento e na mentoria oferecida pelo projeto.

Quem ainda não se cadastrou na comunidade deve visitar o link do Grupo Acelerando com Aner e ANJ (clique aqui!) e se inscrever.

Quem pode participar da fase de seleção de projetos para mentoria?

JOHANNA: Para participar é necessário que a empresa tenha pelo menos dois funcionários inscritos nas palestras e com participação em no mínimo, 75% das palestras já realizadas.

Johanna Carrillo

Que tipo de projeto pode ser incluído?

JOHANNA: Pode incluir um novo modelo de negócios, um projeto baseado em jornalismo de dados, implementação de paywalls, criação de novos produtos digitais… só não pode inscrever uma ideia que já esteja em prática e que seja mais do mesmo que se faz atualmente. É a oportunidade de fazer algo novo.

Como será o processo de inscrição?

JOHANNA: Preparamos um formulário com perguntas-chave, de forma que as ideias e orçamento fiquem claros o bastante. O roteiro é muito simples e inclui o nome da empresa, nome dos membros do grupo, o nome de um líder da equipe, porque o ideal é que este interlocutor fique responsável por conversar com o mentor do grupo. O formulário também pede que seja escolhida uma língua para realização da mentoria. O ICFJ tentará trazer um mentor que fale português, mas se a equipe tiver pessoas que falem inglês, isso pode facilitar o processo.

Como será o detalhamento do projeto?

JOHANNA: As perguntas do formulário vão ajudar a organizar as ideias, mas é importante que a equipe tenha em mente, de forma bem clara, o que deseja realizar. Uma das perguntas é um elevator pitch em que o candidato deverá explicar o projeto usando duas a três. Se não consegue gfazer isso, é sinal que a ideia não está clara e será necessário voltar à equipe e procurar uma nova maneira de explicar.

Qual tipo de despesa posso incluir no projeto?

JOHANNA: Pode incluir tudo menos bebidas alcoólicas e salários de funcionários. Os investimentos precisam ser sustentáveis. Se for escolher o pagamento de um serviço, como a criação de um site por exemplo, ele deve ser útil por muito tempo para a empresa. Isso precisa ser considerado. O mesmo em relação a equipamentos. Pense em equipamentos que possam efetivamente trazer vantagens por muito tempo. Eu sempre recomendo o investimento em treinamento. É importante que as pessoas tenham em mente que a transformação digital não vai ser decidida com esse fundo, mas ele vai dar o pontapé inicial em algo que vai ser inovador. Esse valor investido deve servir para que se construa uma jornada. Mudança em geral não é algo que acontece em um mês ou uma semana. É uma jornada que precisa efetivamente caminhar.

Guilherme Ravache

GUILHERME: Quando participei pela revista Caras, usamos parte dos recursos para treinamento e outra para compra de câmeras e celulares… A área cresceu tanto que se pagou e conseguiu gerar receita para a revista.

É possível participar da mentoria sem o recebimento de investimento?

JOHANNA: Preciso falar com a Meta para ver se podem aprovar, mas por parte do ICFJ tá tudo bem. Os fundos são importantes mas o mais relevante são treinamento e mentorias.

Como devo responder o formulário?

JOHANNA:O formulário é fácil, mas é preciso pensar bem em suas respostas. Fazemos a seleção com base nas respostas e queremos saber se o que está propondo é diferente, inovador em relação ao que já tem em andamento. Queremos saber se a proposta é sustentável, se o orçamento corresponde à sua ideia. Se pede um equipamento e não menciona como vai usá-lo, não faz sentido.

Existe limite de inscrições de projetos? Empresas dentro de uma mesma organização podem inscrever projetos diferentes?

JOHANNA: Sim, podem.

Quantos projetos serão selecionados?

JOHANNA: Ainda não sabemos. Temos dinheiro para muitos projetos, 25, 20, mas não quero falar um número. Primeiro queremos ver como são as propostas e somente depois vamos decidir.

Posso contratar um desenvolvedor, com esses recursos?

JOHANNA: Sim, se for sustentável, se ele vai produzir uma ferramenta ou site, algo que vai ser bom por anos. Mas se é uma pessoa que vai participar de um projeto e depois você não vai ter mais dinheiro para pagar, não vale a pena.

Quantas equipes o mentor atende por vez?

JOHANNA: ICFJ tem um mentor para cada quatro ou cinco equipes. As chamadas pelo Zoom podem ter entre dois ou três pessoas da equipe, mas a comunicação é mais efetiva quando apenas um participa e repassa as informações aos outros.

Posso inscrever mais de um projeto?

GUILHERME:  Às vezes é melhor se dedicar a um projeto do que vários. Um por marca. Mais de um projeto para uma mesma marca pode ser desafiador, porque demanda muito da equipe.

O projeto pode envolver outras redes sociais além do Facebook e suas marcas?

JOHANNA: Sim, pode. Não é um programa da Meta. É um programa que vai além, para que a gente consiga fazer com que o jornalismo cresça. É claro que se as plataformas da Meta forem relevantes para o projeto, será muito bom. Mas se não forem, não haverá problemas. Podem considerar todas as marcas relevantes na vida dos brasileiros; isso inclui buscadores, aplicativos de vídeos curtos e plataformas de vídeospor streaming… Se desconsiderarem, o projeto pode não ser suficientemente forte para a transformação.

Qual o papel do mentor?

JOHANNA: Os mentores serão responsáveis por garantir que a equipe está trabalhando no que prometeu. No fim do programa, todas as redações vão compartilhar seus sucessos.

GUILHERME:  Eu sou mentor em alguns lugares e posso dizer: a gente sai do projeto mas o projeto não sai da gente (risos). Mas é preciso que a equipe se dedique, que seja pontual, execute as tarefas como combinado. O mentor não vai fazer mágica sozinho.

Como será o relato dos casos?

JOHANNA: O ICFJ quer saber de todas as lições aprendidas, sejam sucessos ou fracassos. Queremos saber o que vc aprendeu com o processo.

Há algum lugar onde podemos ver projetos selecionados anteriormente?

JOHANNA: A página do Meta Journalism Project tem resultados bem-sucedidos de diversos Aceleradores que já realizamos em várias partes do mundo. São projetos que concorreram com outros da América Latina. Talvez a escala seja diferente, mas os desafios são próximos, com trabalhos de transformação de marcas, por exemplo. Vamos colocar o link na comunidade Acelerando com Aner e ANJ.

Como funciona a comunidade?

GUILHERME: Ela está aberta para a participação de todos os inscritos no Programa. Denys Grellmann, da 100fronteiras que já participou de outros programas semelhantes, como o voltado para jornalismo local sustentável da Abraji, pode falar do quanto é importante participar.

Denys Grellmann, da 100fronteiras

DENYS: A Comunidade muito interessante, porque é lugar onde podemos encontrar pessoas que têm os mesmos desafios de vocês. A melhor coisa é o compartilhamento de informações que fica pra sempre!

Como detalhar o orçamento?

JOHANNA: As linhas de orçamento não precisam ter valores exatos, apenas uma estimativa. O candidato pode fazer mudanças, depois que receber os fundos. Afinal ele vai trabalhar com um mentor que é especialista e pode ajudar a pensar no orçamento de uma maneira diferente.

Como é feita comprovação dos gastos?

JOHANNA: Não precisa. O ICFJ não vai pedir.

Além do formulário, haverá alguma entrevista ou processo de seleção?

JOHANNA: Não tem. Mas se o ICFJ tiver perguntas, pode pedir mais informações

Quando o formulário será divulgado? Pode ser preenchido em português?

JOHANNA: Na próxima semana todos receberão o link do formulário por email, mas ele também será publicado na comunidade. O prazo para preencher o formulário vai até o dia 27 de janeiro. E sim, ele pode ser preenchido em português.

Teremos que atingir metas?

JOHANNA: Os projetos precisam ser mensurados de alguma forma. As metas serão estabelecidas por vocês. Já tive casos de jornais que não sabiam trabalhar com KPIs e resolveram incluir especialistas para ensinar à equipe como fazer a mensuração, como medir o sucesso dos esforços. Achei a ideia muito boa!

Há um tempo mínimo e máximo para executar projeto?

JOHANNA: O projeto não termina em um dia. Pode terminar um ano ou depois. Há equipes em que o Acelerador ainda está reverberando há dois anos. Mas é necessário que haja um retorno sobre a mentoria desenvolvida e sobre as experiências realizadas.

Ainda tem dúvidas?

Se você ainda tem dúvidas, clique aqui e mande sua pergunta na comunidade Acelerando com Aner e ANJ!

Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.