As novidades da Comissão de Inovação Digital da Aner

As novidades da Comissão de Inovação Digital da Aner

15 de outubro de 2021
Última atualização: 24 de agosto de 2023
7min
Márcia Miranda

15 de outubro de 2021

A criação da Comissão de Inovação Digital (CID) é uma das iniciativas da presidência da Aner para unir os editores e discutir temas que beneficiem o segmento de uma forma geral. À frente da equipe, formada por publishers de diversos segmentos, está Demetrios dos Santos, diretor de Operações na CartaCapital e publisher na LiteraRUA. Ele conversou conosco sobre as movimentações que a CID vem realizando e destacou, entre as ações, o Ciclo de Webinars e a parceria com a Marfeel.

Quais os principais objetivos da Comissão? Por que uma Comissão Digital?

O objetivo é tentar legar conhecimento sobre este ambiente para os editores. O que percebemos é que muitos editores são especialistas em produzir, pautar e resumir conteúdo, mas há uma grande dificuldade de entender como fazer isso no ambiente digital. Não só do ponto de vista da produção, mas também do ponto de vista de apresentação deste conteúdo: se vai ser capitalizado, se vai ser ancorado com base em uma assinatura… O objetivo da Comissão de Inovação Digital é discutir esses caminhos, para que o editor descubra como vai trabalhar esse conteúdo que ele já produz — normalmente com muita exatidão e assertividade — como vai levar esse conteúdo de maneira segura para o ambiente digital.

Quais os maiores desafios que os associados estão enfrentando no momento na área digital?

Um dos maiores desafios é como transformar o conteúdo em negócio viável. Se você simplesmente transpõe esse conteúdo para um website e não tem modelos de monetização, dificilmente a conta vai fechar. O maior desafio é disponibilizar o conteúdo de forma que faça sentido do ponto de vista monetário da operação. Esse é um dos principais temas que discutimos na Comissão de Inovação Digital. Mas também há outros temas em pauta, como a viabilidade do nosso modelo tradicional. As formas de trabalhar esse conteúdo: será que é só através de site ou pode atrelar a um aplicativo? Podemos fornecer nosso conteúdo a outras plataformas e sermos remunerados por isso? O quanto a publicidade digital pode ser um compensador para levar o conteúdo de maneira gratuita para a internet?

Quais as propostas da CID para resolver estes desafios?

Uma das maiores propostas em pauta é levar conhecimento e debater ideias. Nos últimos dois meses, criamos um Ciclo de Webinars em que procuramos trazer profissionais de dentro e fora do mercado para diálogos, rompendo alguns paradigmas sobre como as revistas devem ser feitas e distribuídas, entre vários outros temas. O objetivo do nosso Ciclo de Webinars foi levar o máximo de conhecimento ao mercado, de forma que pudéssemos equalizar alguns conceitos, como a diferença entre uma plataforma e outra, entre um formato e outro, entre o que é viver de publicidade e o que é viver de paywall. O objetivo da comissão ao propor este webinar foi esse e que considero uma missão cumprida e com certeza vai se desmembrar em outros projetos no futuro.

Alguma ação já foi implementada? Qual o efeito prático?

Considero uma ação concreta a parceria com o Facebook Project. Minha participação não foi direta, mas o projeto foi implementado pela Aner com apoio do Facebook e é uma iniciativa pautada pelo conteúdo digital, principalmente pelo fato de o Facebook ser uma empresa digital. Além disso, há os próprios webinars Aner. Tivemos a oportunidade de levar a discussão a editores com quem não tínhamos contato direto. Pudemos ouvi-los. Muitos debates desmembraram-se em discussões posteriores que tivemos em algumas comissões.

Na Comissão de Logística há um líder para bancas e outro para negociações com varejo, por exemplo. Isso também é assim na Digital? Quais são as áreas e quem são as lideranças?

A Comissão Logística já existia há algum tempo e tem objetivo de encontrar produtos e soluções práticas para o mercado. E neste sentido, ter uma liderança para banca, varejo, segmentando as áreas, é fundamental. No caso da Comissão de Inovação Digital o nosso principal compromisso é com a informação, apesar de termos tido várias reuniões técnicas. Não há, necessariamente, uma negociação com um grupo de fornecedores ou com soluções específicas do mercado. Na primeira etapa da comissão, quando eu assumi, o principal era colocar em prática um processo de construção de conhecimento mais coletivo. Agora, estamos entrando em uma nova etapa. Com ajuda da Regina Bucco e demais participantes da comissão, estamos pensando em produzir e-books com temas específicos para o nosso mercado editorial, que possam servir como suporte de conhecimento aos editores, em geral, discussão sobre números e contextos de mercados e, quem sabe, elaboração de materiais mais temáticos e profundos.

Quais os assuntos discutidos na última reunião e quais as decisões mais interessantes a serem noticiadas?

As últimas reuniões estiveram mais pautadas pelos projetos futuros que desenvolveremos. Concluímos o Ciclo de Webinars e agora estamos construindo novas pautas. Vamos fazer uma votação, entre nós, para saber quais são os caminhos e como atuaremos.

Já fecharam alguma parceria interessante para associados neste segmento?

Sim, a Marfeel é um exemplo. Por intermédio de conversas na Comissão de Inovação Digital, a empresa apresentou condições especiais sobre ferramentas para os editores e ainda manteve o benefício, como publicizou a Aner nas últimas semanas. Sempre que estivermos falando de ferramentas e soluções no mercado, o objetivo, além da construção de conhecimento, será a busca de relações comerciais que possam oferecer benefícios aos associados.

De que forma a participação de novos associados pode ser interessante para a comissão e para quem entra no grupo?

Nossos objetivos são a rotatividade e que tenhamos um grupo menor de editores participando, porque se tivermos muitos, talvez seja complicado para aprofundar alguns temas. Mas, independentemente das pessoas que compõem essas comissões, sempre temos convidados, tanto de editores que não fazem parte dessas comissões quanto de profissionais do mercado. Essas são oportunidades para ampliar e direcionar olhares para outros caminhos.

De que forma o publisher que entrar pode ser beneficiado pela Comissão Digital e de que forma ele pode beneficiar o conjunto de editoras?

É importante que haja diversidade. É importante ter editores pautados por hardnews, por conteúdo mais segmentado, por conteúdo que não seja necessariamente quente, mais atemporal. Neste momento, além de mim, compõem a comissão profissionais de outras editoras com perfis bastante distintos. Essa é uma forma de construir um conhecimento mais diverso. Pessoas que possuem realidades diferentes e que também têm desafios individuais, específicos, que possam agregar ao grupo como um todo.

A participação na Comissão de Inovação Digital é apenas uma das vantagens dos associados Aner. Clique aqui, mande um e-mail e saiba como se associar.

Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.