A transformação digital pode deixar o o varejo mais humano
ÉPOCA NEGÓCIOS – 29/08/2019
ÉRICA CARNEVALLI
“Entrar em uma loja, selecionar o produto, pagar e sair são passos realizados automaticamente pela maioria dos consumidores. Mas as novas tecnologias têm o potencial de acrescentar outras experiências a essa trajetória do consumidor”, diz Ricardo Guinâncio, CEO da consultoria O Negócio do Varejo. A afirmação foi feita hoje (28/08) durante o evento LATAM Retail Show, que segue até o dia 29 de agosto em São Paulo (SP).
Segundo Guinâncio, a inteligência artificial (IA) e a robótica são algumas das tecnologias que se tornaram determinantes para o sucesso do varejo. Mas é preciso manter o foco na valorização do componente humano. “Hoje, os consumidores têm acesso a mais informação sobre o que consomem, e por isso têm o poder de escolha”, diz. “As empresas de varejo precisam não só atrair o cliente, mas fornecer algo que as diferencie a longo prazo.”
O CEO cita a startup americana Spyce como um bom exemplo de empresa que usou tecnologia para tornar a experiência do cliente mais humana. A empresa americana, fundada por quatro estudantes do MIT e pelo chef Daniel Boulud, criou um restaurante com cozinha completamente robotizada. Na frente dos consumidores, cada prato é feito e servido por robôs. “Eles automatizaram o processo, mas ainda com foco em criar uma experiência diferente para o cliente”, diz Guinâncio.
Segundo o executivo, as empresas que se transformam digitalmente ganham mais agilidade para criar novas soluções aos consumidores. “Com uma organização mais horizontal e colaborativa, os líderes criam um ecossistema propício para a inovação”, diz.
Para Gary Saarenvirta, CEO da consultoria canadense Daisy Intelligence, automatizar processos com IA é fundamental para responder mais rapidamente às demandas do mercado e se antecipar às tendências.
“A maioria das empresas ainda baseiam suas estratégias em estatísticas, que não possibilitam novos insights”, diz o CEO. “Os consumidores não querem produtos, mas soluções. Ao deixar o trabalho mais automatizado, os funcionários podem focar em estratégias a longo prazo.”
Mas não vale investir em tecnologia pela tecnologia. “É preciso usar as ferramentas disponíveis para atender um consumidor mais preocupado com valores como saúde, meio ambiente e experiência”, diz.