2025 Tech Trends Report: O que o relatório diz sobre mídia? – Parte 1

2025 Tech Trends Report: O que o relatório diz sobre mídia? – Parte 1

12 de março de 2025
Última atualização: 11 de março de 2025
5min
2025 Tech Trends Report capa em laranja mostra o relatório
O relatório em qe Amy Webb se baseou tem mil páginas. Imagem: Reprodução de internet
Márcia Miranda

Baixamos a 18ª edição do relatório de tendências tecnológicas que Amy Webb utilizou como base para preparar a sua palestra no SXSW e resumimos o capítulo sobre mídia. O relatório “2025 Tech Trends Report” tem mil páginas e é dividido em segmentos, mostrando as principais tendências de cada um deles.

Para facilitar a vida dos nossos editores, escolhemos especificamente a seção que foca nas transformações no ecossistema de notícias e informação impulsionadas pela Inteligência Artificial (IA). Ela explora como a IA está remodelando a produção, verificação e distribuição de conteúdo, além de apresentar oportunidades e ameaças para as organizações de notícias. 

Capítulo sobre mídia foi desenvolvido por especialista em futuro das notícias

O capítulo sobre informações e mídia foi desenvolvido por Sam Guzik, um consultor especializado no futuro das notícias, conteúdo, distribuição e estratégia. Sam lidera a estratégia de produtos para a New York Public Radio.

O documento destaca a importância de adaptar-se às mudanças, como o crescimento da mídia sintética e a erosão da confiança nas notícias. Também analisa as implicações de disputas entre empresas de tecnologia e criadores de conteúdo. 

Por fim, o relatório sugere ações e investimentos que organizações de notícias devem considerar para navegar no cenário informacional em evolução. As ações e investimentos sugeridos servem como um guia prático para as organizações enfrentarem os desafios e aproveitarem as oportunidades que se apresentam.

2025 Tech Trends Report: O cenário atual

O estudo dedicado ao segmento de notícias e comunicação é dividido em três partes. Nesse resumo de hoje, vamos conhecer o que o documento fala sobre a indústria de notícias e informação. O foco é no impacto da inteligência artificial (IA), mudanças regulatórias e fragmentação do ecossistema de informação. Vamos ao cenário atual:

  • IA como Força Disruptiva: A IA é a principal força motriz de mudança no ecossistema de notícias, impactando a criação, distribuição, verificação e monetização de conteúdo.
  • Fragmentação e Desconfiança: O ecossistema de informação está se fragmentando, a confiança nas notícias está em baixa histórica e a verificação de conteúdo está se tornando mais difícil.
  • Desafios Regulatórios e Políticos: Um ambiente regulatório e político “brutal” com possíveis revogações de leis de proteção à internet e processos judiciais contra jornalistas, representam uma ameaça para organizações de notícias.
  • Necessidade de Adaptação: Organizações de notícias precisam se adaptar às novas normas, explorando novas formas de distribuir e descobrir informações, e reconsiderando seu papel em um mundo mediado pela IA.
  • Oportunidades e Ameaças da IA: A IA oferece oportunidades para alcançar novos públicos, personalizar experiências e descobrir histórias, mas também representa ameaças como a perda de contexto, a proliferação de deepfakes e a intermediação entre editores e usuários.
  • Importância da Educação Midiática: É essencial investir em educação midiática para ajudar as pessoas a verificar informações e identificar conteúdo manipulado.
  • Ações e Investimentos: O relatório recomenda que as organizações de notícias repensem suas estruturas, construam parcerias com pesquisadores, explorem dados estruturados e invistam em treinamento e comunicação transparente.

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As tendências em mídia, segundo o 2025 Tech Trends Report

  • A “Calmaria” é uma Ilusão: Sam explica que a estabilidade nesse momento do mercado é apenas aparente. Segundo ele, a indústria está lutando muito internamente para se adaptar à IA.
  • Armas na Guerra de IA: A competição se deslocará para separar “os que têm” IA (aqueles que se posicionaram para crescer) dos “que não têm”.
  • Impacto da IA no Jornalismo: ” Os avatares de IA estão criando novos canais de distribuição para organizações de notícias, enquanto jornalistas humanos lidam com as reportagens e mantêm o controle criativo.” Essa estratégia, por exemplo, permite que as organizações alcancem públicos mais jovens e protejam jornalistas em áreas perigosas.
  • Ameaça da Desinformação: “Os consumidores encontrarão mídia sintética em mais lugares, e os avanços em imagens e vídeos gerados tornarão ainda mais difícil determinar o que é real: espere ver pelo menos uma grande editora enganada por uma farsa gerada por IA nos próximos meses.”
  • O Futuro da Busca: ” As mudanças no cenário de pesquisa e mídia social tornarão mais difícil para os editores distribuir notícias, mas a mesma dinâmica afetará os varejistas e outros setores também.” O que destaca a relevância dessas tendências para diversas indústrias.
  • Oportunidades e Ameaças: O relatório detalha várias oportunidades e ameaças específicas relacionadas ao uso da IA, como a capacidade de alcançar públicos desatendidos através de avatares de IA (“Avatares gerados por IA que apresentam notícias em vários idiomas ou dialetos permitem que as organizações alcancem públicos carentes ou subrepresentados”), mas também o risco de perder o controle sobre a distribuição de conteúdo (“À medida que os dispositivos incorporam cada vez mais resumos gerados por IA, as organizações de notícias correm o risco de serem deslocadas na cadeia de valor do conteúdo “).
  • A necessidade de verificação: A rápida proliferação de conteúdo sintético requer ferramentas e abordagens para verificar a autenticidade das informações de forma eficaz, pois até grandes organizações podem ser enganadas.

Na próxima semana vamos para a segunda parte do relatório, que trata de tendências de notícias e de informação.

O relatório completo pode ser visto e baixado aqui.

Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.