Lulu na FIPP e o case Flow: um jeito criativo de levar o papel à Geração Z
Olá! Seguindo pelos destaques do maravilhoso FIPP World Media Congress 2024, finalmente, vamos falar de uma apresentação sobre revistas e papel que amoleceu até mesmo o mais tech dos editores presentes.
O vídeo acima foi exibido durante a palestra de Irene Smit, diretora criativa da Flow, minha revista xodó. A revista holandesa é uma declaração de amor ao papel. Aquela revista que toda diretora criativa, como eu, sonha em fazer e toda gráfica deve suar frio, ao imaginar… rs
A Flow tem conteúdo leve, variado, temas inesperados, muitas citações inspiracionais e imagens lindas e MUITOS papéis de texturas e gramaturas diferentes. Tudo isso em uma mesma edição!
Ela é meio interativa também, pois sempre tem algo a destacar, colar, completar, recortar… mas sempre fui curiosa para saber como a conta fecha e o segredo do sucesso deles.
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Papel traz um momento de relaxamento e desconectividade
Irene revelou duas coisas muito interessantes: uma foi o quanto a revista gerou uma repercussão de bem-estar aos leitores. Segundo eles, as texturas e variações do papel ajudam em tempos estressantes, causam um bem-estar imediato e, em seguida, ainda permitem aquela desconectividade para um espaço mais lúdico.
Na verdade, a maior surpresa foi que a audiência dela é, em grande parte, formada pela geração Z e Millennials – que têm sido responsáveis por esse movimento de desconectividade na Holanda.
Recentemente, uma iniciativa chamada “The Offline Club” ganhou um milhão de visualizações para seus domingos offlines, onde os jovens pagam para se reunirem sem o celular e fazer atividades como ler, tricotar, pintar ou tocar guitarra, por exemplo. Essa mesma audiência começou a fazer diários de novo e a participar de grupos de art e craft terapia.
A Flow dá vários conteúdos para diários (journals, eles chamam aqui) e muita coisa também para moodboarding e visualizações. Irene Smit disse que reconhecia todos os benefícios dessa prática na jovem que ela foi e a importância dos seus diários e trazê-los de volta como conteúdo deu super certo.
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Print is not dead…
Numa conferência bastante focada no digital e em torno da IA, a palestra de Irene foi a que mais causou reações… porque, de certa maneira, toda editora presente descobriu que “print is not dead”.
Esse, aliás, foi o tema de outra palestra, do escocês Peter Houston, que também comparou o crescimento e apreciação do vinil a impressão. Em 2006, as vendas de vinil eram menos de 100 mil dólares e hoje estão nos bilhões. A venda de impressos, no ano passado, nos EUA, foi de 60 bilhões, ou seja: “está longe de ser um mercado em extinção”, confirmou ele, com muito bom humor.
O exemplo da Flow mostra que o meio editorial está descobrindo maneiras criativas e bonitas de continuar mudando o mundo, seja em versão online ou analógica, no bom e velho papel.