Futurologia: o que isso tem a ver com Publishing, design e marca?
Luis Bartolomei, CEO da agência CBA B+G e Daniela Klaiman, futurista da FutureFuture participaram na segunda-feira, 8 de abril, do debate Design para Impacto Positivo: Projetando o futuro. O evento promovido pela CBA B+G buscou discutir futurologia e tendências nas empresas e no design da atualidade.
Daniela Klaiman é futurista, consultora, palestrante, especialista em comportamento do consumidor e um dos principais nomes do futurismo do Brasil e da América Latina. Mediados pela gerente de comunicação da CBA B+G, Carmem Beer, eles usaram como pano de fundo o relatório Latam Design Trends 2024, preparado pela agência, e conversaram sobre como os profissionais e as empresas precisam encarar as mudanças cada vez mais ágeis no mercado e no mundo.
O bate-papo foi direcionado para o design, mas ficaram no ar dicas importantes para quem trabalha com a comunicação no mercado editorial. Acompanhamos a conversa e trouxemos alguns insights interessantes sobre futurologia e tendências para o setor de Publishing e design gráfico. Tome nota!
Tendência e modinha
- Tendência é algo que vai mudar, por anos, os rumos das pessoas e que ainda está no futuro. É aquilo que tende a ser… então pode ser previsto.
- Quando a inovação já vem através de um produto ou lançamento, ela é uma modinha e não uma tendência. Quem trabalha com tendência, identifica-a antes de ela acontecer.
“Não há organização que vá parar em pé sem que ela entregue valor. Nosso papel é tentar mostrar ao cliente o caminho que precisa ser pavimentado o quanto antes, caso contrário, ele vai passar à margem e não vai sobreviver.”
Luis Bartolomei
Relatórios de tendências vindos do exterior
- Relatórios de tendências estrangeiros não podem ser simplesmente copiados e colados. É necessária uma tradução para os valores que fazem sentido em cada lugar e na cultura local, em que o relatório está sendo aplicado.
- Times precisam ficar atentos para trabalharem com tendências. Se elas já foram tangibilizadas, está na hora de trabalhar em outra.
- O olhar da utilidade é importante. É necessário construir produtos que gerem valor para o futuro.
- Não é apenas olhar as modinhas e replicá-las. É pensar em como aquela tendência pode ser adaptada gerando valor para os clientes, parceiros de trabalho, usuários e fornecedores.
- A tendência não vira imediatamente uma realidade. Ela impacta o ambiente e as pessoas até que entre em prática. E para isso ela passa por fases, interagindo e impactando em longo, médio e curto prazo.
Como aplicar a futurologia nas empresas?
- A gente não adivinha o futuro. A gente constrói diversas possibilidades para ver qual delas é a que acontecerá.
“A prova de que são necessários vários planos foi a pandemia, que deu rasteira em todo mundo. É preciso ter o plano A, B, C, D… e quando (a empresa) olhar para os cenários diferentes, ela conseguirá fazer as mudanças necessárias.”
Daniela Klaiman
- Faça muitas perguntas do tipo What if? No caso mais imediato da inteligência artificial (IA), por exemplo, estude como ela pode se desenvolver e comece a traçar cenários. E se a IA entrar forte no desenvolvimento da tecnologia de saúde? E se ela substituir as pessoas? E se não houver nada disso?
- Use as perguntas para desenvolver cenários e lidar com as consequências.
- Pense um roadmap de desenvolvimento do futuro. Crie respostas que tragam boas consequências para a empresa, os clientes e demais stakeholders.
ESG
- Não há outro caminho possível além do capitalismo de stakelholders.
- É claro que haverá empresas que continuarão apenas no caminho da existência imediata, para atender apenas aquela determinada necessidade. Mas no dia em que aquela necessidade mudar ou acabar, a empresa também deixará de existir.
- A consciência é importante para todas as empresas de todos os mercados. Não adianta mais pensar em ser neutro. É necessário começar a gerar impactos positivos.
- ESG não é só colocar metas. Tem que estar no DNA, no core da empresa. Se não for importante para todos os colaboradores, clientes, fornecedores, acionistas, para o meio ambiente…. se não for contribuir para melhorar a vida das pessoa do planeta e das pessoas que eu atendo todo dia, não vale a pena investir.
“Existe um movimento que questiona a necessidade de crescimento constante das empresas. Por que crescer mais, se a empresa já atende às necessidades. E daí se empresa parar de crescer? Quem vai perder? Dois ou três acionistas? E o restante do conjunto que trabalha por essa empresa, como está? É preciso entender como costurar isso com o senso comum.”
Daniela Klaiman
Conselho futurista para os designers
- Vá o mais longe possível. Esqueça o preço, a marca, o material, o dinheiro… vá até mais longe onde você poderia. Se você fica pensando no que tem de limites, não vai inovar. Deixe para colocar os limites depois que a criação já existir.
- Livre-se de todas as amarras e novas possibilidades vão nascer a partir disso.
- Divergir antes de convergir. Use 90% dos seus tempo para divergir e só 10% para convergir. E use o divergir no sentido de diversão, mesmo. Mas para isso você vai ter que lidar com um exército de pessoas, inclusive você mesmo
- Busque mais valor e utilidade no que você produz.
- Busque referências fora do seu segmento, caso contrário, você não vai mudar o que conhece e não terá repertório diferente.
O relatório de tendências Useful Design Trends pode ser baixado no site da CBA B+G após o preenchimento de um breve cadastro.
Para saber mais sobre Daniela Klaiman, clique aqui.
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