Conteúdo é rei. Será? – O segredo do engajamento na era digital
Uma amiga certa vez me contou que, ao postar suas colunas em redes sociais, o engajamento era mínimo. Então, ela resolveu transformar o mesmo texto em um vídeo e publicá-lo. O impacto foi impressionante: o alcance e as interações aumentaram exponencialmente. Esse caso simples, mas revelador, nos ensina uma lição fundamental sobre a era digital: o conteúdo é rei, mas é o formato que dá a ele o trono.
O que está em jogo?
O formato de um conteúdo não é apenas um detalhe; ele é crucial para determinar como e onde uma mensagem alcançará o público. Em um mundo hiperconectado, onde as pessoas consomem informações de maneiras fragmentadas, o desafio não está apenas em criar conteúdo relevante, mas em apresentá-lo no formato mais eficaz. Dados mostram que vídeos curtos, gráficos interativos e narrativas multimídia têm maior probabilidade de engajar públicos diversificados.
Por exemplo, o New York Times inovou com reportagens multimídia como “The Jockey”, que não apenas captou a atenção de públicos de nicho, mas também aumentou o tempo de leitura e as taxas de retorno. Essa abordagem exemplifica como o formato pode transformar uma boa história em uma experiência marcante.
No campo da publicidade, o formato também tem peso decisivo. Estudos indicam que anúncios interativos, como vídeos com botões clicáveis ou quizzes, geram taxas de cliques (CTR) significativamente maiores do que banners estáticos. Além disso, campanhas que exploram storytelling visual e narrativas emocionais costumam registrar aumentos no tempo de visualização e no compartilhamento social.
Conteúdo editorial: o desafio de inovar sem perder a essência
No universo do jornalismo, o formato é uma resposta às mudanças nas dinâmicas de consumo. Jovens, por exemplo, estão migrando para plataformas como TikTok e Instagram, onde vídeos curtos e histórias visuais dominam. Para alcançar essas audiências, veículos como o The Guardian e a BBC têm investido em narrativas interativas, gráficos animados e reportagens adaptadas ao consumo mobile.
Por outro lado, a inovação editorial deve ser equilibrada com a qualidade. Conforme revelado em um estudo recente conduzido pela Journalism and Media sobre inovação no jornalismo digital, muitos veículos começaram a introduzir departamentos dedicados a infográficos interativos e formatos multimídia. Esses esforços frequentemente rendem prêmios e reconhecimento, mas não necessariamente resultam em maior engajamento do público. Isso reforça que a inovação deve ser guiada pela audiência, não apenas pela tecnologia.
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Publicidade: de anúncios estáticos a experiências imersivas
Na publicidade, o formato evoluiu de simples banners para experiências digitais sofisticadas. Marcas que utilizam vídeos interativos e anúncios gamificados, por exemplo, relatam não apenas mais cliques, mas também maior intenção de compra. Anúncios interativos aumentam a retenção de informações e geram mais interações sociais, como curtidas e compartilhamentos. Além disso, campanhas que misturam formatos, como vídeos curtos combinados com posts explicativos, conseguem guiar os consumidores ao longo do funil de conversão de maneira mais eficaz.
Por que o formato importa?
Dado tudo o que vimos acima, podemos dizer que o formato do conteúdo não é apenas sobre estética ou preferência de plataformas. Ele define como o público interage com a mensagem e até que ponto ela será lembrada. Ferramentas como dados analíticos permitem entender padrões de comportamento e ajustar não apenas o conteúdo, mas também como ele é apresentado. Afinal, um ótimo conteúdo que não atinge as pessoas certas ou que não é visualmente atraente pode passar despercebido.
Inovações como o uso de narrativas imersivas, vídeos e até gamificação têm mostrado como o formato pode reimaginar a experiência do público. Porém, há um equilíbrio necessário: enquanto o formato é fundamental, ele não pode ofuscar a qualidade do conteúdo. Não se trata de entregar tudo de bandeja, mas de compreender o que o público busca e inovar para atendê-lo sem perder a essência.
A equação do engajamento
Conteúdo e formato são duas faces da mesma moeda. Embora o conteúdo seja a base, é o formato que o torna acessível, atrativo e, muitas vezes, memorável. Na prática, isso significa que um texto bem escrito pode se tornar um infográfico mais compartilhável, ou que uma ideia poderosa pode alcançar mais pessoas em formato de vídeo ou podcast, a depender do público-alvo.
Portanto, o sucesso no engajamento digital depende de uma equação clara: um conteúdo relevante, entregue no formato certo, no canal adequado, para o público certo. Afinal, na era da atenção fragmentada, conquistar o público é uma questão de estratégia e adaptação constantes. Como nos mostrou a amiga do início desta coluna, às vezes o que separa um texto ignorado de uma mensagem viral é apenas a forma como ela é apresentada.