Gemini no jornalismo: veja dicas sobre como usar

O Café com Aner do dia 2 de setembro recebeu Ricardo Fiorotto, do Google, para uma apresentação detalhada sobre o Gemini, a inteligência artificial generativa do Google. Fiorotto destacou as aplicações da ferramenta para o jornalismo, tanto no uso particular quanto no ambiente corporativo. O evento destacou o papel do Gemini como um assistente inteligente que, sob supervisão humana, pode impulsionar a inovação e a eficiência nas redações, complementando o trabalho dos profissionais de comunicação.
O encontro foi aberto com uma homenagem a Mino Carta, jornalista, editor, escritor e empresário ítalo-brasileiro que faleceu no dia 1o. de setembro. O apresentador do Café com Aner, Demetrios dos Santos, leu um texto destacando a carreira e importância de Mino para o jornalismo brasileiro.

Desvendando as capacidades do Gemini
Fiorotto iniciou a discussão abordando o conceito de prompts, a base da interação com ferramentas de IA. Ele ressaltou a evolução da tecnologia, que agora permite que o próprio Gemini auxilie na formulação de prompts mais eficazes, adotando uma abordagem conversacional onde o usuário pode dar feedback e solicitar refinamentos, como “melhore esse prompt”.
O Gemini opera com dois modelos distintos:
- Flash: Ideal para tarefas rápidas, como correções de texto, sugestões e traduções, priorizando a velocidade.
- Pro: Destinado a tarefas complexas, raciocínio aprofundado, matemática, programação e pesquisas extensas. Esta versão paga (cerca de R$ 96/mês para contas pessoais) oferece maiores capacidades, incluindo 2TB de armazenamento na nuvem, créditos para produção de vídeo e integração com outros serviços Google como Gmail e Google Drive.
A ferramenta também oferece uma interface versátil, disponível em desktop e aplicativos móveis, facilitando a interação por voz e a sincronização do histórico de conversas entre dispositivos. As configurações permitem personalizar a experiência, conectando o Gemini a outros aplicativos Google e definindo padrões de resposta, como formatos de listagem ou idiomas específicos.
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Aplicações práticas do Gemini no jornalismo para a redação
Fiorotto demonstrou formas de utilizar o Gemini, evidenciando seu potencial em diversas frentes do jornalismo digital:
- Deep Research: Permite realizar pesquisas aprofundadas sobre temas específicos, gerando estudos detalhados e planos de ação. Este recurso mapeia a internet, analisando vídeos, podcasts, sites e documentos governamentais para criar relatórios robustos, que podem ser exportados para Google Docs ou transformados em páginas web interativas.
- Canvas: Um editor de texto integrado que auxilia na revisão e aprimoramento de artigos. Ele sugere melhorias na estrutura, linguagem e aplicação de boas práticas de SEO, indicando as modificações realizadas e o porquê delas. A partir de um texto, pode-se gerar infográficos, quizzes ou resumos em áudio.
- Criação de Imagens (Imagen e Nano Banana): Utilizando a tecnologia Imagen, o Gemini pode gerar imagens a partir de descrições textuais. A atualização “Nano Banana” permite solicitar alterações pontuais em imagens existentes, mantendo sua essência (ex: mudar a cor de uma camiseta). Imagens podem ser criadas do zero, a partir de um texto de referência ou manipulando fotos já existentes. É recomendável que imagens geradas por IA sejam declaradas como tal, por exemplo, “imagem criada utilizando o Gemini”.
- Criação de Vídeos: A ferramenta pode gerar vídeos curtos (até 8 segundos por cena) a partir de imagens de referência ou prompts textuais. Isso se mostra uma solução eficiente para a criação de conteúdo animado para redes sociais, como Instagram, ajudando a promover matérias e gerar tráfego.
- Gems: São agentes de IA personalizáveis que podem ser construídos para executar tarefas repetitivas ou complexas. O próprio Gemini pode ajudar a criá-los. Exemplos incluem: gerar títulos e textos para redes sociais a partir de artigos, criar prompts de imagem, resumir conteúdos, revisar textos de colunistas com foco em SEO, ou validar informações como endereços de restaurantes e hotéis.
Ética, qualidade e o futuro do conteúdo
Apesar das inegáveis vantagens, Fiorotto enfatizou que o Gemini, como qualquer IA, pode cometer erros, o que trona imprescindível a verificação e validação dos dados. A originalidade e a qualidade do conteúdo também permanecem sendo os fatores determinantes para o ranqueamento no Google.
“Matéria que foi feita 100% com IA e não trouxe nada de novo, nenhum recorte que seja inédito, que seja só uma repetição de várias coisas que estavam na internet e não teve sequer revisão humana em edição, provavelmente essa matéria não vai ranquear bem no Google”, afirmou, destacando a importância da revisão humana e explicando que o Google está desenvolvendo o SFID, uma tecnologia em fase beta que visa identificar o conteúdo produzido por inteligência artificial (texto, áudio, imagem e vídeo) com base em probabilidades. O objetivo é mitigar desafios de autenticidade.


