Mara Luquet conta quais as fontes de receita do My News

A jornalista e fundadora do My News, Mara Luquet, foi a convidada do Café com Aner do dia 26 de agosto. Mara deu insights valiosos sobre a monetização do canal de jornalismo no YouTube e falou sobre a necessidade de adaptação dos modelos de negócio editoriais.

Canal globalmente reconhecido em jornalismo no YouTube, O My News é um exemplo de que a tecnologia pode ser uma grande aliada na diversificação de receitas e na construção de comunidades engajadas. Estas estruturas são úteis para reforçar a sustentabilidade do jornalismo profissional, diante do avanço da desinformação.

O My News não se restringe a uma única plataforma. O YouTube é seu “eixo principal”, mas o veículo opera em um ecossistema digital robusto que inclui website, a revista Legado e uma coleção de livros (“My News Explica”). A revista Legado, por exemplo, utiliza QR Codes para expandir o conteúdo com entrevistas completas, criando uma experiência híbrida.

A presença em plataformas de streaming como Spotify e em Fast Channels (como as TVs de elevador) colaboram com a sensação de “estar em todos os lugares” para atingir diversas audiências e formatos de consumo

Tanto o My News quanto a Revista Legado são descritos como “comunidades ativas”. Esse modelo de engajamento profundo incentiva a participação dos membros, que podem pautar matérias e até escrever colunas, promovendo um ambiente de trocas e visões diferenciadas.

A audiência do My News é considerada “muito qualificada” e não busca apenas conteúdo que reforce suas bolhas ideológicas, mas sim debates sérios e informações diversas. Eventos presenciais, expedições fotográficas com membros e grupos de WhatsApp reforçam a fidelidade e o valor para o assinante, transformando a audiência em parceiros ativos.

Quais são as fontes de receita do My News?

Mara explicou que o My News é sustentado por um ecossistema de receitas que se complementam. Ela citou os riscos da dependência exclusiva de uma única fonte, relembrando os tempos de pandemia, quando os patrocinadores se retiraram dos veículos de informação da noite para o dia.

Veja algumas das fontes de receitas do My News:

• AdSense: Proveniente de anúncios do Google no YouTube, exige uma compreensão aprofundada do algoritmo e da audiência para maximizar o retorno.

• Patrocinadores: Parcerias comerciais diretas, que, embora voláteis em momentos de crise, continuam sendo uma fonte relevante.

• Programas de Membros (Membership): Assinaturas pagas através do YouTube, que oferecem valor agregado aos participantes, como clubes do livro, expedições e a possibilidade de pautar matérias e até escrever colunas, configurando uma “receita importantíssima”.

• Grants e Iniciativas de Fomento: Programas como o Google News Initiative (GNI) foram “fundamentais” para atravessar períodos de crise, como a pandemia, indicando uma oportunidade para editores buscarem financiamento para projetos específicos.

• Assinaturas Pagas de Conteúdo Premium: A revista Legado, com 4.000 assinantes, adota um modelo de assinatura com valor “caro”, demonstrando que conteúdo de nicho e alta qualidade pode justificar um preço premium.

• Venda de Livros: A coleção “My News Explica” gera receita adicional e expande a marca para outros formatos.

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