Leo Burnett e Globo Condé Nast criam teclado antipreconceito
MEIO&MENSAGEM – 15/01/2021
Aplicativo de teclado para Android identifica palavras preconceituosas e sugere sinônimos para cada vez que são digitadas.
Judiar, denegrir e marica são exemplos de palavras preconceituosas que caíram no uso popular. Ainda assim, são ofensivas. Pensando nisso, a Edições Globo Condé Nast, detentora das marcas Vogue, Glamour, GQ e Casa Vogue no Brasil, se uniu à Leo Burnett Tailor Made para criar o app Teclado Antipreconceito, que pretende ajudar a combater o preconceito impregnado na linguagem.
Liderada pelo Comitê de Diversidade da EGCN, a iniciativa faz parte dos esforços da editora para ter uma atuação mais relevante na promoção da diversidade.
Em desenvolvimento há mais de um ano pela produtora Savoir, o projeto foi feito a partir de um estudo do linguista Thomas Finbow, Doutor do Departamento de Linguística da USP, que identificou mais de 300 palavras e expressões de cunho racista, homofóbico, xenófobo e sexista na língua portuguesa. Num primeiro momento disponível apenas para o sistema Android, o teclado identifica palavras preconceituosas e sugere sinônimos sempre que um desses termos é digitado. Por exemplo, ao escrever “judiar” — que tem origem no contexto do povo judeu perseguido ao longo da história — o teclado sugere a palavra “maltratar” como opção. O app ainda tem versões em inglês e espanhol, com vocabulários específicos para cada idioma.
Para divulgar o aplicativo, o projeto lançou a campanha “Palavras Importam”, produzida pela Barry Company, com direção de cena de Judith Belfer. O filme (veja abaixo), veiculado nos canais digitais de Vogue, GQ, Glamour e Casa Vogue, mostra que o preconceito está impregnado na fala e traz um olhar sensível para uma série de situações de discriminação que são originadas ou agravadas por frases, expressões, palavras ou adjetivos usados diariamente, sem reflexão.