TikTok vive novo impasse nos EUA
O ESTADO DE S.PAULO
A novela do bloqueio do aplicativo chinês TikTok nos EUA entrou em um novo impasse na noite de ontem, depois que o Departamento de Justiça americano (DoJ, na sigla em inglês) disse que vai apelar de uma decisão da Justiça da Pensilvânia datada de 30 de outubro.
Assinada pela juíza Wendy Beetlestone, a ordem não permitia que o governo impusesse restrições ao TikTok, que é de propriedade da chinesa Bytedance e tem sido um dos aplicativos mais populares da atualidade. Segundo a própria empresa, o app já foi baixado mais de 2 bilhões de vezes e tem cerca de 800 milhões de usuários em todo o mundo.
A declaração do DoJ muda o jogo. Um dia após a decisão de Beetlestone, o Departamento de Comércio dos EUA afirmou que iria seguir a orientação da juíza, mesmo defendendo “vigorosamente suas próprias ações”. Procurado pela agência Reuters,o TikTok não comentou.
É mais um capítulo de indefinição em uma novela que se arrasta desde o meio do ano, quando o governo de Donald Trump afirmou que o TikTok e seu compatriota WeChat ofereciam riscos à segurança nacional, uma vez que coletavam dados de 100 milhões de americanos e supostamente os repassavam ao governo chinês. O TikTok nega as acusações, que nunca foram baseadas em provas
Em agosto, porém, o governo americano assinou uma ordem executiva que forçava a Bytedance a entrar em acordo com uma companhia local caso quisesse continuar prestando serviços nos EUA.
Desde então, a chinesa tem negociado com o Walmart e a Oracle para transferir seus ativos nos EUA a uma nova companhia, chamada de TikTok Global. Na última terça-feira, a empresa pediu uma extensão de 30 dias do prazo que tinha para conseguir fechar o acordo. No entanto, o DoJ pediu na última quarta-feira que a questão de segurança nacional fosse resolvida antes de concordar com qualquer negociação.