Número de jornalistas mulheres presas cresce 35% em 2020

Número de jornalistas mulheres presas cresce 35% em 2020

15 de dezembro de 2020
Última atualização: 15 de dezembro de 2020
Helio Gama Neto

PORTAL IMPRENSA – 14/12/2020

Pelo menos 42 mulheres jornalistas se encontram presas em todo mundo, segundo relatório preliminar da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Esse número é 35% maior do que as 31 detidas no final de 2019.

Um dos motivos, segundo a ONG, deve-se principalmente pela repressão sem precedentes na Bielo-Rússia desde a polêmica eleição presidencial de 9 de agosto de 2020, considerada fraudulenta, de Alexander Lukashenko. Ele governa a ex-república soviética desde 1994. Quatro jornalistas mulheres foram presas durante a cobertura.

Outras quatro jornalistas mulheres foram presas no Irã e duas, na China, onde a repressão se intensificou com a pandemia da covid-19. Entre essas jornalistas detidas está a vencedora do Prêmio RSF de Liberdade de Imprensa de 2019, a jornalista vietnamita Pham Doan Trang.

No geral, a Repórteres Sem Fronteiras contabilizou 387 jornalistas presos no mundo em 2020, dado que praticamente não mudou em 12 meses. Em 2019 eram 389 detidos.

Mais da metade dos jornalistas detidos em todo o mundo (61%) estão detidos em apenas cinco países. A China continua no primeiro lugar da lista, com 117 jornalistas (profissionais ou não) detidos, à frente de Egito (30), Arábia Saudita (34), Vietnã (28) e Síria (27).

O efeito Covid-19
Os dados colhidos pela RSF revelam que o número de detenções arbitrárias e prisões quadruplicou entre os meses de março e maio de 2020, início da disseminação do coronavírus no mundo. Quatorze jornalistas continuam presos por causa da cobertura da pandemia.

A Ásia concentra a maior parte das violações à liberdade de imprensa registradas por conta da cobertura da pandemia: são 7 detidos na China, 2 em Bangladesh e 1 na Birmânia.

“Estes números confirmam também o impacto da crise da saúde na profissão e o inaceitável fato de alguns dos nossos colegas pagarem com a sua liberdade a procura da verdade. Confirmam também que as mulheres jornalistas, cada vez mais numerosas no mundo, não são poupadas da repressão”, diz o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, em um comunicado.

A RSF publicará seu Relatório Anual sobre Jornalistas Mortos em 2020 em 29 de dezembro. Elaborado todos os anos desde 1995 pela RSF, o relatório anual sobre abusos cometidos contra jornalistas é baseado em dados apurados ao longo do ano.


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Helio Gama Neto