Influenciadores e o mercado editorial
17 de agosto de 2022
A convidada do Café com Aner desta terça-feira, 16 de agosto foi Mariana Campos. Profissional de marketing há 20 anos no mercado, ela é esteve ao lado de Fatima Pissara, fundadora da Mynd, a maior agência de marketing de influência do Brasil e agora é diretora artística do núcleo LGBTQIA+ na empresa. Mariana trabalhou por 7 anos na Coca-Cola Brasil, liderando a estratégia de marketing de influência entre os anos 2014 a 2017 fazendo grandes campanhas como Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016.
“Adoro falar sobre o tema, que é apaixonante. Há 9 anos que eu trabalho exclusivamente com foco em marketing de influência”, conta Mariana. “(Os influenciadores) São pessoas que nos ajudaram a construir essa história e fazer com que a ação da Coca-Cola com os jogos olímpicos ficasse dentro do interesse do público que a empresa queria”.
Pandemia ajudou o setor a crescer
Mariana conta que, quando soube da ideia de Fátima, para abrir a Mynd, achou perfeita. Na época ainda estava do outro lado do balcão e, como executiva de marketing de grandes empresas, tinha dificuldade para acessar artistas e influenciadores.
“O acesso a influenciadores e artistas era difícil. E ainda havia o entendimento de escopo, cronograma, negociação… todo um trabalho operacional de dia a dia em que a Mynd ajuda, tanto os clientes quanto os influenciadores”, explica.
A diretora artística explica que a Mind dá suporte e traz conexão com as marcas. Segundo ela, o período de pandemia ajudou a aumentar a conexão dos brasileiros com as redes e através delas, com perfis de artistas, marcas e personagens com quem se identificam.
“Como Mynd, a gente traz uma força e alavanca a imagem de muitos influenciadores e de artistas ao mesmo tempo em que também ajuda a marca a desenvolver ações e estratégias que vão ser usufruídas de uma maneira realmente exponencial”.
Veja algumas perguntas desse bate-papo
Em que lugar o Brasil está neste ranking internacional do mercado de influenciadores?
EUA é o primeiro e, se não me engano, o Brasil é o segundo. Temos uma estrutura e bagagem que nos faz os maiores do mundo. Até em números… Em Portugal um influenciador que tem 1000 mil seguidores é considerado gigante. O brasileiro abraçou as redes sociais de forma que isso faz parte do dia a dia. Ele se identificou. Isso é muito visível nas horas que passamos nas redes sociais.
O TikTok, quando entrou de vez no brasil, em 2019, por conta do Covid, de ficarmos trancados em casa… foi uma opção de entretenimento para todos os brasileiros. Criou um comportamento que até hoje as pessoas adotaram. Qualquer pessoa que pegue o seu celular e veja a quantidade de horas que passa em redes sociais é muito grande.
A Mynd tem quantos influenciadores embaixo de seu guarda-chuva?
Mais de 400 de todos os segmentos. Nosso papel é cada vez mais identificar perfis que vão ser realmente criadores e adotar dinâmica intensa para trabalhar com marcas para desenvolver isso. Muita gente entra meio cru e a gente ajuda, molda, dá ideias para que se desenvolva. Essa é a grande beleza de a gente ser Mynd e ver a quantidade de perfis e vidas que a gente mudou. A Pepita funkeira é um exemplo. Estava guardadinha e criamos um projeto para desenvolver… durou quase 5 anos e as marcas começaram a entender e querer a Pepita ao lado. Desenvolvemos como comunicadora. Ela tem uma autenticidade fora do normal.
Existem jornalistas influenciadores?
Tem alguns perfis sim. Temos área mais focada para corporativos. Pessoas do marketing e comunicação que querem se desenvolver dentro da estratégia digital. Hoje é importante falar para as pessoas como está fazendo e liderando o time. Ajudamos perfis que queiram se desenvolver no digital, porque é uma coisa muito específica.
Eu vejo que há influenciadores que trabalham juntos e depois abrem possibilidades de fazer coisas comercialmente juntos, também. Queria que você falasse sobre essa possibilidade também. Aqui na Aner fazermos várias coisas juntos, trocamos figurinhas, mas não abrimos o conteúdo, por exemplo. Queria que você falasse da importância dessa troca.
Isso é uma estratégia de conexão, você fazer com que, realmente tenha uma forma de alcançar outros públicos. Porque, no final das contas, é muito mais interessante você fazer conteúdo com pessoas que se conectam com você. No segmento de vocês há possibilidade de usar essa estratégia.
Tem uma barreira de avaliação para a entrada do influencer na mind. Do outro lado da mesa também existe outra barreira em relação ao cliente que quer contratar a Mind? Clientes menores, veículos menores também podem contratar?
Isso é um dos grandes mitos. Pessoas acham que só influenciador grande que entra. E isso não é sobre números. É sobre identificar perfil e avaliar se ele vai em frente. A pluralidade vale em todos os perfis, grandes, médios, pequenos, territórios de gastronomia, musical, pop, funk, mpb, rap… e trabalhamos com perfis de humor, teens, mulheres empoderadas, esportistas…
O cliente pequeno tem vez?
Temos uma capilaridade grande de marca que trabalham com a gente. São pequenas, médias e grandes empresas. E olhamos o orçamentos…. e às vezes conseguimos fazer um, dois, cinco, dez influenciadores… Estamos abertos a essa possibilidade. Temos mais de 60 pessoas na área comercial e um volume de marcas, clientes e agencias que podemos movimentar de forma muito intensa.
Temos identificado artistas se posicionando mais abertamente sobre política… Há marcas que podem negar parcerias com influenciadores por se posicionarem politicamente.
Não dá para as pessoas esquecerem tamparem os olhos e a boca e deixar que os outros resolvam. E aí, cada um com a sua visão, mas do nosso lado aqui, como como empresa que agencia e atua nessa construção de imagem de vários artistas, a gente sempre deixa claro que a pessoa tem que seguir o seu coração, seguir sua vontade. Do nosso lado, aqui, a gente sempre vai dar o apoio e, se tiver marcas que não queiram (a demonstração de tendência política) vai haver outras que queiram.
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