Produção de eventos: uma opção para engajar o público com marcas e editoras locais

Produção de eventos: uma opção para engajar o público com marcas e editoras locais

21 de janeiro de 2022
Última atualização: 24 de agosto de 2023
8min
Márcia Miranda

21 de janeiro de 2022

Eventos são uma forma de unir empresas, reforçar a marca da editora e criar novas experiências com produtos e serviços para o público. Foto: Divulgação 100fronteiras

Manter os veículos locais atuantes e vivos tem sido uma tarefa cada vez mais desafiadora para as empresas de comunicação que atuam longe dos grandes centros urbanos. A gestão destas empresas precisa ser pensada e bem equilibrada, criativa o suficiente para atrair a confiança e lealdade do público e, assim, o interesse de parceiros de negócios e anunciantes.

Atuando desde 2005 em Foz do Iguaçu, o Grupo 100fronteiras usa a sua localização privilegiada, na Tríplice Fronteira, para implementar uma estratégia que repete desde 2009: os eventos de experiência. O encontro reúne empresas locais, comerciantes, produtores e combina os serviços e produtos em uma oportunidade valiosa para networking, branding e relacionamento com o público local.

“Estamos acompanhando as notícias sobre a Omicron e pelo menos as pessoas não estão ficando tão mal como nas primeiras ondas de Covid. Sabemos que uma hora ou outra todos estarão imunes, então, temos que ir planejando. Uma hora isso tudo vai passar. O que a gente não pode é ficar parado”, afirma Denys Grellmann, publisher do Grupo 100fronteiras e membro da Comissão de Editores Locais da Aner.

Estratégia é sucesso também nos Estados Unidos

A estratégia tem sido usada por empresas em todo o mundo. De acordo com artigo do especialista em marketing e publicidade Bob Sillick no Editor &Publisher,  “os programas de organização e realização de eventos e patrocínios aumentam as receitas, criam oportunidades para as empresas locais se envolverem com as organizações e o público de forma diferente e fortalecem a percepção dos veículos (jornais e revistas) como os principais apoiadores e vozes de suas comunidades”.

“Não é que os fluxos de receita tradicionais dos jornais – assinaturas e publicidade – estejam quebrados. Eles são simplesmente insuficientes para sustentar e fortalecer os resultados financeiros à medida que os jornais passam de um modelo de negócios impresso para um modelo de negócios digital”, explica Bob.

Para contextualizar seu raciocínio, Bob Sillick conversou com publishers que investem neste negócio nos Estados Unidos. Entre eles está Leonard Woolsey, que é presidente da Southern Newspapers, uma editora familiar com sede em Houston e vários jornais locais do Texas.

De acordo com Woosley, a estratégia é vencedora, porque as empresas patrocinadoras não estão, necessariamente, procurando um retorno sobre seu investimento, mas sim buscando estabelecer uma conexão emocional diferente com a comunidade e possíveis clientes.

“Muitas vezes, os dólares de patrocínio vêm de um orçamento de relações públicas ou de apoio à comunidade, e mais empresas querem ser reconhecidas como envolvidas ativamente em sua comunidade.”

Em Foz do Iguaçu, noite de diversão, experiências e glamour
A experiência com os serviços traz ao cliente a possibilidade de testar e, ao fornecedor, a possibilidade de fechar mais um negócio. Foto: divulgação

A receita é exatamente o que a equipe do 100fronteiras busca fazer com os eventos, em Foz do Iguaçu. Conectando marcas e fornecedores, o evento fomenta novas parcerias entre os empresários, ao mesmo tempo em que oferece ao público a chance de experimentar os produtos e tornar-se cliente das marcas.

Annie Grellmann, jornalista, e Lilian Grellman, diretora-geral do Grupo 100fronteiras são as profissionais à frente dos eventos.

“O Fall Sunset foi o primeiro evento que realizamos com a sociedade da Tríplice Fronteira depois da pandemia, conectando os amigos do Brasil, do Paraguai e da Argentina. É um evento que gera muito networking entre o público de empreendedores e profissionais liberais. Ele é voltado para a experiência musical, gastronômica e de produtos, como o hotel onde foi realizado, o Grand Carimã Resort, um dos principais aqui da fronteira”, conta Annie Grellmann, jornalista e analista de SEO do 100fronteiras.

Clique aqui e veja um vídeo sobre como foi o evento

A piscina do Grand Carimã Resort. Foto: Divulgação

O encontro começou à tarde e foi até a noite. Patrocinadores montaram ilhas de coquetéis e bebidas, como vinhos, champagnes e a cervejaria local, Kiun, degustados pelo público ao som de música e em um ambiente de descontração.

“O objetivo do evento é conectar pessoas, conectar as marcas e apresentar aos próprios moradores da região o potencial turístico que representa um hotel como o Grand Carimã Resort. Está muito na essência da 100fronteiras conectar o turismo com os moradores da cidade”, conta Annie. “Para nós, a área de eventos é uma nova fonte de renda que vem muito bem em uma hora que estamos saindo da pandemia. Estamos ansiosos para realizar outros eventos, inclusive o Fall Sunset 2, este ano”, completa.

Para Diego Gussulli, proprietário da Cervejaria Artesanal Kiun, o encontro surtiu efeito:

“O evento para nós foi espetacular, além de contribuir com o networking da marca, conseguimos atingir novos públicos e apresentar para aqueles que ainda não a conheciam, portanto uniu o útil ao agradável, o evento foi show.”

Como organizar um evento semelhante ao Fall Sunset

Cada região tem o seu tipo de legislação específica para realização de eventos. Procure informar-se sobre como proceder na Prefeitura de sua cidade. E fique de olho em taxas como os impostos municipais, ECAD (direitos autorais sobre as músicas utilizadas no evento).

Se você tem interesse em criar eventos e movimentar o cenário empresarial de sua cidade, comece com essas dicas de Annie e Lilian Grellmann:

Por onde começar?

Em primeiro lugar, é preciso fazer um planejamento bem detalhado dos custos e do público almejado, além de ter um bom networking com a sociedade local. Ser perseverante e acreditar que o evento será um sucesso é essencial. Começamos procurando os patrocinadores, para ver quem apoiava o evento, logo levantamos os custos que teríamos na festa com os fornecedores. Chamamos um por um dos fornecedores e apresentamos a proposta, e estes acreditaram no evento.

Como escolher o tema do evento?

O local, público-alvo e estação do ano contam muito. Quando decidimos fazer o Fall Sunset, tínhamos em mente uma festa com uma vibe boa e em que os convidados não precisariam se preocupar com nada, em que tivessem comida e bebida à vontade e que atingisse todas as idades, desde que maiores de 18 anos. O valor do ingresso já incluía tudo.

Como precificar o evento?

Precificamos o ingresso de acordo com a realidade da região e do momento atual. Realizamos uma pesquisa com algumas pessoas do público-alvo para discutir sobre o valor a ser cobrado e, por último, calculamos o custo por pessoa, para definir o preço final.

Como unir a marca da revista ao evento?
Backdrop é convite para fotografias, que aumentam a divulgação das marcas. Foto: Divulgação

É importante criar uma identidade visual do evento, que seja marcante. Para o Fall Sunset, criamos um painel instagramável (que estimula as pessoas a tirarem fotos e postarem no Instagram) com pano de fundo para o pôr do sol. Fizemos também windbanners, além de um backdrop para fotos com a marca da 100fronteiras e de todos os patrocinadores e apoiadores.

Como agir, ainda sob a ameaça da pandemia? Quais protocolos foram utilizados para receber o público?

Agimos conforme o decreto que está em vigor de acordo com a prefeitura local. O público usava máscara ao chegar e quando não estava consumindo. Para servirem-se das refeições, usavam luva e álcool em gel.

O Grupo 100fronteiras é associado à Aner e concordou em compartilhar as informações para estimular a propagação do modelo em outras regiões. É associado e quer compartilhar a sua? Entre em contato com a nossa Comunicação.

Márcia Miranda
Administrator