Muito além da simples monetização: Caras e o Jornalismo com impacto social

Muito além da simples monetização: Caras e o Jornalismo com impacto social

6 de março de 2024
Última atualização: 6 de março de 2024
5min
Luis Maluf, homem branco de barba, bigode e cabelos castanhos escuros, veste camisa preta sem gola e está em ambiente de escritório falando sobre o case Caras no Café com Aner
Maluf: jornalismo de impacto social traz benefícios que vão além da monetização
Márcia Miranda

O convidado do Café com Aner de terça-feira, 5 de março, foi o presidente do grupo perfil Luis Maluf, que veio contar um pouco sobre um projeto de jornalismo com impacto social realizado pela Caras. Maluf falou sobre a ação desenvolvida pela Caras, a ONG Visão Mundial e a empresa Turn on the Light que ajudou a levar água a mais de 17 mil famílias do interior do Alagoas.

A iniciativa recebeu apoio do International Center for Journalists (ICFJ) e da Meta, para a produção de um documentário lançado no mês passado. Nele, a Caras conta a história do projeto, mostrando a realidade das famílias assoladas pela seca e pela miséria profunda. Com a mobilização realizada pela revista, mais cisternas para abastecimento das casas puderam ser construídas, aumentando o impacto do projeto e beneficiando as famílias, muitas vezes chefiadas por mulheres.

“Esse Café com Aner é muito especial, porque ele é tocante. Nessa sanha que a gente fica de busca de monetização, às vezes eu acho que é importante a gente sentir e perceber que o jornalismo pode ser social, que ele pode mudar a vida das pessoas e não simplesmente pensar em como você vai monetizar seu conteúdo”, afirmou a diretora-executiva Regina Bucco, que apresentou o Café.

Mobilização e união de esforços

Maluf contou que projetos como o desenvolvido em Alagoas tem que nascer, primeiro, do coração. Acompanhando um amigo, Maluf visitou Mata Grande, lugar com menor índice desenvolvimento humano do Brasil, e descobriu a dura realidade das famílias locais, que andam de 4 a 7 quilômetros até conseguirem acesso à água em um córrego muitas vezes de qualidade duvidosa.

“Não tem nada a ver você ver vídeo, você ficar sabendo (por outros) como é a situação… Você tem que ir in loco. Acho que a primeira coisa que eu preciso passar para vocês é: visitem o lugar ou a ação que vocês, a partir do coração, desejam que realmente seja modificada”, explicou.

“Foi muito, muito tocante e eu voltei muito mexido para São Paulo. Reuni todo o time e falo com muito gosto da equipe do Grupo Perfil”, contou Maluf explicando como a equipe se engajou na proposta.

“A Luciana desenvolveu uma campanha absurdamente impactante, a Sirlene que é a nossa pessoa de RP envolveu todas as celebridades; a nossa tecnologia se envolveu para realmente pulverizar a ação… A gente transformou cada um dos vídeos, por mais simples que fossem, em parte da campanha de marketing para levantar as cem cisternas e abastecer o morro inteiro”.

Parceria com ICFJ e Meta permitiu o documentário

Feitas as campanhas, o grupo se empenhou para contactar empresários e celebridades para colaborarem com a construção das cisternas. A entrega de parte dessas cisternas foi registrada por uma equipe da Caras, entre elas a jornalista Lilian Coelho.

“Mulheres do Sertão – A Força que Supera a Seca” foi dirigido pela documentarista e videomaker Livia Cappellari. O documentário retrata principalmente o papel das mulheres de Mata Grande (AL), que, como cuidadoras da família, são diretamente afetadas pela situação de penúria.

O projeto foi desenvolvido pela Caras graças ao Programa Acelerando Negócios Digitais com Aner e ANJ, promovido pelo International Center for Journalists (ICFJ) com apoio da Meta.

“Eu agradeço à Regina também por fazer várias aberturas aqui na Aner. Com eles (ICFJ e Meta) conseguimos captar um dinheiro para bancar uma estrutura e ir lá registrar tudo isso”, conta Maluf, explicando que, com a publicidade, vieram empresas interessadas em participar.

“A Ambev nos procurou para doar 50 cisternas porque eles têm um projeto de água muito grande no Nordeste, mas eles querem mídia. A gente topou e agora está trocando figurinhas com eles, para ver como a coisa vai”, explica.

Maluf contou também que, aos poucos, as pontas vão se conectando para novos projetos.

“Você vai abrindo outras portas que em nenhum momento está procurando com o interesse em um benefício privado para a empresa. Mas às vezes também você abre uma porta muito bacana e fica com um contato bom para falar de outros assuntos, com aquele executivo. Então, eu volto a dizer: vale muito a pena a gente investir parte do tempo em uma ação social de verdade”.

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Márcia Miranda
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