Digital News Report do Reuters Institute: Brasil é o país onde mais pessoas evitam ler notícias 

Digital News Report do Reuters Institute: Brasil é o país onde mais pessoas evitam ler notícias 

17 de junho de 2022
Última atualização: 24 de agosto de 2023
4min
Márcia Miranda

17 de junho de 2022

tela de apresentação de fundo laranja mostra bandeira do Brasil e índice de pessoas que não leem mais notícias Instituto Reuters
Brasil encabeça a lista do triste record sobre países em que as pessoas evitam ler notícias. Imagem: reprodução de internet.

O Instituto Reuters divulgou esta semana um relatório em que mostra que o Brasil é um dos países com maior índice de rejeição às notícias. O Digital News Report estuda principalmente o público jovem, dividido em duas faixas etárias: os nativos sociais (18-24s), que cresceram em grande parte no mundo social e participativo da web; e os nativos digitais (25 a 34 anos), que cresceram em grande parte na era da informação, mas antes do surgimento das redes sociais.

O estudo foi feito com base em uma pesquisa da YouGov com mais de 93 mil consumidores de notícias online em 46 mercados e seis continentes, o que cobre metade da população mundial.

O relatório documenta maneiras pelas quais a conexão entre o jornalismo e o público pode estar se desgastando, incluindo uma queda na confiança após o aumento positivo do ano passado, um interesse em declínio por notícias e um aumento na evasão de notícias. Também analisa a polarização do público e explora como os jovens acessam as notícias. 

Selecionamos algumas matérias que mostram diferentes aspectos da pesquisa para que nossos publishers fiquem por dentro do que este trabalho importante mostra sobre o mercado.

Knight Center: Aumenta proporção de latino-americanos que evitam o noticiário

O Knight Center centrou sua investigação na fuga das notícias, que vem crescendo principalmente nos países latinos. O Brasil lidera o triste  ranking, com 54% de leitores seus evitando as notícias, bem acima da média mundial de 38%. Há cinco anos, 27% dos brasileiros preferiam não consumir o noticiário, um pouco abaixo da média mundial de 29%.

Os motivos para a aversão ao noticiário são diversos: 43% reclamam da repetitividade, especialmente na cobertura de política e da pandemia de COVID-19. 29% se dizem desgastados pelas notícias, enquanto outros 29% não confiam no noticiário, diz a matéria do Latam Journalism Review. Clique aqui para ler a matéria na íntegra.

capa de relatório Reuters Institute DigitalNews Report 2022
Clique e baixe a íntegra do relatório
WNIP: Plataformas com foco visual, como Instagram, TikTok e YouTube, tornaram-se cada vez mais populares

A pesquisa mostra que as plataformas que têm apelo visual estão cada vez mais atraindo os jovens dos dois grupos etários. De acordo com o estudo existe “maior dependência das mídias digitais e sociais e uma identificação e lealdade mais fracas com as marcas de notícias em comparação com grupos mais antigos”. 

O trabalho também mostra que 39% dos nativos sociais (18 a 24 anos) estão usando as mídias sociais como sua principal fonte de notícias, em comparação com 34% que preferem ir diretamente a um site ou aplicativo de notícias. Clique e leia análise do WNIP

WAN-IFRA: É hora de lançar todos os seus recursos de mídia social no TikTok? 
gráfico população que usou redes sociais para ver notícias na última semana entre 2014 e 2022
Gráfico mostra evolução do uso de redes sociais para ver notícias entre 2014 e 2022 considerando 12 mercados. Imagem: reprodução de internet
 

A WAN-IFRA também dedicou atenção especial ao estudo e ouviu o jornalista digital e estrategista de audiência Francesco Zaffarano, editor-chefe da Will Media, uma startup focada em contar as grandes histórias e tendências de um mundo em rápida mudança. Anteriormente, ele trabalhou como editor sênior de mídia social no The Telegraph, produtor do Instagram no The Economist, editor de engajamento no GEDI Visual Lab e editor de mídia social no La Stampa. Francesco deu algumas orientações sobre como as redações deveriam abordar o TikTok. Clique aqui e leia a matéria completa.

Clique aqui e veja a íntegra do relatório do Instituto Reuters

Márcia Miranda
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