Revista do Globo imprimiu legado para as artes e a literatura
JORNAL DO COMÉRCIO – 01/10/2020
Márcio Pinheiro
Houve um tempo em que existiam revistas de papel. Eram bonitas, coloridas, bem diagramadas e com fotos abertas. Algumas se davam a luxos maiores: papel de boa qualidade, assuntos variados, ilustrações encomendadas a artistas reconhecidos e textos – ótimos textos – escritos pelos melhores repórteres, redatores e colunistas.
Houve um tempo também que Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, era cosmopolita e moderna. Havia a Rua da Praia repleta de confeitarias, galerias e restaurantes. Os homens elegantes – em terno e gravata – transitavam pelas ruas bem iluminadas com carros circulando e os cafés convidando a todos a sentarem com calma – nada de sorver a bebida apressadamente apoiado em balcões. Um tempo em que guaraná era servido em taças de cristal e que o “Centro de Porto Alegre era Paris da Belle Epoque sem tirar nem pôr”, como definiu em um texto o cronista Sérgio Jockymann.
Do encontro dessas duas modernidades surgiu a Revista do Globo, periódico ilustrado produzido na capital gaúcha que revolucionou a imprensa brasileira, tanto pela qualidade de sua apresentação gráfica quanto pelo talento dos que escreviam para a publicação. Editada quinzenalmente, a Revista do Globo durou entre 1929 e 1967, mas até hoje é referência e objeto de estudo como sinônimo de qualidade e ousadia.
A Revista do Globo era filha da Livraria do Globo, empresa criada em 1883 como uma papelaria e que na década de 30 já era considerada uma das três maiores empresas do ramo no Brasil. Foi graças a Livraria do Globo e da editora de mesmo nome que o leitor brasileiro pôde tomar contato com autores como Marcel Proust, Somerset Maugham, Virginia Woolf e William Faulkner, além de revelar e/ou alavancar a carreira de grandes nomes das letras nacionais como Mario Quintana, Dyonélio Machado e, principalmente, Erico Verissimo. “A Revista do Globo chegou a ter prestígio nacional, com qualidade editorial e circulação importantes, inclusive como veículo publicitário. Sua projeção coincidiu com o destaque nacional conquistado também a partir de Porto Alegre, pela Editora Globo, principalmente com seu lançamento de traduções de autores internacionais. O pai era consultor da Editora Globo e eventual colaborador da Revista”, lembra Luis Fernando Verissimo, filho de Erico.
Erico era sinônimo de Globo. Sua grande proximidade com a família proprietária, os Bertaso, fez dele uma figura onipresente como escritor, editor e pessoa responsável por trazer novos nomes para editora. Um destes foi Justino Martins, seu concunhado. Sob o comando dos dois – primeiro o de Erico, depois de Justino – a revista se consolidaria.
A criação da revista aconteceu por inspiração de Getúlio Vargas, então presidente do Estado, servindo ao longo da primeira década de existência como um de seus porta-vozes e como importante divulgador de cultura no Rio Grande do Sul e também no Brasil. “Revista do Globo, porque se propõe registrar e divulgar, com o auxílio da Livraria do Globo, tudo o que no Rio Grande houver e doravante ocorrer digno de registro e divulgação. E ainda Revista do Globo porque deseja constituir uma ponte de ligação mental e social entre o Rio Grande e o resto do mundo”, dizia a publicação em seu editorial de estreia.
Anos depois, os propósitos seriam reafirmados. “Das coisas que o Dr. Getúlio Vargas tem feito na vida, muitas poderão ser discutíveis. Uma delas, porém, eu considero elogiável: em 1928, quando já alimentava as veleidades literárias que o levariam à Academia Brasileira de Letras, o Dr. Getúlio sugeriu ao editor José Bertaso a fundação da Revista do Globo”, escreveu Justino Martins no editorial Nosso Farol, texto que marcava o aniversário da revista sob seu comando em dezembro de 1946.
“No contexto local, quando a Revista do Globo surge, ela faz uma espécie de coroamento das revistas ilustradas que então eram produzidas em Porto Alegre desde, pelo menos, a década anterior”, ressalta Paula Ramos, professora do Instituto de Artes e autora de A modernidade impressa – Artistas ilustradores da Livraria do Globo, livro imprescindível para quem se interessa pelo que acontecia culturalmente na Porto Alegre do século passado.
“A Revista do Globo era herdeira de outras revistas como Máscara, Kodak, Kosmos e Madrugada, pautadas no modelo das publicações periódicas produzidas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Todas mesclavam mundanismo, literatura, política e intensa vida social. Tudo isso com uma linguagem gráfica que explorava muito a ilustração e os recursos da fotografia”, acrescenta.
Depois, na década de 1940, com a modernização da imprensa, as ilustrações passaram a ceder espaço para fotografias e a revista a partir da década seguinte perderia muito de seu caráter literário e cultural. Na década de 1960 a decadência já era visível, face à competição de veículos mais atraentes visual e economicamente. A Revista do Globo encantaria seus leitores pela última vez no começo de 1967.
A Revista do Globo não chegaria ao número 1000. Morreria pouco antes, em 17 de fevereiro de 1967, após a publicação de 941 edições e um sem número de matérias, reportagens, artigos, colunas, fotos e ilustrações. Nessa época já sofria a concorrência feroz de publicações como Manchete e O Cruzeiro. Além disso, o eixo de importância jornalística e a pujança econômica e publicitária já estavam quase todos concentrados entre Rio de Janeiro e São Paulo, tornando quase impossível a sobrevivência de uma revista elaborada e cara num centro periférico.
Em seu auge, nas décadas de 1930 e 1940, a revista trazia matérias sobre variedades locais, nacionais e internacionais, divididas nas seções O Globo em Revista, Vida Literária, Belas Artes, Vida Social, Cineglobo e um espaço para atualidades esportivas. Publicava colunas e artigos de escritores como Theodomiro Tostes, Moysés Vellinho, Augusto Meyer, Mario Quintana, Raul Bopp, Vianna Moog, Athos Damasceno Ferreira, Herbert Caro e Erico Verissimo. Além disso, a fartura de ilustrações de alto nível contribuiu para o sucesso da publicação.
Dentre os seus ilustradores estavam nomes importantes para as artes plásticas rio-grandenses, como Sotero Cosme, Ernest Zeuner, Edgar Koetz, João Fahrion, Nelson Boeira Faedrich, Vitorio Gheno, Carlos Scliar e Francis Pelichek, que através de suas imagens deram impulso significativo para a difusão do Modernismo no Sul.
Naquele período, a Revista do Globo mostrava-se afinada com os anseios expansionistas de um Brasil que se industrializava e se modificava. Era um veículo que alcançava uma visibilidade em âmbito nacional. “Há uma questão política que não pode ser negligenciada: a associação das figuras-chave da Globo com o governo de Getúlio Vargas, em especial o Mansueto Bernardi, primeiro diretor da revista. Ele foi uma das cabeças por trás da campanha que levou Getúlio Vargas ao poder, em 1930”, lembra Paula Ramos, autora de A modernidade impressa: Artistas ilustradores da Livraria do Globo Porto Alegre (Ed. Ufrgs, 656 págs., 2016).
Com a posse do novo governo, Mansueto Bernardi acaba saindo da editora e vai trabalhar no serviço público federal, no Rio de Janeiro, ocupando um cargo na Casa da Moeda. “Assim como ele, vários outros intelectuais e políticos tinham passagem pela casa. Portanto, essas relações não podem ser esquecidas, pois elas acabavam abrindo vários caminhos, contratos, visibilidade”, destaca a pesquisadora.
A Revista do Globo era o resultado da pujança da Editora Globo que, sob o comando de Henrique Bertaso, se destacaria pela publicação de autores gaúchos e também pela edição de grandes obras da literatura mundial, como Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, e A comédia humana, de Honoré de Balzac, além das primeiras traduções brasileiras de autores de filosofia (depois republicados na coleção Os pensadores, da Editora Abril).
No período áureo, a Editora Globo tinha filiais em três cidades gaúchas, além de escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo. “O fortalecimento da Globo como editora e o boom econômico que ela viveu a partir do início dos anos 30, lançando várias coleções de enorme sucesso editorial (a exemplo da Amarela e da Nobel), acabaram estendendo a divulgação e o alcance da revista, que chegou a ter grande circulação e repercussão em outras regiões do Brasil”, analisa Paula.
A partir do final dos anos 1950, o período seria de decadência. Uma sequência de fatores começava a indicar que o fim estava próximo. “A saída de profissionais-chave e a ausência de novos profissionais efetivamente interessados em tocar a publicação estavam entre os problemas, mas talvez o principal motivo esteja relacionado ao próprio modelo editorial, que, no formato que tinha nos anos 1960, não parecia mais atender aos interesses dos leitores”, avalia a professora.
A Revista do Globo seria a primeira vítima desse enfraquecimento. Em 1986, a própria empresa seria vendida à Rio Gráfica Editora, de Roberto Marinho dono do jornal O Globo e que há muitos anos ansiava por ter o nome da editora.
“Aos poucos fui abandonando a Revista do Globo e dedicando a maior parte do meu tempo à Editora. Isso foi muito bom para a Revista e não de todo mau para a Editora”, escreveu Erico Verissimo em Um certo Henrique Bertaso, lembrando quando decidiu se desligar do comando da Revista do Globo. Na sequência, Erico apresentava seu sucessor: “Um mocinho que como eu também viera de Cruz Alta – Justino Martins era o seu nome – trabalhava como revisor na tipografia do Globo. De Souza Júnior, que exerceu por algum tempo as funções de diretor da Revista, ao deixar o cargo sugeriu que Justino fosse nomeado seu substituto, o que se fez”.
Erico subdimensiona seu mandato à frente da revista, porém ele teve grande importância como diretor. “Seus parceiros mais constantes eram a tesoura e a cola. Leia-se: havia muita reprodução de textos publicados em revistas estrangeiras, que Erico reproduzia, ou textos escritos pelo próprio Erico, para os quais ele criava pseudônimos. É interessante observar que Erico durante um bom período fez de tudo, inclusive ilustração, vinhetas e capa”, explica Paula Ramos. Porém, Erico não se considerava talhado para a função. Buscava encontrar um sucessor que se encarregasse de maneira mais dedicada e criativa à edição.
“Ninguém tinha muita fé naquele rapazote magro e moreno, de bigode fino, pouco dado a conversas. No entanto ele viria a revelar-se um prodigioso “revisteiro” e durante o tempo que se ocupou do quinzenário da Globo, essa publicação chegou a obter uma reputação nacional”, acrescenta Erico no mesmo texto. “Foi o pai quem convidou o Justino para dirigi-la. Justino revelou-se um grande revisteiro e depois fez carreira editando a Manchete e anualmente cobrindo o Festival de Cinema de Cannes, onde, dizem, fazia grande sucesso com as mulheres. Justino foi casado com a tia Lucinda, irmã da minha mãe. Não foi exatamente um marido exemplar, mas sua simpatia o redimia. Ele e o pai foram grandes amigos”, diz Luis Fernando Verissimo.
Justino, confirmando o que Erico previra, mudou a cara da Revista do Globo, tornando-a mais ágil e moderna. Ampliou os assuntos, valorizou a edição, reforçou a equipe e revolucionou os costumes. “Na edição 404, de 9 de fevereiro de 1946, a primeira página traz a que talvez seja a primeira mulher negra na capa de uma revista de grande circulação no Brasil”, lembra Paula Ramos.
“A partir da direção de Justino Martins, a Revista do Globo passa a investir em reportagens e em fotojornalismo, com o trabalho do alemão Ed Keffel, por exemplo, um marco na fotografia no País. E isso se deu na mesma época que a revista O Cruzeiro, por exemplo, que era uma das grandes referências desse segmento no País”, conta a pesquisadora.
O maior revisteiro
Com as revistas, surgiram os revisteiros, especialistas nesse artesanato tão genérico quanto específico. Eram pessoas quase sempre com bom gosto estético, avançado conhecimento geral, facilidade para compreender as fases de produção (da idealização da pauta aos meandros da gráfica) e o principal: senso de tempo – timing jornalístico equilibrado, sem ter tanto a pressa e a pressão para que tudo tivesse de ser publicado em menos de 24 horas. As revistas exigiam um tempo de maturação, algo exato e na medida – sem atropelamentos, mas também sem perder a instantaneidade do fato.
Justino Martins foi um mestre desse ofício. Gaúcho de Cruz Alta, nascido em abril de 1917, filho ilegítimo de um estancieiro uruguaio, ele passou por diversas atividades na adolescência até receber a oportunidade de virar revisor da Revista do Globo. A ascensão foi instantânea e, com pouco mais de 20 anos, em 1939, ele assumia a direção da revista.
Quinze anos depois, em entrevista à própria Revista do Globo, Justino reconheceria a importância da publicação na sua formação. “Era tudo horrível, antiquado, sem vida, mas, pouco a pouco, fui reformando a publicação, ao passo que aprendia a fazê-la, aprendendo também a escrever”. Tanto esforço seria destacado pelo colega Joel Silveira, em reportagem para a revista Diretrizes, em 1942, apontando Justino como o responsável por fazer da Revista do Globo uma das melhores publicações do País.
Justino era de uma estirpe pouco comum: a do jornalista que sabia escrever – (“Escrever é fácil, ou impossível”, ensinava ao estilo de um professor que odiava didatismos. Completando: “Tens de pegar o leitor pela primeira frase”) – e também reescrever. No jornalismo, inclusive, essa figura chamada copidesque era muito importante para que um texto ganhasse em elegância sem perder em informação.
Já casado com Lucinda – irmã de Mafalda, esposa de Erico -, Justino, a mulher e o filho Carlito passaram uma temporada em Paris. Lá ele atuava como correspondente da Revista do Globo. Um dos seus textos, sobre o encontro de Brigitte Bardot com Pablo Picasso, chamou a atenção de Adolpho Bloch, que, em 1959, o convidou para voltar ao Brasil e dirigir a Manchete, sucedendo a dois jornalistas – Hélio Fernandes e Otto Lara Resende – que não conseguiram dar uma cara à revista.
Justino: da Revista do Globo à Manchete
Justino Martins encontrou o equilíbrio no excesso de fotos que agradavam a Adolpho Bloch com um texto que cativasse o leitor. Justino também precisava aliar a busca de melhorar a revista com os interesses do patrão em vender anúncios e matérias pagas. Bloch era um oficialista, apaixonado por governos (quaisquer governos) e pelo de Juscelino Kubitschek em especial. Quando JK começou Brasília, ele divulgava as obras. Justino se revoltava.
Ainda assim, à frente da Manchete, Justino fez da revista um fenômeno editorial – como havia feito na Revista do Globo – revelando ou estimulando talentos como Fernando Sabino, Carlinhos Oliveira, Roberto Muggiati, Fausto Wolff e João Luiz de Albuquerque. Se no Globo Justino reinava com autonomia, na Manchete ele foi obrigado a viver um casamento jornalístico com Bloch marcado por paixões e brigas. O patrão adorava exercer seu poder e interferir na revista. Como quase tudo passava pelo seu crivo, Bloch acertava (e aí, se autocongratulava) e errava (aí culpava Justino). “Viu só, Índio? Tu encalhou a revista!”, era uma das frases preferidas, como lembra Roberto Muggiati, jornalista que por 18 anos trabalhou na edição.
Justino era um homem de paixões: o cinema – ia todos anos ao Festival de Cannes, ganhando o apelido de Cidadão Cannes – e o jornalismo. No Carnaval de 1971, sofreu uma tragédia. Ele e o filho Carlito foram ao Baile do Havaí. No dia seguinte, Justino chegou à redação, enquanto Carlito voltava para casa, antes de seguir para Petrópolis, onde iria se encontrar com a mulher, a atriz Camila Amado. Na avenida Niemeyer, o carro de Carlito foi abalroado por uma carreta. Ele morreu na hora. Justino soube na redação. Saiu de lá, foi ao necrotério, fez o reconhecimento do corpo e voltou. Arnaldo Niskier, colega de Manchete, lembraria que, de vez em quando, Justino se ausentava para ir chorar na saleta de projeção.
Outra paixão eram as mulheres. Gostava de seduzi-las e fazer-lhes galanteios. Além de Lucinda, casou-se com Martha Garcia, primeira Miss Brasília (ironicamente a cidade que tanta dor de cabeça lhe dera) e com ela teve uma filha. Muggiati lembra que Justino vivia a elogiar as mulheres, desde as anônimas até as musas que ajudou a descobrir e/ou revelar: Duda Cavalcanti, Xuxa, Luiza Brunet, Rose di Primo. Muggiati recorda o folclore em torno da escolha das mulheres na capa. Era famosa na redação a frase, com autoria nunca assumida, de que a escolhida precisava passar pela sua cama: “Se é capa, não escapa…”. Não havia provas desse comportamento, embora Justino jamais fizesse questão de desmentir. Pelo menos um caso entrou para o anedotário. Certa vez, uma candidata mais arrivista foi cantada por um repórter que lhe prometeu a capa. Ela cedeu e, passados alguns dias, nada de sair a capa. Desaforada, a moça invadiu a redação e foi cobrar de Justino. Sem tirar os olhos do cromo que analisava, ele respondeu: “Mas tu deste pro cara errado, tchê…”.
Dirigir a Manchete era como dirigir a seleção. Todo mundo – do contínuo ao patrão – se achava capaz de resolver a parada: o técnico é burro, troca o técnico. Assim, a partir dos anos 1970, tirar o Índio do comando tornou-se uma obsessão para o ciumento Bloch. Na primeira vez, a manobra não deu certo e voltou-se contra o conspirador. Obrigado a chamá-lo de volta, o patrão ouviu um “não” de Justino, que alegava ter um convite para ser RP da grife de Madame Grès, estilista de Paris. Na verdade, lembra Muggiati, era uma armação combinada com a Madame, sua ex-namorada, que confirmou a história a Bloch. O patrão fez nova proposta. Dessa vez, Justino aceitou e exigiu um plus: todo o mês ele deveria receber um bônus de mil dólares que seria entregue por um funcionário da tesouraria diante de toda a redação.
Seria a reta final de Justino – na revista e na vida. Bloch, que dizia ter tinta nas veias no lugar de sangue, deixou o gráfico de lado e ficou seduzido em transformar seu império de papel numa TV. Justino morreria aos 66 anos em agosto de 1983. Muggiati recorda que, com a revista fechada, Justino lhe falou: “Segura a coisa aí, tchê, que vou fazer uns exames”. Foi embora e não voltou. Ficou internado 20 dias e foi consumido por um câncer fulminante. A Manchete, aos trancos e barrancos, duraria poucos anos. Justino foi poupado de ver a derrocada do império que ajudara a construir.