Pandemia muda dinâmicas do calendário comercial
MEIO&MENSAGEM – 07/05/2020
Renato Rogenski
Crise afeta praticamente todas as datas promocionais, como Dia da Mães, e altera estratégias de comunicação e canais de venda.
Com o cenário afetado desde o mês de março pela pandemia do novo coronavírus e as incertezas sobre o retorno das atividades que movimentam a economia em sua totalidade, indústria e varejo têm pela frente o grande desafio de minimizar os impactos no calendário comercial. Às vésperas do Dia das Mães, a segunda data promocional mais rentável do País, atrás apenas do Natal, o mercado ainda busca compreender os novos hábitos de consumo e relacionamentos entre pessoas e marcas neste momento atípico.
Ao mesmo tempo, as empresas precisam aprender a lidar com um consumidor emocionalmente mais sensível e com menor poder de compra, seja em razão do desemprego, seja da Medida Provisória que permitiu que as empresas aplicassem uma redução salarial de até 70% no período. O auxílio emergencial oferecido pelo Estado aos trabalhadores informais, por outro lado, é um alento, mas não parece, na visão do varejo e da indústria, ser capaz de dar fôlego ao ritmo de consumo.
“Não sabemos quanto tempo a pandemia ainda deve durar e qual será a extensão dos seus impactos sobre a economia, o bolso dos consumidores, o endividamento e o desemprego. São variáveis que afetam diretamente o consumo e, consequentemente, todo o mercado”, afirma Silvana Balbo, diretora de marketing do Carrefour Brasil.
O que já se sabe é que com mais de um mês de isolamento social, 75% da população alterou hábitos de compra, como mostra a segunda onda do Barômetro Covid-19, estudo realizado pela Kantar. A pesquisa, que entrevistou 500 pessoas de 27 a 31 de março, aponta que o maior traço dessa mudança é o aumento das compras online, que subiram de 19% para 34%. Enquanto isso, o percentual de consumidores que deixaram de comprar em lojas físicas subiu de 32% para 46%.
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