Não à taxação do papel para os livros, jornais e revistas!

Não à taxação do papel para os livros, jornais e revistas!

16 de setembro de 2020
Última atualização: 16 de setembro de 2020
Helio Gama Neto

TWO SIDES

Fabio Arruda Mortara

Não bastasse o enorme desafio da atual pandemia, estamos agora frente à ameaça de taxação do papel destinado aos livros, jornais e periódicos, como as revistas.

De um lado, o Brasil tem um dos menores índices de livros lidos por habitante por ano, mesmo se comparado aos países vizinhos como Uruguai, Chile e Argentina: são pouco mais de dois livros ao ano apenas!

De outro lado, temos na educação a principal estratégia para reduzirmos as desigualdades e fazermos do Brasil um país melhor. Educação é ferramenta decisiva para termos um país mais democrático, politicamente mais forte, economicamente mais justo, ambientalmente mais sustentável.

O livro impresso, segundo os dados que temos em Two Sides, continua sendo a mídia mais eficiente para educar.  O texto impresso favorece a compreensão e a memorização, em todas as etapas da educação formal. O livro é instrumento fundamental para saldarmos nossa imensa dívida educacional e recurperarmos o enorme atraso na formação de jovens e adultos brasileiros.

É enganosa a ideia de que mídias eletrônicas podem substituir plenamente a informação impressa. Novas forma de comunicação continuam surgindo e se somando, de forma complementar. Assim,  a imprensa de Gutenberg, inventada há mais de cinco séculos, não extinguiu as cartas manuscritas. Jornais, revistas, livros e revistas não acabaram devido ao surgimento do rádio. Todas essas mídias e mais o cinema não sucumbiram ao advento da televisão, contrariando os rumores catastróficos difundidos durante tanto tempo.

Não há dúvida de que o livro digital é irreversível. Porém, isto não significa o fim do impresso em papel, que é mais eficaz na aprendizagem como já dissemos e muito sustentável ambientalmente

O importante é ter consciência de que o mercado da comunicação e do entretenimento tem espaço para todas as mídias. Cabe a cada uma delas desenvolver-se, agregar novas tecnologias, ampliar sempre a sua qualidade e se adequar às demandas de uma civilização cada vez mais inquieta e dependente da informação. Os livros estão cada vez mais bonitos, bem impressos, com diagramação atrativa e capas instigantes e irresistíveis. Suas tiragens, graças à tecnologia da impressão digital adaptam-se às mais distintas demandas, títulos e mercados. O mesmo aplica-se aos jornais e revistas, que também têm seu papel não tributado, para estímulo à leitura, à informação, ao lazer.

Concluo lembrando que a taxação do papel, que hoje é imune, será imenso retrocesso para o país e nos deixará ainda mais atolados no atraso cultural e educacional em que nos encontramos.

Fabio Arruda Mortara, M.A., MSc., empresário, é CEO de Two Sides Brasil, CEO de Two Sides América Latina, ex-presidente da Conlatingraf, da Abigraf Nacional, da Abigraf Regional SP, da ABTG e do Sindigraf-SP.


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Helio Gama Neto