Jornalismo online: Publicidade ainda é a principal fonte de receita

Jornalismo online: Publicidade ainda é a principal fonte de receita

14 de março de 2025
Última atualização: 14 de março de 2025
3min
Relatório Projeto Oásis Brasil - capa - sobre jornalismo online e publicidade fontes de renda
O estudo ouviu mais de 160 organizações de jornalismo online brasileiras. Imagem: Reprodução de internet.
Márcia Miranda
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A publicidade ainda é a fonte de receita mais comum, utilizada por mais de dois terços das organizações de jornalismo online. A Associação de Jornalismo Digital (Ajor) está divulgando o Relatório Project Oasis Brasil 2024. O documento mapeia o cenário dinâmico do jornalismo nativo digital brasileiro. A pesquisa identifica as características, desafios financeiros e ameaças enfrentadas por 164 organizações, revelando a diversidade de formatos, temas e modelos de financiamento, com destaque para a publicidade e subvenções.

De acordo com o Oasis, embora pequenas e focadas na produção de conteúdo, as iniciativas jornalísticas abrangem diversas plataformas. Elas buscam sustentabilidade em um ambiente marcado por assédio online e jurídico, apontando para um futuro de colaboração e adaptação tecnológica. Cerca de 60% das organizações possuem até quatro integrantes em tempo integral, com foco na contratação de profissionais para a produção de conteúdo e menor presença de profissionais em áreas auxiliares como negócios, vendas, finanças, marketing e TI.

Empresas buscam novas fontes de financiamento para jornalismo online

Embora a principal fonte de financiamento ainda seja a publicidade, as organizações de jornalismo online fazem movimentos para busca por alternativas, com destaque para as subvenções (grants) e o apoio do leitor. Cerca de 30% das organizações recebem algum tipo de subvenção. No entanto, ainda há uma desigualdade regional na distribuição de recursos, com maior concentração no Sudeste.

Outra fonte de recursos que vem se desenvolvendo é o apoio do leitor, através de assinaturas, programas de membros e doações. Cerca de 40% das organizações utilizam estes recursos, embora essa seja a principal fonte de receita apenas para 10% delas, sugerindo uma imaturidade desse modelo no Brasil .

A prestação de serviços de conteúdo para outras organizações também aparece como uma fonte de receita viável. E há ainda cerca de 25% das iniciativas interessadas em adicionar novas fontes de receita relacionadas à publicidade, como patrocínios ou branded content .

Gráfico mostra estudo sobre jornalismo online e publicidade Oásis Brasil, da Ajor
Âmbito de alcance das publicações. Fonte: Relatório Oasis Brasil

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Maioria das equipes têm até quatro jornalistas na redação

De acordo com o Project Oasis Brasil 2024, as equipes de produção de conteúdo têm, em média, quatro pessoas, enquanto as demais áreas geralmente têm apenas um profissional em tempo integral, ou até menos. Mais da metade das organizações possui mais de uma pessoa em tempo integral atuando com vendas.

Outra característica importante sobre as organizações brasileiras é o âmbito de atuação: a maioria atua no âmbito regional (42%) ou nacional (40%). Uma menor proporção foca na cobertura local (28%), e poucas se dedicam aos âmbitos internacional ou hiperlocal. O relatório completo pode ser baixado no site da Ajor.

Márcia Miranda
Administrator
Acredita que boas ideias precisam ser compartilhadas. Formada em Comunicação Social, Jornalismo, pela Universidade Federal Fluminense (RJ), iniciou carreira em redação em 1988 e por 24 anos (até 2012) trabalhou em veículos como Jornal O Globo e Agência O Globo, Editora Abril, Jornal O Fluminense, Jornal Metro. Em 2012 iniciou o trabalho como relações públicas e assessora de comunicação, atuando para clientes em áreas variadas, como grandes eventos (TED-x Rio, Réveillon em Copacabana, Jornada Mundial da Juventude, Festival MIMO), showbiz, orquestras, entretenimento e assessorias institucionais como o Instituto Innovare. É empreendedora e, em dezembro de 2021, criou a Simbiose Conteúdo, uma empresa que presta serviços e consultoria em comunicação para associações como Aner, Abral e Abap e divisões internas da TV Globo.