5 tendências de inovação para 2021
ÉPOCA NEGÓCIOS – 04/03/2021
JUAN PABLO D. BOEIRA*
Hoje em dia, estar sempre por dentro das tendências de mercado é fundamental em qualquer profissão, e principalmente para quem trabalha com inovação, que se transforma em alta velocidade a todo instante.
Pensando nisso, você já se preparou para o futuro? Sabe quais são as principais tendências de inovação para 2021? Aposto que não quer ficar de fora, e nisso a gente te ajuda! Então, que tal conferir as tendências de inovação que apontam para o próximo ano projetadas por Sérgio Gualdi Ferreira da Silva Filho, fundador da Consultoria Innomotion e da Escola de Inovação?
1. Inovação remota
Os projetos de inovação corporativa sempre aconteceram com os times trabalhando in loco, fisicamente dentro dos ambientes das empresas inovadoras. Sabemos que projetos de inovação são mais complexos e demandam uma comunicação fina e alinhada sob pena de ruídos gerarem prejuízos ao andamento dos projetos. O contexto imposto pela pandemia mundial nos obrigou, também, a digitalizar o processo de inovação. As equipes passaram a operar remotamente e, surpreendentemente, a distância não representou um obstáculo intransponível. Sim, é possível inovar remotamente e acredito que seguiremos desta forma. Como dica, o MIRO é uma excelente ferramenta para concepção de projetos de inovação de forma online no qual você pode trabalhar com várias pessoas ao mesmo tempo simultaneamente.
2. Inovação antecipatória
Embora a pandemia tenha chegado tardiamente no Brasil em comparação com a Ásia e Europa, o que, de certa forma, viabilizaria o tempo mínimo de preparo para enfrentar a crise, as empresas brasileiras esperaram até o último minuto para tomar as medidas necessárias. E muitas não o fizeram. Destas, um percentual significativo quebrou, sucumbiu diante de uma nova realidade. Espero que este susto não seja esquecido tão cedo, pois segundo um comentário de Bill Gates recentemente, “não é cedo para pensar em uma nova pandemia”. Penso que muitas empresas passarão a inserir em seu portfólio de inovação aquilo que chamamos de inovação antecipatória, que é baseada na construção de cenários futuros, prováveis, possíveis e preferidos para, a partir deles, definir e priorizar projetos de inovação. Esta é uma excelente maneira de se preparar para novas crises.
3. Transformação digital
Muitas empresas iniciaram, mas não concluíram o processo de transformação digital. Esta não é uma atividade fácil e rápida de se fazer. Mas deve ser um dos focos da inovação para as empresas em 2021. O digital é a bola da vez e todos, exatamente, todos os negócios precisam ser repensados e recriados para a era digital. Projetos de inovação com o objetivo de acelerar o processo de transformação me parecem ganhar corpo nas empresas e representatividade em seus portfólios de projetos. Só é de extrema importância ressaltar que fazer transformação digital nas empresas não é simplesmente fazer um aplicativo, um e-commerce, um marketplace e um site responsivo. É muito mais do que isso, iniciando por uma cultura digital que eleva o faturamento no meio online no mínimo igual aos meios físicos.
4. Eficiência operacional
Este, ainda, será um ano de recuperação diante da hecatombe promovida pela covid-19 no mercado mundial. Embora o Brasil esteja se recuperando bem, é mais provável que as empresas busquem inovar com a intenção de melhorar a eficiência do negócio e reduzir custos. Acredito eu que o foco em soluções inovadoras ficará a cargo das empresas que surfaram na onda da pandemia e, convenhamos, não foram muitas.
5. Inovação aberta
Com base em um texto escrito para o blog da Escola de Inovação intitulado “Gênio criativo, P&D, Labs, Startups e Dinossauros Ágeis” que apresenta a evolução da inovação segundo a interpretação livre do pensamento do Scott Anthony, estamos neste exato momento, na 3ª Era da Inovação. É a Era das Startups Financiadas por Capital de Risco, na qual funcionários inquietos e frustrados das grandes empresas se unem para iniciar suas próprias startups que, muitas vezes, são apoiadas por capital de risco. As startups são empresas com um grande propósito que buscam modelos de negócios repetíveis e escaláveis. Nessa linha, já há alguns anos, big corps estão buscando se conectar com startups para resolver seus desafios de negócio de forma mais prática, rápida e barata. Esta é uma prática que deve se manter este ano e, arrisco-me a dizer, a inovação aberta com clientes e concorrentes também ocorrerá com maior frequência.
Se sua empresa está querendo inovar mais e melhor neste ano, fique atento a estas tendências e explore-as da melhor maneira possível, da maneira que melhor se encaixa a sua realidade. Como as realidades não são fixas e meramente quantificáveis, é importante que você, na condição de CEO ou Head de Inovação, faça a leitura do cenário competitivo do negócio e delimite a estratégia de inovação mais adequada, aproveitando ou não estas tendências. Mas não se esqueça: movimente-se sempre no sentido da inovação.
Por fim, lembre-se que simplesmente seguir tendências é estar atrasado! É necessário entender a necessidade dos clientes/consumidores e se antecipar ao mercado para garantir a liderança de mercado às empresas. Ou seja, ou você faz poeira, ou você engole poeira!
* Juan Pablo D. Boeira é Mestre e Doutorando em Design Estratégico e Inovação pela UNISINOS e professor de Inovação e Tópicos Avançados de Marketing na UNISINOS, ESPM e PUCRS