Como o Zoom mudou para ganhar o mundo durante a pandemia

Como o Zoom mudou para ganhar o mundo durante a pandemia

24 de julho de 2020
Última atualização: 24 de julho de 2020
Helio Gama Neto

ÉPOCA NEGÓCIOS – 24/07/2020

Rennan A. Julio

Derek Pando, líder de marketing internacional e parcerias da empresa de videoconferência, fala sobre o crescimento explosivo durante a crise.

A pandemia do novo coronavírus fez as buscas pela palavra “videoconferência” baterem recorde no Google. Segundo dados de abril da empresa, o interesse pelo termo foi quatro vezes maior do que a média mensal dos últimos 15 anos. O fenômeno se explica pela adoção massiva do home office em todo mundo em razão das medidas de distanciamento social. O cenário deu ao Zoom, plataforma de videoconferências, uma oportunidade única de crescimento.

Segundo a companhia, em dezembro de 2019, o máximo de participantes ativos por dia era de 10 milhões. Em abril deste ano, o número saltou para 300 milhões. Entre janeiro e março, a empresa teve lucro de US$ 27,1 milhões, um aumento de 1.123% na comparação com os US$ 2,2 milhões registrados no mesmo período do ano passado. No fim do primeiro trimestre deste ano, o Zoom tinha aproximadamente 265 mil clientes pagantes, uma alta de 354% em relação ao ano passado.

Nesta entrevista, Derek Pando, líder de marketing internacional e parcerias do Zoom, fala sobre o crescimento explosivo da plataforma. Para o executivo, a pandemia irá mudar o mundo trabalho.

“Os escritórios sempre existirão, mas eles não serão mais os mesmos”, afirma. Segundo ele, a mudança abrupta imposta pelo novo coronavírus foi encarada como positiva. “Do dia para noite, empresas mandaram centenas e até milhares de funcionários para casa. E viram que é possível trabalhar assim. Uma vez que isso acontece, é difícil voltar atrás.”

Pando também falou sobre privacidade. Ao longo da pandemia, falhas de segurança na plataforma foram descobertas, após gravações do Zoom serem expostas online. A gafe fez com que empresários como Elon Musk, fundador da Tesla e SpaceX, proibissem o uso da ferramenta em suas companhias.

Abaixo, confira os melhores trechos da entrevista:

Quando vocês perceberam que o Zoom cresceria rapidamente no mundo todo?
Por termos usuários no continente asiático, onde a crise sanitária ganhou proporções de pandemia, percebemos que precisaríamos preparar o negócio o mais rápido possível para um aumento no fluxo de usuários. Conforme a crise foi crescendo, fomos nos adaptando e fazendo mudanças para atender nossos clientes da melhor forma.

E como foi esse processo?
Uma das primeiras ações foi expandir o negócio. Em dezembro de 2019, o máximo de participantes ativos por dia era de 10 milhões. Em abril deste ano, esse número saltou para 300 milhões. Isso exige infraestrutura. Outra medida foi apresentar aos novos usuários as funcionalidades da plataforma. Para isso, investimos em vídeos em diversas línguas com dicas e orientações sobre o Zoom. Também contratamos muitos profissionais nesse processo e esperamos contratar muito mais.

A segurança do Zoom foi questionada após ocorrerem vazamentos de dados. Empresas [como a Tesla, de Elon Musk] chegaram a proibir seu uso. O que foi feito para enfrentar o problema?
Nós levamos privacidade e segurança muito a sério. Criamos um plano de desenvolvimento focado em cibersegurança. Lançamos funcionalidades de bloqueio de sala, de remoção de usuário e de reporte por comportamento suspeito. Outra medida tomada foi no campo da educação. Mostramos aos usuários que o link não pode ser compartilhado publicamente e que é preciso tomar cuidado com quem você compartilha informações.

A empresas podem se sentir seguras ao usar o Zoom?
Sim, com certeza. Quando se usa o Zoom com os cuidados apropriados, sem compartilhar os links das salas publicamente, pode-se confiar na plataforma.

Você acha que a pandemia vai mudar a forma como os profissionais trabalham?
Com certeza. Será o ‘novo normal’, certo? Acredito, no entanto, que as pessoas ainda estão tentando entender como se adaptar a essas mudanças. Neste momento, os profissionais estão trabalhando de casa e muitos deles estão gostando. Então, por que passar horas no trânsito de São Paulo? Por que não viver em áreas mais baratas, porém mais distantes do trabalho? Ao mesmo tempo, acho que escritórios sempre vão existir. Só que eles não serão os mesmos, principalmente porque a mudança foi muito abrupta. Do dia para noite, empresas mandaram centenas e até milhares de funcionários para casa. E viram que é possível trabalhar assim. Uma vez que isso acontece, é difícil voltar atrás.

Como manter a relevância do Zoom depois que isso tudo passar?
Mesmo antes da pandemia, internautas já usavam o Zoom. Nosso trabalho é continuar inovando e criando soluções. As pessoas começaram a fazer mais atividades por videoconferência. Veja a telemedicina, por exemplo. Também acredito que as empresas estudarão modelos híbridos de trabalho presencial e remoto. Nosso papel é seguir com um produto bom e inovador enquanto o mundo tenta entender para onde está caminhando.


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Helio Gama Neto