Vozes femininas de assistentes virtuais tornam homens mais machistas, diz ONU
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De acordo com a pesquisa, a utilização de nomes e vozes femininas em assistentes virtuais, sobretudo as que representam mulheres jovens, colabora para o fortalecimento do sexismo, além de reforçar os estereótipos de gênero e incitar comportamentos como assédio sexual em todo o mundo.
“Inteligência artificial não é algo místico ou mágico. É algo que o ser humano produz, e um reflexo direto da sociedade que criou a tecnologia”, disse Gülser Corat, Diretora da Divisão de Igualdade de Gênero da UNESCO e responsável pelo relatório, à CBS News.
O relatório, divulgado pela divisão de cultura e ciência da UNESCO, indica que as vozes eletrônicas por trás das assistentes virtuais são programadas propositalmente de forma a atender todos os tipos de comandos e abusos verbais com completa submissão. O texto observa que as vozes são exageradamente “servis e obedientes”, mesmo quando se deparam com insultos e pedidos mal educados.
Para resolver o problema, os estudiosos propõem uma substitução gradual por vozes e nomes masculinos nos assistentes de empresas como Apple, Amazon, Google e Microsoft. Destacam ainda a necessidade de uma reconfiguração que permita respostas mais adequadas, no caso do uso de linguagem abusiva.
A ONU também sugere que as empresas de tecnologia se juntem aos governos para a criação de políticas públicas que incentivem a maior participação das mulheres na área de tecnologia, dominada por homens. Dessa maneira, elas poderiam aprimorar suas habilidades e trazer diferentes pontos de vista para os produtos e serviços criados.